sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Les Revenants

Assisti a série Les Revenants (2012) de Fabrice Gobert no Mais Globosat. Eu vi no Now pelo controle remoto. São 8 episódios. A série é baseada no filme francês de mesmo nome. Eu procurava uma série para ver. Já tinha visto tudo o que está disponível da Game of Thrones. Fiquei olhando o que tinha, adoro esse gênero, de filme de fantasminha e descobri uma incrível série. Vi muito rapidamente, tal a minha curiosidade.

Começa com um ônibus indo para uma excursão e cai em uma ribanceira. Anos depois, a menina que morreu no acidente sai da ribanceira com a mesma roupa, perfeita, e volta para a casa. Aos poucos outros vão voltando. É muito interessante porque ela tem uma irmã gêmea. Quando vai viajar ela e a irmã são iguais, interpretadas pela mesma atriz, Yara Pilartz. Quando ela volta a irmã está adulta, agora interpretada por Jenna Thiamcomo, mas ela continua uma adolescente. Lindas as meninas que fazem essas irmãs, aparece inclusive elas crianças e a menina é igualmente linda interpretada por Alma Arnal.
 Lindinho demais o ator que faz o Victor, Swann Nambotin. Ele interpreta com um olhar frio, assustador. Há momentos tensos, e ele não mexe um músculo. Está incrível. Ele se aproxima de uma personagem, é linda a história dos dois, ela é interpretada por Céline Sallete. Incrível porque mostram a personagem no passado, sexy, altiva, segura. Agora é uma mulher encurvada, silenciosa. 

Todas as histórias são complexas, cheias de segredos. Simon é interpretado por Pierre Perrier. A bela Adèle por Clotilde Hesme. Assustador o personagem do policial que vigia Adèle sem ela saber, interpretado por Sami Guesmi. Eu teria medo dele, não do morto que apareceu. E uma graça a menina que faz a filha de Adèle, interpretada por Brune Martin.

Muitos atores conhecidos aparecem como Guillaume Gouix que faz o Serge, irmão de Toni e com uma história tenebrosa. Toni é interpretado por Grégory Gadebois. Outro ator conhecido é Frédéric Pierrot. Ana Giardot intepreta Lucy que acaba costurando muitas histórias. Vi que tem uma segunda temporada, mas não está no Now. Tenho olhado no Mais Globosat, mas por enquanto não vi na programação. Quero muito ver! Também quero ver o filme que originou a série. A abertura é linda, a trilha sonora é linda. Les Revenants ganhou Emmy Internacional de Melhor Drama em 2013.

Beijos,
Pedrita

quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Eta Mundo Bom!

Assisti a novela Eta Mundo Bom! (2016) de Walcyr Carrasco na TV Globo. Eu adoro esse autor, mas não gostei do começo da novela. A direção é de outro incansável, o Jorge Fernando. Eu e minhas amigas achamos que eram muitos personagens mau caráter, até mesmo os que diziam ser bons. Mas com o tempo passei a amar, estou com saudade da novela. Nós passamos a gostar quando entrou a parte urbana da novela, quando apareceu o dancing e os personagens urbanos.

Foi na parte urbana que surgiu a maravilhosa Maria, interpretada lindamente por Bianca Bin. Ela está noiva, vai apresentar ao pai austero, mas o moço morre em um acidente de carro. E ela está grávida. O pai, interpretado incrivelmente por Tarcísio Filho, expulsa a filha de casa. A integridade dessa personagem em toda a trama é emocionante. Lindo o amor dela com Celso, interpretado brilhantemente por Rainer Cadete. O quanto passa a proteger a sua protetora.

Outros personagens preferidos eram a doce Eponina, da incrível Rosi Campos, e sua sobrinha Mafalda, pela jovem e talentosa Camila Queiroz. A história do cegonho é uma graça. Em novelas de Walcyr Carrasco sabemos que muitos casamentos não vão acontecer, em geral na igreja, regados a muito pastelão. Muitos vão ser jogados no chiqueiro. Mas que delícia! Como me divirto nessas cenas mesmo sabendo o que vão acontecer. Quero sempre mais!
Adorava as mulheres mais velhas empreendedoras. Várias e com personalidades diferentes. Camélia, interpretada pela incrível Ana Lúcia Torre, era a dona da pensão e exímia costureira, criava a neta muito doente. Paulina, com a ótima Suely Franco, de caráter duvidoso, era dona do Dancing, que cantava de vez quando, excelentes números.  Gostei que ela encontra um antigo amor do passado, interpretado por Flávio Migliaccio e eles vivem uma linda história de amor com casamento de vestido branco e tudo, mesmo ela tendo sido mãe no passado e continuar bem fogosa. Emma, interpretada por outra atriz que adoro, a Maria Zilda Bethlem, moderna, dona de uma loja de roupas prontas. A novela mostra essa mudança de comportamento, quando as mulheres ricas passaram a preferir roupas prontas a comprar tecidos e mandar fazer. Emma usa roupas muito modernas. E por último, Anastácia, com a incrível Eliane Giardini, que assumiu a fábrica de sabonetes da marido. Tudo bem que essa tinha um responsável pela fábrica. Amava as cenas na fábrica de sabonetes, sonhava com uma caixa de sabonetes como aquelas.

