sexta-feira, 4 de março de 2016

O Menino e o Mundo

Assisti O Menino e o Mundo (2014) de Alê Abreu no HBO Family. Eu fiquei sabendo dessa animação quando foi escolhido para concorrer ao Oscar de Melhor Animação. Aí quis muito ver. Até vi que o Shopping Eldorado no dia da cerimônia ia passar em várias sessões e ia tentar ver, mas no dia anterior, olhando os filmes que iam passar vi que ia passar nesse canal, fiquei muito emocionada e pus para gravar e vi no domingo, no dia da cerimônia. Eu imaginava que não ia ganhar, já que Divertidamente, que ainda não vi mas quero muito ver, tem sido muito elogiado, mas a indicação levou essa animação a patamares muito maiores do que esperavam.

O Menino e o Mundo começa com o pai indo viajar. O menino resolve então pegar a mala e procurar o pai. A animação segue nessa busca. Me emocionei inúmeras vezes, se é que parei de me emocionar em algum momento. É lindo demais! Inicialmente o menino segue para uma plantação de algodão e a animação começa a mostrar todo o processo até a confecção das roupas. Os carregamentos em caminhões, no porto, a industrialização, as máquinas tirando os empregos das pessoas, a dificuldade da vida das pessoas.

Depois da indicação o diretor Alê Abreu passou a dar muitas entrevistas e saíram muitas matérias sobre a animação. Antes mesmo de passar o filme mostraram uma entrevista com ele. Alê Abreu comentou que como toda criança desenhava muito na infância, mas que ele continuou desenhando e desenhando muito. E assim começou a querer dar movimentos aos seus desenhos.

O que talvez tenha ajudado a indicação seja o fato da animação não ter diálogos. A música é muito predominante de Naná Vasconcelos e Emicida. No filme, o pai tocava flauta e é o som que o menino segue na busca. Os decisores do Oscar não gostam de ver filmes legendados, confesso achar isso o fim do fim, mas o Oscar é o prêmio do cinema americano, então não precisam mesmo olhar fora da caixinha. Amei a animação, não vi mais se passou em outro momento ou só se foi uma exibição especial para ter mais gente conhecendo antes do Oscar. Divertidamente custou uns 750 milhões de dólares, O Menino e Mundo custou mais ou menos 1,5 milhão de reais e foi lançado no Brasil há uns dois anos, ficando 7 meses em cartaz e eu só soube dele agora. O Menino e o Mundo foi visto em mais de 80 países e ganhou 45 prêmios.


Beijos,
 
Pedrita

quinta-feira, 3 de março de 2016

O Campeão de Dominó do Alaska

Assisti a peça O Campeão de Dominó do Alaska no Espaço Parlapatões. O texto é de Mário Viana e a direção de Aimar Labaki. Gostei demais! Surpreendente! A atualidade do texto incomoda.

Um irmão viciado em jogos volta para o Brasil. Ele estava morando nos Estados Unidos. O outro irmão cuida da mãe com Azheimer, anulou a sua vida para se dedicar a mãe. Trabalha em casa para ter mais tempo para cuidar dela, mas vive em apertos financeiros já que todo o dinheiro acabou em médicos e tratamentos. O irmão que vivia nos Estados Unidos nunca ajudou nem financeiramente, mesmo quando ganhou muito dinheiro sendo Campeão de Dominó do Alaska. O irmão perdeu a mãe no jogo e quer levá-la aos Estados Unidos.

Com ironia o texto fala das dificuldades de lidar com as adversidades de uma doença tão cruel, inclusive a dificuldade financeira que vem com a falta de assistência. Maria Eugênia de Domênico emociona como a mãe desses rapazes que também estão ótimos e são interpretados por Valdir Rivaben e Eduardo Parisi. Excelente texto e direção. O final é muito triste e surpreendente. O lado surreal do texto da peça auxilia no tema difícil. O Campeão de Dominó do Alaska fica em cartaz terças e quartas até 13 de abril. 
Beijos,
Pedrita

quarta-feira, 2 de março de 2016

Difret

Assisti Difret (2014) de Zeresenay Mehari no TelecinePlay. Não conhecia esse filme, só no final que vi que é produzido pela Angelina Jolie e lembrei que ela andava produzindo e apoiando produções que contassem as violências de países do continente africano. Esse é da Etiópia e é baseado em uma história real.

