sexta-feira, 27 de maio de 2022

Saudade é uma Brecha no Vazio do Tempo

Assisti a peça Saudade é uma Brecha no Vazio do Tempo no Teatro West Plaza. O texto é do incrível Clovys Torres e a direção de Fernando Nitsch. Que peça linda e delicada! Muito poética!

As fotos são de Ricardo Guzzo

Clovys Torres integra o elenco com mais dois ótimos atores: Daíse Amaral e Roger Rodrigues. O trio fala do tempo, da vida, textos filosóficos sobre a existência, a saudade, tudo muito lindo! Eles também cantam.

Os lindos figurinos e cenários são de Daniel Infantini. Eu não conhecia o Teatro West Plaza. Recentemente os shoppings foram obrigados a ter teatro e tem vários agora na cidade. Esse tem duas salas. A peça fica em cartaz até 10 de junho.

Beijos,
Pedrita

quinta-feira, 26 de maio de 2022

Mudo

Assisti Mudo (2018) de Duncan Jones na Netflix. É um misto de Blade Runner, com Millenium e A Testemunha. Começa bem interessante, depois se perde bastante.

O início é em uma praia, uma criança se machuca ao mar, os pais são Amish, não permitem a cirurgia reparadora da voz e ele fica mudo. 30 anos se passam, aí é o mundo Blade Runner e seu submundo.
Ele (Alexander Skarsgard) tem uma linda namorada, que atriz linda, Seyneb Saleh, e os dois trabalham em um inferninho. Ele no bar e ela servindo as mesas. Ela desaparece e ele passa a procurá-la. O filme poderia seguir para um caminho interessante, ligado ao mundo do futuro, mas acaba indo para o caminho de relacionamento, brigas de amor, fica cansativa a perseguição só por perseguição. Vira um filme de ação banal. Uma pena, porque a premissa era boa. O elenco também é bom, ainda estão: Paul Rudd, Justin Theroux, Noel Clark, Ulf Nadrovski, Robert Sheehan, Andrezj Blumenfield, Sam Rockwell e Gilbert Owuon.

Beijos,
Pedrita

terça-feira, 24 de maio de 2022

Biblioteca Parque Villa-Lobos

Visitei a  Biblioteca Parque Villa-Lobos. Há uns anos vi uma matéria, não sabia que o parque tinha uma biblioteca e quis conhecê-la. Existe há 7 anos e eu nunca tinha ouvido falar. Bibliotecas foram as provedoras das minhas leituras por muitos anos, quando não tinha condição alguma de adquirir exemplares. Era sócia de várias. Amei que essa tem muitos títulos novos, lançamentos. Qualquer um pode ser sócio se inscrevendo e pode levar 5 exemplares pra casa e ficar por 15 dias. Pode renovar, mas não peguei detalhes e regras da renovação. Eu não leio um livro a cada 15 dias, com raras exceções, mas para livros infantis que são muitos, é uma ótima opção.

Há internet livre sem precisar logar, computadores pra usar, lugares pra ler. Há salas que podem ser usadas pra home-office, salas com televisão.

No terceiro andar há livros em braile e áudios livros. Também há computadores adaptados para deficientes visuais. Não entendi porque esse espaço não é no térreo, já que não há rampas, só escadas e um único elevador que cabe cadeira de rodas. As escadas são sinalizadas, com vários alertas para deficientes visuais.

No site oficial diz que há um Orquidário, mas não tem vidros como na foto, falam que está em reforma, mas parece totalmente abandonado, com tudo enferrujado. Disseram que tem muito tempo que não existe. No site até falam como cuidam das orquídeas que como vocês percebem não existem. Eu não sou apaixonada por esse parque que não mudou muito. Não há placas de sinalização, foi um custo descobrir que lado estavam o Orquidário e a Biblioteca que é ao lado oposto a região mais arborizada. Deixei pra outro dia seguir para o lado arborizado. Falta de comunicação é uma regra no local. Tudo falta. Tudo tem que adivinhar ou torcer pra achar alguém do parque pra perguntar. Eu levei livro pra ler, não queria ler na biblioteca porque se estava ao ar livre, queria ler ao ar livre, mas nada era aconchegante ou convidativo. Bancos ao sol e mal cuidados, pouquíssimas árvores, alguns poucos guardas, preferi vir embora. O estacionamento custou R$ 6, 50 por meia hora, R$ 13,00 por hora. Então para pegar e devolver o livro pode sair R$ 13,00 ou R$ 26,00, não compensando. Eu iria pegar um único livro a cada 15 dias, aí compensa mais comprar os livros nas feiras virtuais. Dá pra ir de transporte público, mesmo o metrô sendo perto aqui de casa, ia demorar muito porque a mudança de estação para o trem é longa e a caminhada até o parque um pouco longa também e a região perto da estação ao lado do parque não é lá muito segura. Talvez aos fins de semana seja melhor.
Dá pra alugar essas bicicletas coletivas e as tradicionais, não perguntei os preços. Uma família alugou quatro bicicletas, imagino que o passeio deva ficar bem caro. O melhor é estacionar nas ruas próximas, mas sozinho pode não ser muito seguro e levar lanches para um piquenique para reduzir os custos. Há locais pra lanches e alimentos, mas os preços eram bem salgados, muito acima de outros espaços. E os lugares pra comer feios, sem bancos, mesas, ao sol, nada simpático.

