Terminei de ler
O Amante de Lady Chatterley (1928) de
David Herbert Lawrence. Comprei esse livro da coleção da
Editora Abril em um sebo por R$ 2,00, inacreditável não. E é um desses livros que se acha em lojas por baixo custo. Gostei bastante, mas
Filhos e Amantes ainda é o meu preferido.O livro foi proibido um pouco depois de ser lançado por ser considerado pornográfico. Até acho que as relações sexuais do livro tenham incomodado, mas não duvido que o mais tenha incomodado foram duas questões, uma por ser uma relação entre classes sociais muito diferentes, onde a mulher deseja escolher o amante pobre ao marido bem nascido. E outra questão pelo fato dela querer abandonar o marido, mesmo ele sendo paraplégico e por ela não ter pena, nem achar que deva algum tipo de obrigação. Não duvido que essas questões tenham chocado muito na época, talvez até mais do que alguns detalhes da relação sexual dos dois.
Tela de
Edmund Blair Leighton
Também deve ter incomodado o fato do casal ter conversado sobre ela conceber um herdeiro com outro homem e que o marido confiava em seu bom gosto. Eram textos revolucionários pra época. Se hoje talvez ainda causem alguma estranheza, que dirá naquela época.
Achei curioso O Amante de Lady Chatterley igualmente falar em minas de carvão como em Filhos e Amantes. Devia ser um universo comum para o autor, já que ele relata em bastante detalhe esse tipo de atuação e sobre cidades muito pequenas que vivem em torno das minas.
Eu não vi nenhuma adaptação dessa obra para o cinema.
Obra
Dolce Far Niente (1904) de
John William Godward
Anotei alguns trechos de O Amante de Lady Chatterley de David Herbert Lawrence:
“Vivemos numa época essencialmente trágica; por isso nos recusamos a tê-la como tal.”
“Havia padecido tanto que sua capacidade de sofrer se esgotara.”
“Tanto arriscara a vida e estivera tão perto de perdê-la, que o que dela lhe restava adquirira um valor imenso. O brilho dos seus olhos revelava o seu orgulho de não estar morto depois de tantas calamidades. Lá por dentro, porém, muita coisa morta marcava o seu desastre –muitos sentimentos mortos. Clifford tornara-se insensível.”
As obras ilustradas são de dois pintores ingleses que viveram no mesmo período que o autor do livro: Edmund Blair Leighton (1853-1922) e John William Godward (1861-1922)
Ralph Vaughan Williams é um compositor inglês (1872 - 1958)
Música do post: Stadsknapenkoor-Gorcum_MC1994_09_O-taste-and-see_Vaughan-Williams_PART-II_Orgelimprovisaties-5-themas_organist-Nico-D-Blom
Beijos,
Pedrita