Hirut é uma menina de 14 anos que é sequestrada saindo da escola por vários homens armados. Ela é levada a um cativeiro, um deles a espanca e a estupra. Quem a espanca e a estupra irá casar com ela, o grupo o parabeniza por ser uma menina de boa família, bons genes. Em uma oportunidade que fica sozinha, Hirut  pega a arma esquecida pelo "noivo", foge correndo. Eles vão atrás, ela pede que eles deixem ela ir senão atira, atira para o alto, mas eles continuam avançando, ela atira e mata o "noivo". Ia ser morta ali mesmo, a polícia a prende. É costume que a mulher nesse caso seja condenada a morte.

A polícia faz o que pode e o que não pode para dizer que a menina é maior de idade. Uma advogada de uma associação de apoio as mulheres pega o caso e tenta a todo custo provar que a menina tem 14 anos. Consegue um comprovante de batismo, mas a polícia não aceita e pede identidade. Um modo claro de violentar mais a menina, porque nenhuma criança da aldeia tem identidade. A advogada consegue apoio de um ex-patrão importante e consegue levar a menina sob custódia pagando a fiança. A menina tem muita dificuldade de adaptação. Não conhece eletrodomésticos, dorme no chão. Hirut, por pouco estudo, tem dificuldade de compreender o que acontece. Gostei do filme colocar ela rebelde, com dificuldade de aceitar ajuda. Segue para um orfanato até o julgamento. Gostei de mostrar a advogada compreendendo a dificuldade da menina de gostar dela e aceitar ajuda. A advogada também avisa sempre a imprensa para que as notícias protejam a menina e a mantenham viva até o julgamento. Os homens da aldeia se reúnem para conversar sobre o caso, querem a menina para manterem os seus costumes de a matarem. Os homens estão revoltados que a polícia interferiu no caso e ficou contrária aos costumes do povo. Nas aldeias da Etiópia é costume sequestrar e estuprar as meninas que escolhem para casar. E acham um absurdo as leis interferirem nos costumes da aldeia.

Apesar da lei dizer que o caso  de Hirut configurava que ela matou por legítima defesa, os homens da Etiópia queriam condenar a menina à morte. A advogada revoltada, abre um processo contra o Ministério da Justiça que vem continuamente não cumprindo a lei e exige o cumprimento da lei. O caso dá muito problema, ela perde a custódia da menina, não pode mais advogar. Mas há uma reviravolta, o Ministro da Justiça é demitido, mentem que ele que abandonou o cargo, a menina é julgada inocente. É o primeiro caso na Etiópia onde uma mulher vence um caso como esse. No final contam que a advogada continuou lutando por causas como essa e Hirut passou a ajudar mulheres sequestradas e trabalhar nesse segmento. Hirut fica muito triste porque não pode mais ficar com a família porque corre risco de vida e teme por sua irmã mais nova que será sequestrada e estuprada como ela quando um pretendente a quiser. Muito triste.

As atrizes estão ótimas. Hirut é interpretada por Tizita Hargere. A advogada por Meron Getnet. Não é um filme de fácil realização por falar de muitos temas tabus naquelas culturas. Difret ganhou Melhor Filme de Ficção no Festival de Berlim e Melhor Filme Dramático no Sundance Festival.

Beijos,
Pedrita

terça-feira, 1 de março de 2016

Estúpido Cupido

Assisti ao musical Estúpido Cupido no Teatro Gazeta. Esse cartaz é da temporada no Rio de Janeiro. Assim que soube do musical no Rio comentei com a Patry do Marion que sempre falava da novela, tem o LP, adorava a trilha sonora. E ficamos muito felizes da peça vir para São Paulo. E não é que eu ganhei dois convites? Patry adorou e fomos juntas. Adoramos. É bem nostálgico. O texto é de Flávio Marinho e a direção de Gilberto Gawronski.

Os personagens de Estúpido Cupido se encontram anos depois, se reúnem pelo facebook para organizar uma festa. Tetê, personagem de Françoise de Forton, é a mais animada para unir o grupo, mas no dia desiste, preocupada com o que vão achar do tempo que passou, fazer perguntas. Tetê se separou de Frank, casaram foram felizes, mas se separaram e ela nem quer saber de vê-lo. Ela deseja mesmo ver Teddy, o da lambreta que ela teve um breve romance.
Foto de Ricardo Brajterman

Na versão em São Paulo mudaram os atores que fazem o Teddy e o Frank. O Teddy é o lindo Luciano Szafir e o Frank o Renato Rabelo, que está ótimo cantando Frank Sinatra. Gostei do recurso de fazer um grupo, praticamente um coro, com jovens que representavam o grupo quando eram jovens. Estão muito parecidos com os atores, cantam muito bem. O Teddy chega com uma jovem, muito jovem namorada, adoro essa atriz, Carla Diaz, fazem duas brincadeiras na peça de seus trabalhos, de seu personagem na novela Rebelde e quando criança no Clone, I shá lá. Ela está ótima com seu figurino agarrado, chamando a Tetê de senhora e tia, boas risadas.

