quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Selma

Assisti Selma (2014) de Ava DuVernay no TelecinePlay. Eu vi que esse filme tinha entrado na programação do Telecine e como soube que é sobre o Martin Luther King quis ver. O roteiro é de Paul Webb. Triste período da história. O mais triste desse filme é ver como ele fala do Brasil de hoje. Diferente em alguns aspectos, algumas frases pareciam que eu ouvia ser sobre o Brasil.

Selma é uma cidade do sul dos Estados Unidos. Havia lei que permitia que os negros votassem, mas os cartórios inviabilizavam as inscrições criando todo o tipo de impedimento, de questionários. Martin Luther King vai ver se a cidade poderá ser um bom lugar para o protesto e vê a forte segregação racial. Algumas frases lembram muito o Brasil: que adianta o negro poder entrar em uma lanchonete se ele não tem dinheiro para pagar o lanche. Que adianta o negro querer estudar se não há escolas para negros. No Brasil há escolas para pessoas sem recursos, mas são muito precárias e infinitamente diferentes das escolas particulares. É só ver o número de negros que chegam as universidades. Também muitos param de estudar pela precariedade nas escolas, mas para trabalhar e ajudar a família. O número de negros jovens assassinados no Brasil é absurdo.

Martin Luther King é interpretado por David Oyelowo. Coretta por Carmem Ejogo. Eu vi um filme sobre a Coretta e comentei aqui. Oprah Winfrey está no elenco. Alguns do elenco são: André Holland, Colman Domingo, Jim France, Tom Wilkinson, Lorraine Toussaint, Henry G. Sanders, Giovanni Ribisi, Charity Jordan, Cuba Gooding Jr. e Tim Roth. Eu sempre fico chocada com o IMDB. Os atores brancos sempre aparecem antes dos negros. Nesse filme foi diferente nos protagonistas. Mas em geral o negro pode ser o ator coadjuvante, mas terá o nome lá no final depois até de alguns figurantes.

Beijos,
Pedrita

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Recital de Piano a 4 Mãos

Fui ao Recital de Piano a 4 Mãos com Sylvia Maltese (Brasil) e Paola Tarditi (Itália) do Centro de Música Brasileira no Centro Britânico Brasileiro. Foi um belíssimo recital, excelentes pianistas, lindíssimo repertório. Foi a apresentação que encerrou a Temporada 2015 do CMB. Além de ótimas as duas pianistas são muito simpáticas e falaram a cada execução um pouco das obras. Eu adoro o Gnattali, e é muito linda essa valsa, a Graziosa. Gosto demais do compositor Aylton Escobar, sofisticado, instigante, elas tocaram uma linda seresta. Adoro Villa-Lobos também e principalmente suas obras com sons infantis, essa tinha uma folia de um bloco de carnaval infantil. Espirituosa. Os ritmos continuaram e tocaram de Mignone duas danças, Lundu e Congada. Sempre quis dançar esses ritmos. Sylvia Maltese falou da importância das Brasilianas de Osvaldo Lacerda para a música pela sua diversidade, especificidade e qualidade, sem falar na beleza. Elas interpretaram três que foram compostas especialmente para Piano a 4 Mãos, a 4, a 8 e a 12. Cada uma com quatro movimentos e ritmos diferentes. A canto de trabalho foi composta com base em uma canção dos trabalhadores. Paola Tarditi veio ao Brasil e fazia um trabalho de música erudita brasileira. A Sylvia Maltese a ajudou, a amizade e o duo surgiram. O duo se apresenta no Brasil e na Itália difundindo a rica e qualitativa música erudita brasileira. A  Paola Tarditi foi ficando cada vez mais fascinada com as obras e ritmos brasileiros que descobriu. Falou inclusive do quanto acha fascinante o frevo e que é dançado com guarda-chuva. Eu adoro que os ritmos afro são compostos e inspiração para movimentos da obra de Osvaldo Lacerda. Foi um recital fascinante! Sylvia Maltese elogiou muito o Centro de Música Brasileira e disse que é um movimento de resistência e luta pela música erudita brasileira. Realmente, muitas dessas obras maravilhosas ficam praticamente desconhecidas já que são poucos os espaços para a sua difusão, com poucas matérias para estimular o interesse e poucas rádios que as tocam. Pelo menos nesse blog volte e meia falo da música erudita brasileira, sempre com alguns vídeos, então vocês que me visitam acabam conhecendo um pouquinho. Quem sabe um dia esse blog também será conhecido como um blog de luta e resistência pela música erudita brasileira. Ficaria muito honrada! E muita pretensão a minha. Ah, o recital foi gratuito e tinha bastante gente. Esse auditório é muito bonito, é um belo passeio.

