sábado, 9 de abril de 2022

What Happened, Miss Simone?

Assisto ao documentário What Happened, Miss Simone? (2015) de Liz Garbus na Netflix. Entre as minhas cantoras preferidas, estava ansiosa. Ela é maravilhosa! Gostei que o filme não economizou nas músicas e com vídeos dela cantando.
 

Nina Simone no New Porter Festival (1968) Foto de David Redfern/Redferns

Eu não sabia que Nina Simone tinha sido pianista clássica, antes de ter esse nome artístico. Aos 4 anos começou a estudar piano, Chopin, Bach e muitos compositores clássicos. Aos 19 mudou-se com a família para ingressar na universidade que não a aceitou por ser negra. Ela precisava então sustentar a família, já que todos se mudaram por ela, então ela passou a tocar em bares e virou esse fenômeno. Logo suas músicas dispararam. A universidade deu Doutora Honoris Causa depois pra ela. 
Nina casou-se com um militar que abandonou a carreira pra cuidar da dela. Ótimo empresário, passou a ver a cantora como uma mercadoria, só queria faturar. Fez Nina Simone ter uma agenda exaustiva, insana. Eles tiveram uma filha que Nina se queixava de tê-la distante. Além disso ele era violento. Mas Nina o amava e não conseguia sair daquela relação tóxica.

Nina Simone envolveu-se na luta pelos direitos civis após crianças serem assassinadas em Mississipi. Seu marido claro que não gostou, no filme ele diz que ela começou a perder dinheiro e por esse motivo jogou sua carreira fora, era um mercenário. Infelizmente a luta pelos direitos civis e os conflitos familiares vão consumindo-a, sua ira vai consumindo-a, até que finalmente ela consegue se libertar e foge. Vai viver no continente africano, na Libéria. Um tempo depois busca sua filha, mas ela passa a ser muito violenta com a filha que aos 14 foge para viver com o pai. Nina, decadente, vai pra Suíça tocar em um bar de quinta. Seus amigos músicos a salvam e ela volta a fazer turnês na Europa até a sua morte. Viva Nina Simone!

Beijos,
Pedrita

sexta-feira, 8 de abril de 2022

À Melancolia de Susano Correia

Fui a exposição À Melancolia de Susano Correia na galeria Objectos do Olhar. Que lindas obras! São 80 trabalhos entre pinturas a óleo, esculturas, gravuras e desenhos. O autor tem uma forma de olhar o indivíduo e seus pensamentos, inclusive seus conflitos, gostei muito!

Essa obra é Homem brincando de ser só

Obras Retrato da Angústia, Homem lotado de referências, sem espaço para si mesmo, Homem brincando de ser só e Homem carregando o peso de pensar no que sente de Susano Correia

As obras de Correia são cheias de sentimentos, angústias, um rasgar da alma. É impossível ficar indiferente. Ela doem, machucam, expõe o mais profundo do nosso interior.

Foto de João Melo

Obra Todos a bordo do meu vazio de Susano Correia

São telas, esculturas, desenhos, com seus títulos enigmáticos, que vão nos envolvendo e corroendo por dentro. A mostra À Melancolia fica até domingo e é gratuita.

A simpática galeria Objectos do Olhar fica no Baixo Augusta, em um charmoso prédio. Foi inaugurada durante a pandemia. Acho surpreendente quem consegue fazer cultura nos tempos mais difíceis, onde a cultura do país foi abandonada a própria sorte. Corajosos esses que conseguem inaugurar e provocar em tempos tão insuportáveis, onde estamos todos como as obras de Susano Correia, gritando e pedindo socorro.

Foto de Wilton Oliveira



 
Beijos,
Pedrita

quarta-feira, 6 de abril de 2022

Quo Vadis, Aida?

Assisti Quo Vadis, Aida? (2020) de Jasmila Zbanic no TelecinePlay. Esse filme entrou na grade de programação porque passou em um festival, acabou ficando. O filme é baseado no livro do sobrevivente bósnio Hasan Nuhanovic que quero ler. Eu sabia que seria dificílimo de ver e adiei, mas com receio de ser retirado da grade, assisti. Não foi nada fácil até porque estamos em momentos insanos de guerra, uma guerra sempre é insana, então é horrível ver algo que igualmente fere os direitos humanos e mortes injustificáveis, principalmente de civis. O ser humano é torpe. Parei de ver várias vezes e só voltei porque sei da necessidade de fatos históricos abomináveis jamais serem esquecidos.

É sobre a guerra da Bósnia. Os militares sérvios chegam em Srebenica em 1995. Milhares de civis seguem então para para as bases na ONU na região para buscar abrigo. Alguns dentro da sede e inúmeros fora. Começa então uma negociação absurda que não quer conciliação. Os sérvios começam então a dizer que vão retirar os civis e levá-los a um lugar seguro. Separam os homens das mulheres e executam sumariamente 8373 homens rendidos e desarmados, a maioria bósnia muçulmana. A abominável chacina ficou conhecida como o Massacre de Srebrenica. Em 2004 o Tribunal Penal Internacional declarou genocídio.
O filme impressiona. Pra acompanharmos esses horrores, seguimos Aida, uma tradutora, seu marido é um conciliador, então os dois vão as negociações e começam a perceber que tudo é uma farsa, mesmo que tudo que seja dito dê a entender que todos civis serão protegidos, eles vão percebendo e obtendo informações que isso não está acontecendo. 

A tradutora tenta desesperadamente incluir o marido e os dois filhos nas listas que ela se encontra para serem salvos com ela, desconfiando que se eles forem com os civis terão um destino trágico igual. Ela pede até ao médico que inclua os três na lista do hospital e o médico diz a ela que os doentes não estão chegando ao hospital. Imaginem! Nem os doentes, mesmo as guerras sendo absurdas, há um mínimo de regras.

Jasna Duricic impressiona, que atriz. É desesperador a luta dela para proteger sua família e questionar as ordens, que interpretação. O filme vem ganhando muitos prêmios.

Beijos,
Pedrita

domingo, 3 de abril de 2022

Orphan Black - 1ª Temporada

Assisti a 1ª Temporada da série Orphan Black (2013) de Graeme Manson e John Fawcett no Paramount +. Eu olhava o que tinha esse canal, incrementaram bastante o acervo e me deparei com essa série. Deve ser a séria "todo mundo viu menos eu". Adorei! Inteligente, interessante!

A protagonista está em uma estação de trem irritada ao celular. atrás uma mulher tira os sapatos, elas ficam frente e frente e descobrem que são iguais. A que tirou os sapatos joga-se na frente do trem, a outra pega a sua bolsa. A protagonista está com problemas, então resolve pegar a identidade da que morreu e mal sabia na fria que ela se meteu, maior ainda da que estava metida. Ela descobre que não era só aquela igual a ela e sim várias outras. A trama é muito inteligente, bem editada. Tatiana Maslany está excelente como todas as clones, imagino a dificuldade de interpretar cada uma, as caracterizações, os temperamentos.

Ela não sabia nada da outra. O namorado (Dylan Bruce) aparece, ela tinha pesquisado pouco, e eles se envolvem fortemente. Só com o tempo que ela descobre que o relacionamento deles não ia bem, se é que foi algum dia. Pra piorar, a que morreu era policial e a outra não sabe nada da profissão. Gostei demais de todas as outras clones. Curiosa com as próximas temporadas.

Beijos,

Pedrita