Do lado de fora do Teatro Gazeta há uma exposição com fotos da carreira de Françoise de Forton. No final do musical vieram com um bolo em comemoração aos 50 anos de carreira da bela e talentosa atriz. Essa foto é da época do Estúpido Cupido que era preta e branca. Na foto estão Maria Della Costa, Leonardo Villar e Françoise de Forton. No musical e na novela a atriz participava de um concurso de miss e ganhava, claro.

Os números musicais são uma graça, vários da trilha sonora da novela como Banho de Lua da Celly Campello, Biquini Amarelinho e a clássica Estúpido Cupido que dá nome a novela. O musical inseriu outras canções.

Gosto muito da atriz que faz a rival de Tetê, a bela Sheila Matos. Ótima Clarisse Derzié Luz, gosto dessa atriz também, ela faz a Aninha do Biquini Amarelinho.

Ainda no elenco Luísa Viotti, Julia Guerra, Ryene Chermont, Ricardo Knupp e Mateus Penna Firme. Há uma banda que fica no palco liderada por Guilherme Viotti. A direção musical é de Liliane Secco. Colocaram um tripé para ficar acima dos atores. Estúpido Cupido fica até 20 de março no Teatro Gazeta. Quem tem Porto Seguro paga meia.

Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Kingsman - O Serviço Secreto

Assisti Kingsman - O Serviço Secreto (2014) de Matthew Vaughn no TelecinePlay. Faz tempo que vi que existia esse filme na programação do Telecine, não fazia ideia do que se tratava, não era esse pôster bacana, era um bem confuso. Um dia resolvi ver e foi uma grata surpresa. É um delicioso filme de aventura. Confesso que algumas bobagens me incomodaram, mas as artimanhas de um ultra serviço secreto me divertiram. Kingsman é inspirado nos quadrinhos de David Gibbons e Mark Millar.

Colin Firth é um Kingsman. Todos andam de ternos a prova de balas. Um garoto rebelde, filho de um ex-Kingsman, é cogitado para passar por fases para ser um Kingsman. A trama é bem mirabolante. O rapaz é interpretado por Taron Egerton que é bem fraquinho.

Samuel L. Jackson é o vilão, adorei a personagem que é seu braço direito. Ela tem pernas de facas e é interpretada por Sofia Boutella, adorei essa atriz.

Michael Cane interpreta o chefe dos Kingsman. Mark Strong o treinador. A garota que está quase apagada na trama é interpretada por Sophie Cookson. Os segundos finais são de um mal gosto atroz. Não achei graça alguma na piada do rapaz com a princesa, interpretada por Hanna Alström.

Beijos,
Pedrita

domingo, 28 de fevereiro de 2016

Mão na Luva

Assisti Mão na Luva (2013) de José Joffily e Roberto Bomtempo no Canal Brasil. Faz tempo que gravei esse filme, estava assistindo e a gravação cortou o final. Demorou bastante para o canal passar novamente e eu gravar. Agora foi em um horário mais fixo, mas mesmo assim fiquei olhando se continuava gravando, garantindo o final. Dessa vez deu certo.

Eu tinha adorado esse texto do Oduvaldo Viana Filho quando vi uma peça e comentei aqui. O texto é de 1966. É um excelente texto sobre o final de um relacionamento. Passa na noite da separação com lembranças, discussões, amores. No filme também mostram as cenas do que contam, o que não acontece com a peça.

Eu adoro esses atores, Miriam Freeeland e Roberto Bomtempo, mais talentosos e lindos que nunca. É incrível, a relação passa por várias fases. Começa com a decadência, as intolerâncias, as indiretas, mas eles lembram como se conheceram, no período do encantamento, a atriz nessa fase está mais solar, cabelo cumprido. São dez anos de relação, eles têm filhos. Também passa a dificuldade profissional do marido, um jornalista em crise profissional também. Eu gosto muito de filmes intimistas e é um bom caminho em época de crise. Não pode ser o único, mas um respiro de sobrevivência enquanto tudo não se equilibra. O filme é incrível, gostei de tudo!

Beijos,
Pedrita