A novela reconstituiu a Pequena África onde viviam negros libertos ou cativos. O casal líder foi interpretado pelos maravilhosos Dani Ornellas e Rogério Britto. Triste demais a história do casal Mari Sheila e Alan Rocha. Eles desaparecem e Mãe Cândida tem uma visão deles mortos. Dom Lú era muito amigo de Dom Pedro II e sua visão pacifista incomodava. Ele perdoava muito os horrores da realeza com os escravizados, mas era implacável com os seus.
Eu adorava alguns casais como Lupita (Roberta Rodrigues) e Batista (Ernanin Moraes). A trama da Lupita não teve final em represálias às denúncias de racismo nas gravações. A trama da Lupita tinha erros graves, ela era cativa porque o seu "dono" não a vendia, mas ela tinha cativas. Sim, mulheres negras libertas costumavam ter cativas, mas Lupita não era liberta, então suas cativas eram na verdade de seu "dono". O mesmo caso do imóvel que Lupita herda, era do seu "dono". Tudo o que os cativos ganhavam eram dos seus "proprietários". Por uma gama de erros na novela, vários mostrando o branco salvador, a trama contratou uma consultoria para regravar cenas e mudar contextos, mas alguns erros passaram.Foi uma grata surpresa o casal Dolores e Nélio interpretados brilhantemente por Daphne Bozaski e João Pedro Zappa. Linda também a transformação da personagem da Paula Cohen.
O casal protagonista foi interpretado pelos belos Gabriela Medvedovski Michel Gomes. Ela tornou-se a primeira médica do Brasil, na época as faculdades não aceitavam mulheres, então ela estudou nos Estados Unidos. Samuel tornou-se engenheiro. Teve a Guerra do Paraguai e surgiu a figura histórica da Ana Neri (Cyria Coentro), enfermeira. Adorava os atores que interpretaram Solano Lopez, Roberto Birindelli e sua amada Lana Rhodes.
O elenco era bem extenso. As princesas adultas foram interpretadas por Giulia Gayoso e Bruna Griphão. Seus cônjuges por Daniel Torres e Gil Coelho. Eu não me incomodo muito com licenças poéticas em novelas, mas Nos Tempos do Imperador passou um pouco da conta nas liberdades nos personagens históricos, principalmente com excesso de textos de amor romântico não praticado na época. Dom Pedro II não era abolicionista e a Princesa Isabel não era tão inoperante, entre outras alterações. O Barão de Mauá foi interpretado por Charles Fricks e José de Alencar por Alcemar Vieira. Ainda no elenco estavam: Augusto Madeira, Bel Kutner, José Dumont, Heslaine Vieira, Gabriel Fuentes, Alexandre Nero, Maicon Rodrigues, Cinnara Leal, Lu Grimaldi, Raffaeli Casuccio e Jackson Antunes. Apareceram brevemente da novela anterior: Viviane Pasmanter, Guilherme Piva e Ingrid Guimarães.
Há algumas obras que tentam diminuir as lacunas da história do Brasil. Eu li alguns, comprei mais um recentemente e quero ler das cartas entre o imperador e a condessa. Vou colocar as postagens aqui de alguns que li:
No final a novela fez uma linda homenagem ao Museu Nacional que pegou fogo em 2018. Selton Mello, como professor nos dias de hoje, conta que Dom Pedro II nasceu na Quinta da Boa Vista que depois transformou-se no Museu Nacional. Lá uniram seus acervos, já que Teresa Cristina era uma grande colecionadora e igualmente Dom Pedro II. O professor lembrou que no incêndio 85% do acervo se perdeu e que atualmente o museu tenta se reconstruir com a ajuda de alguns empresários, mas que continua precisando de ajuda para poder ser restaurado.
Beijos,
Pedrita