sábado, 1 de outubro de 2022

The Outsider

Assisti The Outsider (2018) de Martin Zandvliet na Netflix. Jared Leto que quis produzir esse filme. O ótimo roteiro é de Andrew Baldwin. O filme é igualmente ótimo! Bem realizado, bem editado, com ótimo elenco! Claro que no Brasil o título tem spoiler.

O personagem de Leto está preso no Japão. Ele salva um homem que foi enforcado. Um outro pede que ele o salve e que a família dele o tirará de lá depois. A família é um grupo yakuza e ele passa a fazer parte do grupo. O filme é basicamente com homens. Os japoneses são muito machistas. E esses grupos violentos eram de homens solitários pelo perigo que representariam para sua família. Só tinham envolvimento com prostitutas. 
O elenco é incrivel: Tadanobu Asano, Min Tanaka, Kippei Shina e Shioli Kutsuna.

Beijos,
Pedrita

quinta-feira, 29 de setembro de 2022

Marighella

Assisti Marighella (2021) de Wagner Moura no TelecinePlay. Cinemão! Que filme bem realizado! Eu queria ter visto no cinema, mas com medo de passar mal publicamente com a violência não fui. E podia ter ido. É um filme inteligente, bem realizado, que conta parte da história do líder revolucionário Marighella baseado no livro Marighella O Guerrilheiro que Incendiou o Mundo do jornalista Mário Magalhães, que não li. O filme sofreu censura pra ser exibido, fizeram o que puderam pra impedir que o filme chegasse às telas. Isso porque dizemos que estamos em uma democracia. O filme já vinha sido elogiado e aplaudido nos festivais, mas não conseguia estrear no seu país de origem.
Sem ser didático, o filme contextualiza o momento histórico. E conta a história desse líder revolucionário. Como alguns negros americanos, Marighella era a favor da violência para lutar contra a ditadura, lá contra o racismo. E como nos Estados Unidos, os líderes contrários ao sistema se dividiam em usar ou não a violência. Com os atos, Marighella passou a ser considerado o inimigo número 1 do governo. Governo que torturava, matava e desaparecia com os corpos de brasileiros inocentes ou culpados, já que as violências eram praticadas sem julgamento ou defesa. Época que a pena de morte existia fortemente, mesmo que o governo negasse e ainda negue, escondendo os documentos comprobatórios.

Eu pouco conhecia a história de Marighella. A história do Brasil é sempre contada parcialmente. Não nos dão o direito de ouvir os fatos e de decidirmos por conta própria. Marighella tinha um filho e o enviou pra viver com a mãe, a atriz que interpretou a mãe do menino é a neta de Marighella, Maria Marighella. A forma como Marighella foi morto me lembrou muito aquele fato recente da família que ia de carro a um batizado. A preparação de elenco foi de Fátima Toledo e impressionam mesmo as atuações viscerais e não tinham como não ser. São momentos muito violentos e impactantes, precisavam ser intensos. 
Seu Jorge está incrível, que ator.
Mas o elenco todo é excelente. Luiz Carlos Vasconcellos, Bruno Gagliasso, Jorge Paz, Bella Camero, Humberto Carrão, Ana Paula Bouzas, Henrique Vieira, Adriana Esteves, Rafael Lozano, Herson Capri, Charles Paraventi e Tuna Dwek.

Beijos,
Pedrita

quarta-feira, 28 de setembro de 2022

Prazer, Kalinda

Assisti Prazer, Kalinda (2021) de Katarzyna Klimkiewicz na Netflix. Procurei na busca por filmes poloneses e escolhi esse. É uma biografia sobre a grande atriz polonesa Kalina Jedruski. O filme conta uma parte da vida dela, fala pouco dos inúmeros filmes que ela atuou. Vi no IMDB que ela está em vários filmes do Kieslowski, que é meu diretor preferido. Preciso rever para vê-la.

A estrutura do filme é muito genial, começando pela abertura. Às vezes aparecem uns números musicais surreais, bem construídos, muito inteligente. O filme fala da perseguição que ela sofreu de um diretor de TV que ela rejeita. Ela perde vários trabalhos. Kalina era casada com o escritor Stanislaw Dygat. Maria Deska interpreta muito bem a Kalina. Seu marido por Leszke Lichota e o diretor de TV por Bartomiej Kotschedoff.
Kalina Jedruski






Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 26 de setembro de 2022

A Casa Grande de Romarigães de Aquilino Ribeiro

Terminei de ler A Casa Grande de Romarigães (1957) de Aquilino Ribeiro da Livraria Bertrand. Eu vi uma resenha desse livro no Geocrusoé. Um amigo então comprou em um sebo em Portugal pra mim. É uma edição mais antiga que a que o Geocrusoé leu.

O marcador de livros magnético foi presente de outra amiga e veio da lojinha do Theatro Municipal do Rio de Janeiro.

