sábado, 19 de abril de 2025

A Sala de Professores

Assisti A Sala de Professores (2023) de Ilker Çatak no Max. Que filme desconcertante! Tem tempo que comecei a ver, mas várias vezes parei por não aguentar. O filme ganhou inúmeros prêmios.

É em uma escola que está tendo roubos e a total inabilidade pedagógica da instituição em lidar com a questão. Vão cometendo um desatino atrás do outro. Primeiro eles tem certeza que é algum aluno, sem evidência alguma. Depois eles passam a interrogar alunos que são representantes de sua turma, forçando eles a dedurarem os colegas. Pra piorar uma professora resolve ligar a câmera e sem evidência alguma vai tomar satisfações com uma funcionária. E claro, como todo ambiente escolar, nada fica em segredo e começam a ter retaliações, acusações.

Tudo o que acontece posteriormente é culpa da escola que é incapaz de administrar os conflitos e agir como agente educador e não justiceiro sem provas. A professora é Leonie Benesch. O aluno que sofre todas as consequências dos desatinos é Leonard Stettinish.

Beijos,
Pedrita

sexta-feira, 18 de abril de 2025

Vera - 2ª Temporada

Assisti a 2ª Temporada de Vera (2012) no Film&Arts. Estou adorando acompanhar aos poucos toda essa série. São sempre quatro episódios longos, praticamente quatro filmes com 1h30 cada.


 

Dessa vez Vera está mais agressiva e autoritária e tem um desentendimento com uma funcionária de sua equipe, interpretada por Wunmi Mosaku. Não gostei desse tom da Vera, nas últimas temporadas que vi Vera é enérgica e muito ativa, mas não grosseira como nesse. O tom melhora no terceiro episódio. A funcionária que ela tem desentendimento acaba saindo da equipe, foi uma pena porque gostava muito da personagem. Seu parceiro continua David Leon. O primeiro episódio é com um antigo colega de Vera, ela fica muito abalada com todos os fatos.
O segundo episódio é muito triste. Vera está com o cabelo bem curtinho que eu amo, mas em geral ela fica com o cabelo mais chanel. Uma mulher vai nadar e é morta. Deixa uma filha muito, mas muito sozinha, o namorado vai dar apoio a ela. A mãe dele não aceita a garota. No último, a equipe de Vera junta-se a militares. Um soldado que voltou do Afeganistão é morto como se fosse suicídio, e Vera vai investigar. Já curiosa para a terceira temporada.
Beijos,
Pedrita

quinta-feira, 17 de abril de 2025

Mussum, o filmis

Assisti Mussum, o filmis (2023) de Silvio Guindane no TelecinePlay. O ótimo roteiro é de Paulo Cursino. Eu demorei pra ver esse filme elogiadíssimo porque queria um tempo distante de quando vi o documentário que gostei muito. Interessante como os dois produtos se completam. O filme é incrível, direção excelente com um elenco inacreditável!

Mussum, na verdade Antonio Carlos, era muito ligado a mãe. São as cenas mais emocionantes do filme, tanto na infância como no final da vida dela. Antonio Carlos na infância é interpretado pelo ótimo Thawan Lucas. A mãe é a maravilhosa Cacá Protásio. Ela queria que o filho estudasse. Empregada doméstica, não podia levar seu filho ao trabalho, então ela consegue interná-lo em um colégio militar. Ela fazia questão que ele fosse um oficial e pegava no pé dele para que estudasse e fosse militar. Ele gostava de samba e ela dizia que não dava futuro. A cena emocionante é ele ensinando a mãe a escrever. Antonio Carlos era muito, mas muito estudioso.
A outra cena de ir às lágrimas é Mussum cuidando da mãe que estava doente. Amo demais Neusa Borges e que talento. Airton Graça faz Mussum adulto, que ator. Ele canta pra ela, mas ela pede pra ele cantar uma mais alegre e pede a que minha mãe amava e vivia cantando A Dona do Primeiro Andar. Me emocionei mais ainda. O filme termina após a morte da mãe. Nos créditos que contam que Mussum morreu aos 53 anos em uma cirurgia de transplante de coração.
O ótimo Yuri Marçal faz o Antonio Carlos intermediário. Nessa foto ele está com Elza Soares da incrível Larissa Luz, Garrincha é Wilson Simoninha. O filme é muito, mas muito musical. Não tinha ideia que Mussum levou por muito tempo em paralelo como integrante dos Originais do Samba e comediante. Até mesmo quando ele foi ser humorista em São Paulo, o grupo seguiu com ele e faziam shows na cidade. Como Mussum trabalhava. 

Chega uma hora que ele ficava exausto, na época dos Trapalhões. Ele gravava praticamente todo dia e ia para os shows depois ou aos fins de semana. Só depois de muito jogo de cintura para manter os dois trabalhos é que finalmente ele larga o grupo de samba. Interpretaram os Trapalhões: Gero Camilo, Felipe Rocha e Gustavo Nader. Como humorista ele ganhava muito mais. Foi quando começou a ter uma vida mais confortável. 
Mussum teve dois casamentos. Leny é interpretada por Jennifer Dias e Késia Estácio. Com Leny Mussum ficou 4 anos e teve um filho. Neila é Cinara Leal com quem ficou até o fim da vida, foram casados 22 anos e tiveram um filho. Ao todo Mussum teve 6 filhos. Mussunzinho faz uma participação no filme como Nilton da Mangueira.

A vida de Mussum foi muito rica, não faltaram personalidades no seu caminho. Cartola (Flávio Bauraqui), Jorge Ben Jor (Ícaro Silva), Boni (Augusto Madeira), Grande Otelo (Nando Cunha), Chico Anysio (Vanderlei Bernardino). Outros do elenco são Stepan Nercessian, Alan Rocha, Edimilson Barros, Sergio Loroza e Mary Sheila.