Muito triste a trama da Gerusa, interpretada docemente pela linda Giovanna Grigio. Amada incondicionalmente por Osório, interpretado pelo excelente Arthur Aguiar. Ele contracenava no núcleo cômico também, era vendedor de loja, mas sincero demais, amava as pérolas que ele soltava. Excelente texto! Tinham duas histórias difíceis. A da Gerusa com leucemia e de desfecho trágico.

E a do Claudinho, interpretado brilhantemente por Xande Valois. Trama esperançosa. Cadeirante, ele faz uma cirurgia e volta a andar. Gostei desse equilíbrio, onde nem tudo sai perfeitamente na vida. O personagem do pai, Araújo, pelo lindo Flávio Tolezani, também foi incrível. Os textos eram incríveis, já que ele com a desculpa de salvar o filho rouba mais do que precisava. Ele tem muitos discursos tentando justificar o injustificável. Textos sobre moral, que são incríveis. Amei o discurso de Olga, personagem da Maria Carol, que vai cuidar do menino. Ela tinha sido dançarina do Dancing e diz ao pai do menino que viu muitas pessoas indo aos poucos fazendo coisas erradas, e não conseguindo mais voltar ao caminho certo. Belo texto! Passei a gostar muito dessa atriz.
As crianças eram demais. Amava a fadinha interpretada pela lindinha Nathália Costa. E JP Rufino que fazia o Pirulito. Linda a história dele. Ele chique, era uma graça. E cresceu tanto no período da novela que quase passou a Eliane Giardini em tamanho. Mistérios misteriosos eram os bebês, o da Maria nunca crescia. Fofo demais o filho da Dita, interpretada pela Jeniffer Nascimento com o Quincas, por Miguel Rômulo, esse casal que vivia fazendo respiração boca a boca era uma graça.
E os figurinos de Sandra, que sonho. Eram vestidos, detalhes, lindos demais. Adorava os detalhes verdes escuros nos figurinos. Falaram que a personagem da Flávia Alessandra era parecido com o de Alma Gêmea, não concordo. As duas eram vilãs, mas a de Alma Gêmea era amarga. Vivia em um pequeno quarto com a mãe, amava platonicamente. Era amarga, recalcada e infeliz. Sandra era mais solar. O que estragava Sandra era a ambição desenfreada. Mas ela curtia e vivia bem no luxo, no lindo quarto, sempre comprando vestidos que a tia nunca negava. Era muito unida ao irmão. E amou e foi amada profundamente pelo Ernesto, interpretado muito bem pelo Eriberto Leão. Sandra queria sempre mais, mas vivia intensamente. Inclusive era uma mulher liberada sexualmente. Sim, ela seduziu o Araújo para que ele participasse de um plano, mas parecia realmente seduzida por ele. Sandra vivia intensamente. Comprou o carro que queria, as roupas que queria. Era a falta de limites que estragava, mas era uma mulher feliz ao seu modo, diferente da frustrada de Alma Gêmea. Além dos lindíssimos vestidos e acessórios, Sandra teve mais de um vestido de casamento.

Adorei o desfecho da Clarice. Ela era dessas amigas incríveis, que podemos contar sempre. E sua lealdade foi compensada. Ela ganhou da Filomena as joias, deu entrada no dancing e passou a gerenciá-lo. Também o Ferrugem passou a cortejá-la. Muito merecido. Adoro essa atriz, Mariana Armellinni. Filomena foi interpretada por Débora Nascimento e Candinho por Sérgio Guizé, esse personagem parecia que tinha problemas mentais.
Muito engraçado o Romualdo, ele enlouquecia com os personagens do Pancrácio. Romualdo foi interpretado por Marcio Tadeu de Lima e Pancrácio por Marco Nanini. Uma vez quando os dois estavam no quarto,anini de mulher e Romualdo se declarando e Nanini que era homem, divertido Romualdo dizer que não tinha importância. Eu não gostava das explicações para os personagens estelionatários do Nanini.

Eu adorava o detetive interpretado divertidamente por David Lucas. Ele só aparecia na trama para ser enviado pelos vilões para um lugar mais distante e exótico que o outro. Eram tantas loucuras que vivia, que quando voltava achavam que ele tinha ficado maluco. Fiquei triste que a trama dele não teve um desfecho. 

Eu gostei muito do desfecho da Diana com o Pato. Os dois não valiam nada, praticamente impossível eles ficarem bons daquele jeito, mas não importa, ficou lindo na ficção. E que personagem para a Priscila Fantim. Ela arrasou. Tarcísio Filho também estava incrível. Rômulo Neto também estava muito bem como o filho que no início parecia bom, mas vai ficando mal e gostando de ser mal. Gostei da complexidade do personagem. 

Eram muitos atores do elenco: Elisabete Savala, Ary Fontoura, Dhu Moraes, Anderson di Rizzi, Kleber Toledo, Claudio Tovar, Mauro Mendonça, Guilhermina Guinle, Marcelo Argenta, Rosane Gofman, Kenya Costa e Debora Olivieri. Ai que saudade!

Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Lucien Lacombe

Assisti Lucien Lacombe (1974) de Louis Malle no Arte 1. Louis Malle está entre meus diretores preferidos. Coloquei pra gravar e vi. Infelizmente eu vi o texto antes do filme, agora sei que não posso ver antes, porque contou o filme todo. Não é um filme fácil, nosso protagonista se aproxima ou de fato é um psicopata. Amoral, ele começa matando animais com a maior facilidade, chega a ser insuportável.

Ele é um rapaz com pouco estudo, vive com a mãe em uma casa no campo no interior da França. Estamos na Segunda Guerra Mundial. Lucien Lacombe tenta entrar para os resistentes, não é aceito. Ele não quer voltar ao trabalho no hospital. Ele limpa os quartos, em um hospital de freiras. A mãe insiste, no caminho ele é envolvido, vai parar em um hotel, se encanta com a fartura daquela vida e não pensa duas vezes em delatar o homem que recusou ele nos resistentes. Estava bêbado, poderia se arrepender depois, mas não. Acho normal ver o homem preso e sendo torturado. Sempre indiferente, nem os gritos do conhecido o incomodam.

Acho que ele passa a colaborar com os alemães pela vida confortável que pode ter, carros, mulheres, champagne, ternos. Tanto que quando ele se encanta por uma  moça, ele leva champagne para ela. Ele a viu em uma fila aguardando os racionamentos de alimentos, em vez de levar compotas, ele leva garrafas de champagne e acha que está arrasando. Antes do filme contam que ele se apaixona por uma judia. Não sei, não me pareceu. Acho que ele também queria possuir aquela família. A moça era loira de olhos claros, culta, dava status a ele tê-la. O pai era um importante alfaiate, bem vestido, acho que ele queria pertencer a aquela família para ter status. Para continuar galgando socialmente como vinha fazendo. E ele é tão desinformado, que ser informante alemão não combinava pertencer a uma família judia. Mas como um informante admirava o alfaiate, ele queria aquela família para si. Tanto que ele abusa do poder que acha que tem. 

O rapaz está incrível, sempre frio, indiferente ao sofrimento alheio. Ele foi interpretado por Pierre Baile que atuou em poucos filmes, morreu logo depois em um acidente de carro. A jovem judia é interpretada por Aurore Clément, o pai dela por Holger Löwenadler. Esse filme custou muito caro a Louis Malle já que mostrava jovens franceses trabalhando para os alemães, como traidores. O diretor foi muito criticado por mostrar traidores. Mas é um filme complexo, me lembrei o tempo todo da teoria a banalidade do mal da Hannah Arendt. Lucien Lacombe ganhou muitos prêmios: Melhor Filme na Academia Britânica de Cinema, no Sindicato Francês de Críticos de Cinema e Bafta.
Beijos,
Pedrita

domingo, 28 de agosto de 2016

Concerto do Centro de Música Brasileira

Fui ao concerto do Centro de Música Brasileira no Centro Britânico Brasileiro. Dois grupos se apresentaram. Primeiro de piano, Helenice Audi e violino, Constança Almeida Prado. Elas interpretaram compositores que adoro. Começaram com uma linda obra do Fernando Cupertino. Que valsa maravilhosa do Osvaldo Lacerda. Adorei que também interpretaram Claudio Santoro que tanto gosto. Finalizaram com obras do surpreendente Almeida Prado.

Programa Duo Almeida Prado:

Fernando Cupertino - Seresta para violino e piano ´
Osvaldo Lacerda - Valsa para violino e piano
Cláudio Santoro - Sonata nº 4  (Allegro, Adagio e Allegro)

Almeida Prado - Sonata nº 4 “da Ressurreição” (Allegro Appassionato e Adagio. Como orquídeas orvalhadas e Presto 

Depois apresentou-se o Quarteto Novas Tendências com uma formação muito original, dois pianos e duas percussões. Eu adoro percussão. Entre os instrumentos de percussão estavam vibrafones diferentes, adoro esse instrumento. O quarteto é formado por Rodrigo Vitta e Arlete Tironi Gordilho aos pianos e Roberto Saltini e Douglas Maiochi na percussão. Eles convidaram um trompetista, o Wagner Felix. Eu também adoro esse instrumento. No repertório interpretaram várias obras do Rodrigo Vitta, uma a abertura da ópera Poranduba do Villani-Côrtes e uma do Amaral Vieira. E que maravilha que foi o Rondino do Osvaldo Lacerda. Nessa que participou o trompete. Concerto belíssimo e gratuito!
Essa foto do quarteto é de Luciana Aith.

Programa do quarteto:

Amaral Vieira: Diálogos

Rodrigo Vitta: Realidade 
Voltei 
Paisagens Brasileiras nº 2 – Cerrado 
Paisagens Brasileiras nº 12 – Serra da Canastra 

Edmundo Villani-Côrtes: Poranduba 

Osvaldo Lacerda: Rondino 


Beijos,
Pedrita