Pelo vídeo dá pra ver como o local onde fica a biblioteca é mal cuidado, sem vegetação, sem árvores, feio mesmo.

Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 23 de maio de 2022

O Estranho no Lago

Assisti O Estranho no Lago (2013) de Alain Guiraudie no TelecinePlay. Quando o Telecine passou a vender individualmente seu streaming, o do Now da Net Claro foi incrementado com vários filmes e nunca mais foi atualizado. As super estreias nunca mais apareceram por lá. Tem mais de 500 só em drama. Ao lado de uns do Bergman estava esse outro filme francês que nunca tinha ouvido falar e que grata surpresa. Que filme desconcertante, diferente e instigante! 

Um jovem muito bonito (Pierre Deladonchamps) vai a um lago. A filmagem aconteceu no Lago de Sainte-Croix, na Provença, na França e em estúdios. Aos poucos descobrimos que é um local de encontros casuais entre homens. Incrível como o filme utiliza o som ambiente, o som das pedras, das águas, pássaros, da mata, do som das caminhadas, dos carros. O rapaz se interessa por um homem (Christophe Paou) que está acompanhado. Ele vai a mata e fica olhando os casais tendo relações. As relações são ali mesmo. Ele acaba ficando com outra pessoa. Eles afastam os preservativos usados e o lixo que ficou na mata e ali mesmo, no meio da sujeira, tem relações. O filme tem cenas de sexo explícito. Há muitas reviravoltas, é impressionante! Que roteiro inteligente! Que forma diferente de contar a narrativa. 
Só sabemos dessas pessoas o pouco que elas contam e nem sabemos se contam a verdade. Dia a dia o carro chega, há outros carros estacionados, chega-se ao lago. O que acontece depois, como é a vida dessas pessoas fora daquele universo, não temos ideia e imaginamos conforme o que contam, que eu fico bem na dúvida o quanto é verdade, já que a maioria ali quer viver do anonimato. Anonimato é uma questão que incomoda. Conhecer, se apaixonar, ter relações com completos desconhecidos. Seria realmente possível?
Nesse local o rapaz faz um amigo (Patrick D´Assumção). Esse homem diz que nesse lago vai poder conversar com as pessoas. Ele terminou recentemente um relacionamento com uma mulher e fica lá no lago olhando a belíssima paisagem. Ele parece ser a pessoa com olhar mais crítico sobre o seu entorno. Muitas questões mexeram comigo, é um filme que mexe. Fiquei pensando muito sobre o universo masculino, como é diferente do feminino. Que talvez um local assim para relacionamentos casuais entre mulheres dificilmente aconteceria. Que o patriarcado é muito forte e influencia nas criações. A solidão. São muitos temas que me impactaram. A relação com a nudez e o corpo que é tão difícil no Brasil, a sensualização do corpo feminino, mas o pudor também. Falando em Brasil, em um dia o protagonista aparece com uma camisa verde amarela do Brasil, só não consegui ver o número na camiseta. 

Beijos,
Pedrita

domingo, 22 de maio de 2022

Recital do Centro de Música Brasileira

Fui ao recital do Centro de Música Brasileira na Universidade Presbiteriana Mackenzie de Alphaville. Dois músicos excelentes se apresentaram, o violonista Edelton Gloeden e o pianista Antonio Eduardo. Edelton tocou,com incrível preciosismo. lindas obras de compositores que adoro: Guerra-Peixe, Osvaldo Lacerda e Villa-Lobos.

Foto de Gal Oppido

Programa 1:

César Guerra-Peixe (1914-1993)

Prelúdios
I. Lua cheia (1968)
III. Dança fantástica (1970)
V. Ponteado nordestino (1966)

Peixinhos da Guiné (1984)

Osvaldo Lacerda (1927-2011)

Ponteio (1959)

Moda Paulista (1961)

Valsa (1961)

Heitor Villa-Lobos (1887-1959)

Prelúdio nº 1

Estudo nº 10

Antonio Eduardo é especialista na obra de Gilberto Mendes. O pianista comentou como dividiu o programa. Inicialmente com dois compositores amigos Gilberto Mendes e Osvaldo Lacerda. Depois dois compositores baianos da Universidade Federal da Bahia, UFBA, Paulo Costa Lima e Lindemberg Cardoso. Amei a obra Tindolelê do Costa Lima. E finalizou o programa miniaturas instigantes de Silas Palermo, que estava na plateia e Harry Crowl. A programação integra as comemoração dos 70 anos da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Foi um belíssimo recital e gratuito!

Foto de Renata Taormina

Programa 2:

Gilberto Mendes (1922-2916)
Largo do Chiado (2008)
Fuga Dupla (1953)

Osvaldo Lacerda (1927-2011)
Sonatina nº 3
I Con Moto Moderato
II Andante Lento sostenuto
III Comodo e con grazia

Paulo Costa Lima (*1954) – Tindolelê (2019)

Lindemberg Cardoso (1939-1989) – Relatividade IV (1982)

Silas Palermo (*1975) – 3 Miniaturas Brasileiras (2001)

Harry Crowl (*1958) – 5 Miniaturas Secretas. (2019)

 




Beijos,
Pedrita