Beijos,
Pedrita

terça-feira, 15 de abril de 2025

Após o Anoitecer de Haruki Murakami

Terminei de ler Após o Anoitecer (2004) de Haruki Murakami da Alfaguara. Esse livro veio em levas que meus amigos repassam, doam ou circulam. Eu amei essa capa. É simplesmente apaixonante!

O marcador de livro também ganhei de presente.
 

Obra Moon (1983) de Matazo Kayama

É tanto detalhe no livro que fiquei encantada. Primeiro eu queria economizar a leitura, não queria que acabasse. Li aos poucos. O livro se passa em uma única noite. Adoro obras de um dia só. Em cada capítulo há um relógio marcando as horas. Começa 5 para a meia noite e termina 5 para às 7h. São vários personagens que habitam enquanto a maioria dorme.
Obra de Yayoi Kusama

Começa em um bar, uma jovem lê um livro. Um músico chega e a reconhece. Há muitos anos eles se conheceram em um encontro de dois casais. Os amigos iam se encontrar, uma jovem desmarcou e essa do bar vai no lugar e ignora o rapaz que iria conhecer. Fica nadando na piscina. Eles se separam e se reencontram algumas vezes na noite. Ele ensaia em um subsolo. Ela vai passar a noite nas ruas, não quer voltar pra casa. 

Obra Pink Hair de Leiko Ikemura

Essa jovem tem uma irmã deslumbrante e o rapaz só fala na irmã e na sua beleza. A jovem fica em silêncio só ouvindo e pouco interage. Muito interessante que a irmã aparece dormindo no quarto, há vários capítulos com ela dormindo. Esses capítulos flertam com realismo fantástico. É muito interessante. O livro termina com as duas irmãs dormindo juntas.



Obra O Artista e a Modelo nº 2 de Zeng Fanghi

São vários personagens da noite. A prostituta imigrante ilegal chinesa que é espancada pelo cliente. O motel para encontros, a segurança, o funcionário de tecnologia que trabalha de madrugada, as pequenas vendas que ficam abertas, seus atendentes.

Obra de Ikenaga Yasunari

Eu amei que o livro tem trilha sonora e não é só a menção da música, tem também o seu intérprete. A música que toca nos vários bares, a música que alguém está ouvindo. Foi uma delícia procurar as obras e os intérpretes sugeridos pra acompanhar a leitura.

Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 14 de abril de 2025

Wicked Little Letters

Assisti Wicked Little Letters (2023) de Thea Sharrock na HBO no Now. Que grata surpresa! Quis ver pela Olivia Colman que adoro, mesmo sendo comédia que reluto em ver. Não entendo porque falam que é comédia, eu sofri demais, chorei muito, achei muito, mas muito triste.

O filme fala muito da opressão às mulheres que já era abominável na época, mas ainda perdura e muito sobre saúde mental. O roteiro é de Jonny Sweet inspirado em uma história real. Uma mulher é acusada de enviar cartas ofensivas a honra de mulheres em um povoado. Sem provas ela acaba sendo presa. Olivia Colman é a mulher oprimida pelo pai, Timothy Spall, solteirona, que recebe as cartas. A acusada é Jessie Buckley, gosto demais dessa atriz. A personagem tem uma filha, é viúva e está em um segundo relacionamento, Malachi Kirby.

Há uma policial que não pode investigar por ser mulher pela ótima Anjana Vassan. Ela se une a moradoras pra investigar escondida. 


Beijos,
Pedrita

domingo, 13 de abril de 2025

Casa Mário de Andrade

Fui na Casa Mário de Andrade. Tinha curiosidade em conhecer esse espaço. É um belo museu, muito bem equipado, com vários itens de acessibilidade. Modernizaram toda parte elétrica, então tem boa iluminação e climatização. O espaço costuma abrir palestras e apresentações. 

A casa de Mário de Andrade era somente um desses sobrados. A Barra Funda era no passado um local de vila operária e indústrias. Hoje o quarteirão está mais isolado em meio a inúmeras grandes avenidas. Tem ainda alguns resquícios de sobrados, igualmente descaracterizados. Mário de Andrade voltou a morar com sua família em um desses sobrados onde viviam sua mãe e sua tia e foi lá que ele faleceu. Três sobrados eram da sua família, os três germinados lado a lado. O último, o da esquina era de outro morador. Após sua morte conseguiram todas as casas e transformaram  no museu bem equipado. Eu sinto falta de terem deixado ao menos uma fachada original para termos ideia. E particularmente não gosto nada desse excesso de vidros na fachada, mas o espaço já está tão descaracterizado que não faz muita diferença. 

O museu está com duas exposições. Uma é Estúdio de uma vida com os móveis de Mário de Andrade que integram o Instituto de Estudos Brasileiros, o IEB, na USP. Mário de Andrade pedia móveis sob medida, em madeira escura, confesso que achei eles sóbrios demais, escuros demais.

Ele encomendava muitas estantes para livros.

A outra exposição é Eu Mesmo, Carnaval, com figurinos de carnaval.

Mas o que eu gosto mesmo em espaços como esses são os objetos. Também gosto muito de ver como as pessoas viviam. Tanto que adorei ver as máquinas de escrever.
Gosto de cada detalhe.

O museu tem um jardim interno que estava fechado para visitantes, só era possível ver através de portas e janelas. Nesse jardim está um painel da exposição Amarelo, a obra é Toka da Onça Oka de Tamikuã Txiki.

Há várias estantes com objetos de Mário de Andrade, fotos, livros, cartas, cartões postais. São várias salas com estantes como essas e objetos.



Beijos,
Pedrita