Programa detalhado:

Radamés Gnattali (Porto Alegre, RS 1906 - Rio de Janeiro, RJ 1988).
Graziosa- valsa.

Nilson Lombardi (Sorocaba ,SP 1926 – 2008 )
Ciclo Miniatura
Toada, Chorinho, Acalanto, Valsa e Baião.

Aylton Escobar (São Paulo, SP 1943)
Seresta Opus Um

Villa-Lobos (Rio de Janeiro, RJ 1887 - 1959).
A Folia de um Bloco Infantil

Francisco Mignone (São Paulo, SP 1897 - Rio de Janeiro, RJ 1986).
Lundu
Congada

Osvaldo Lacerda (São Paulo, 1927 – 2011).
Brasiliana n°4
I. Dobrado
II. Embolada
III. Seresta
IV. Candomblé

Brasiliana n°8
I. Canto de Trabalho
II. Frevo
III. Abôio
IV. Terno de Zabumba

Brasiliana n°12
I. Cateretê
II. Canto de Bebida
III. Canção
IV. Maracatu

No dia gravaram uma obra que vou colocar o link do vídeo aqui.
O primeiro vídeo é das duas tocando. O segundo é com a Sylvia Maltese e outro pianista, é que é a Lundu do Mignone que queria que vocês conhecessem. Vejam como é animada! E animada estava eu quando escrevi esse post.


Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Mansfield Park

Assisti Mansfield Park (1999) de Patricia Rozema no Telecine Touch. Não era uma hora que eu ia ver um filme, estava só zapeando e vi que ia começar um nesse canal. Comecei a ver e que surpresa, é baseado no livro de Jane Austen que não li. Li várias obras dessa autora que adoro, mas esse não. A abertura e o pôster não são muito inspiradores, mas é um belo filme. No Brasil está com o péssimo nome de Palácio de Ilusões. Há outro filme e uma minissérie desse livro.

Começa com nossa protagonista criança. Ela mora com a família muito pobre perto do mar. Em uma casa imunda. Não é porque uma pessoa é pobre que precisa ter insetos pelas comidas, mesas e chãos. A mãe tem muitos filhos. Ela segue então para a casa de uma tia que tem posses porque vivem do lucro dos escravos. A família afasta da proximidade com as mulheres da casa para que ela não tome o lugar em matrimônio das filhas bem nascidas. Ela se afeiçoa então a um dos filhos da casa. A protagonista ama ler e escrever. Ama inventar histórias, inventava sempre para sua irmã desde pequena. Ela escreve muito. E claro, faz atividades domésticas na casa. A bela protagonista é interpretada por Frances O´Connor. Ela jovem por Hannah Taylor Gordon. O rapaz por Jonny Lee Miller.

É um filme muito bem realizado, com uma bela reconstituição de época. Fiquei muito curiosa em ler um livro. Dois irmãos se aproximam dessa família. Eles têm ideias mais liberais. Fiquei curiosa para saber como o livro aborda essa questão. Muito ousado. Esses irmãos são interpretados por Alessandro Nivola e Embeth Davidtz. Alguns outros são Harold Pinter, Victoria Hamilton, Justine Wadwell, Lindsay Duncan, Sheila Gish, James Purefoy e Hugh Boneville.

Beijos,
Pedrita

domingo, 22 de novembro de 2015

Saturnais

Assisti a peça Saturnais da Faz Centro de Criação na Satyrianas 2015 na SP Escola de Teatro. O texto foi de Beto Bellini e Heitor Saraiva. Foi essa peça que me levou ao evento e vi a outra de brinde. Ok, eram inúmeras peças em 78 horas ininterruptas e eu vi duas. Gostei demais do espetáculo. Eu adoro o trabalho dessa produtora. Esse ator do poster é Haroldo Costa Ferrari e interpretou um narrador.

Beto Bellini é Saturno, um pai austero que sufoca a família. Todos sempre angustiados e aprisionados a esse modelo neurótico. Adoro os personagens etéreos. O anjo ou não, o abismo. O anjo é interpretado pela Dani Brescianini.

Dico Paz interpreta o filho homossexual que não é aceito pelo pai. O irmão que o protege é interpretado por Danilo Amaral. A mãe por Samira Lochter. Gosto de todos do elenco. Nos eventos das Satyrianas o público paga o que quer. Vi que a maioria pagava R$ 2,00 por peça.

Beijos,
Pedrita