Foto da Casa Grande de Romarigães

Na edição que li há um prefácio de Aquilino Ribeiro onde ele conta que quando foram reformar a casa, acharam em uma parede, papéis velhos. O autor pegou esse material e criou a obra com personagens ficcionais. São várias histórias de pessoas que teriam passado pela casa. O vocabulário é muito rico e desconhecido, precisei várias vezes recorrer a um dicionário virtual português.

Trecho de A Casa Grande de Romarigães de Aquilino Ribeiro: "Traziam um nebri e um esmerilhão ensinados na caça de volatareia, mas ainda não houvera ensejo de largá-los. Obra de meia manhã um javali saltara aos alões de uma moita de codessos."

 
Obra A Avó (1856) de António José Patrício

Gostei muito da história da portuguesa que não conseguia engravidar. Ela procurou uma curandeira, como chamamos no Brasil, que deu até conselhos realizáveis. Primeiro ela e o marido deveriam ir em uma procissão e depois namorar embaixo de uma árvore específica. A mulher explica que isso é no caso do problema ser com a mulher. Quando ela então pergunta se for com o homem, a mulher orienta a portuguesa a procurar primos. 
Eu uma das histórias um personagem está indignado com a fuga do rei ao Brasil.
A última história fala do mulherengo Telmo que acaba tendo um envolvimento bem tórrido.

Aquilino Ribeiro é um dos grandes escritores portugueses. Não localizei edições no Brasil. Não sei se já não são mais encontradas, ou se não foi editado por aqui.

Beijos,
Pedrita

domingo, 25 de setembro de 2022

Profile

Assisti Profile (2018) de Timur Bekmambetov no TelecinePlay. Não fazia ideia do que era esse filme e foi um impacto. Achei que era de aventura e é um filme fortíssimo. É baseado em uma história real de uma jornalista francesa Anna Erelle, hoje escondida, com outro nome e em proteção. Ela publicou o livro In the Skin of a Jihadist. O diretor é cazaquistão.
 

Não sei o que é de fato, mas no filme, a protagonista é uma jornalista. Ela faz um perfil falso no facebook para tentar localizar aliciadores islâmicos de adolescentes para a luta armada. Muitas adolescentes de 13 a 15 estão fugindo para Síria para serem esposas jihadistas. A jornalista se passa por uma jovem mais nova que ela, com 20 anos. Ela está sem emprego, a editora diz que compra uma matéria sobre o tema, coloca um especialista em tecnologia que entende da Síria e do idioma árabe para auxiliá-la virtualmente.
Sem um acompanhamento próximo de jornalistas, sem psicólogo, ela vai se enredando na teia. É difícil uma pessoa íntegra não passar a temer por alguém que está em uma região de conflitos, bombardeios. Hábil, ele vai mexendo com o lado afetivo e protetor da jornalista e ela vai embarcando. Eles são muito habilidosos na manipulação dos sentimentos alheios, na sedução. Imagino o risco que meninas adolescentes correm, já que são mais vulneráveis, em uma idade contestadora, em busca de uma ideia de aventura, de correr riscos. Elas não tem ideia que para os islâmicos, elas são umas vagabundas, que aceitam viajar pra casar com eles. Já que para eles, mulheres não viajam sozinhas, não conversam mesmo que virtualmente e não se expõe com desconhecidos. Eles só querem aumentar seu exército e subjugá-las a todo tipo de violência física e sexual porque são pervertidas, na visão deles. Uma pena que elas se iludam tanto. Dá muita agonia a jornalista baixando a guarda, deixando que ele veja detalhes de onde mora, saindo como convertida a locais que ele tinha conhecidos, correndo o risco de encontrar conhecidos que exporiam seu disfarce sem querer. É um filme muito angustiante. Quero muito ver o quanto foi verdade a história. A jornalista francesa diz não se arrepender, já que a ação dela fez muitos líderes serem presos, mas o preço eu acho alto demais. Está em risco pra sempre como Salman Rushdie.
O filme é todo na tela do computador, nós vemos os protagonistas sempre em vídeo um com o outro. Os dois estão ótimos Valene Kane Shazad Latif. E a jornalista fica ainda em vídeo com a editora, com o especialista em tecnologia e com o namorado, tudo meio ao mesmo tempo. Dá muita agonia ela abrindo inúmeras janelas. Ela faz um perfil falso só quando ele quer ver a tela dela, mas ela já se expôs muito antes, porque eles tem muitos hackers verificando tudo. Eu sou muito como ela, abrindo um monte de janela ao mesmo tempo. Só em vídeo que raramente falo com alguém, mas em áudio, em mensagens de áudio, escritos, postando nas redes sociais, fazendo tudo ao mesmo tempo. É muito fascinante como o filme é construído.

Beijos,
Pedrita