sábado, 11 de julho de 2015

Som e Fúria

Assisti em DVD Som e Fúria (1959) de Martin Ritt. Eu comprei esse DVD da Coleção Folha Grandes Livros no Cinema. É baseado na obra de William Faulkner, autor que adoro, então antes de ver fui atrás do livro que li e comentei aqui. É uma péssima adaptação do livro. Resolveram romancear, fazer um filme charmoso. A decadência e o ódio estão ali, mas tudo atenuado, com direito a final conservador e feliz. Decepcionante!

O livro é um dos mais cultuados e famosos do Faulkner. Todo entrecortado temos dificuldade de entender a trama, em que tempo está. O filme suprime vários momentos em outros tempos, resume em um só, em algumas frases fala um pouco do passado. E o filme é totalmente linear. Joanne Woodward faz a adolescente, mas a atriz está com 29 anos. Soa muito falso. Yul Brynner faz só um tutor austero, fica muito longe do violento Jason do filme. Ethel Waters interpreta a velha empregada negra da família decadente. Jack Warden, o parente que não fala. Suprimiram totalmente o trauma que o fez ficar calado. O homem que a moça se apaixona é interpretado por Stuart Whitman. E a mãe por Margaret Leighton. A trilha sonora é outro equívoco. Algumas canções de jazz angustiantes combinam, mas as obras adocicadas ficam forçadas.

Beijos,
Pedrita

sexta-feira, 10 de julho de 2015

CD Ernesto Nazareth

Ouvi o CD Ernesto Nazareth de Nicolas de Souza Barros. Eu adoro esse compositor, queria muito esse CD. E adoro violão, Nicolas de Souza Barros toca em um violão de oito cordas. O CD foi gravado na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. É tão lindo esse CD! Emocionante!


Ernesto Nazareth viveu entre 1863-1934, foi pianista e compositor brasileiro, nasceu no Rio de Janeiro. No CD falam que Nazareth escreveu 97 tangos, 29 polcas e 43 valsas. Para o piano escreveu 211 peças. Entre os ritmos de suas obras estão o choro, fandango, lundu, maxixe e habanera. As obras de Nazareth são muito reproduzidas, inclusive no universo popular. Suas composições podem ser ouvidas ilustrando minisséries, novelas, etc. a Execução do Odeon permeou por muitos anos o meu universo.

Faixas: 

1. Batuque 
2. Confidências 
3. Carioca 
4. Atrevidinha 
5. Tenebroso 
6. Famoso 
7. Improviso 
8. Floraux 
9. Marietta 
10. Não me fujas assim 
11. Odeon 
12. Nenê 
13. Fon-Fon 
14. Coração que sente  

Beijos,
Pedrita

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Mãos Vazias

Assisti Mãos Vazias (1971) de Luiz Carlos Lacerda do Canal Brasil no Now. Achei alguns filmes no Now pelo controle remoto do acervo do Canal Brasil. Esse foi o primeiro filme de Luiz Carlos Lacerda e último filme de Leila Diniz que morreu após a queda de um avião, voltando de um festival de cinema para promover esse filme. Mãos Vazias é baseada na obra de Lúcio Cardoso, escritor que recentemente aprendi a adorar. Essa obra não li.

As cenas de Mãos Vazias parecem pinturas. Com uma narrativa muito lenta. As falas parecem de narradores, declamadas. Um casal vive os dilemas em uma fazenda. A mulher sofre com o filho doente. Muito interessante o texto quando fala da cidade pequena de Vila Velha, a falta do que fazer, e os comentários da vida alheia. O filme mostra aquele tempo que o tempo era longo, as tardes longas, onde as pessoas ficavam sentadas juntas à mesa, conversando ou não. Longas caminhadas pelo campo. Alguns outros do elenco são: José Kleber, Arduíno Colasanti, Ana Maria Miranda, Irene Stefânia, Nildo Parente e Hélio Fernando. Ótima trilha de Jaceguay Lins.



Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Culpados

Terminei de ler Culpados (1890) de Kate Chopin da Editora Horizonte. Eu fui ao sebo Livraria Acervo e o dono comentou comigo dessa coleção. Ele sabe que eu gosto de ler livros de escritoras. Nunca tinha ouvido falar dessa. E amei a obra! Fiquei muito impacta de ver o quanto essa autora é feminista. Eu tinha lido livros de autoras engajadas, intelectuais, escritoras, que questionavam o papel na sociedade. A americana Kate Chopin (1850-1904) tinha uma vida aparentemente convencional. Casou com um fazendeiro, teve filhos. Há fotos dela no livro, inclusive da capa. Era uma mãe com seus filhos. Ela fica viúva e assume brilhantemente o comando da fazenda.

No final há uma breve biografia da autora. Sua avó se separou em 1800 e teve um filho depois sozinha. Culpados é incrível. Começa quase como uma biografia, a mulher fica viúva e assume muito bem o comando da fazenda. Há vários pontos diferentes na obra, que transgridem o pensamento da época, até mesmo atual. Um serralheiro vai morar próximo a fazenda e quer casar com a fazendeira. Ele é divorciado e ela pergunta porque ele se divorciou. É muito interessante como a autora relata a postura dele, ele se achava um herói por ter se livrado da ex-mulher. Já a fazendeira fica indignada. Esse homem se divorciou assim que a mulher ficou bêbeda após perder um filho. Ele acaba procurando essa ex-mulher e casando novamente. Uma postura até revolucionária no Brasil de hoje onde muitos homens abandonam mulheres grávidas, adolescentes grávidas, só cumprindo com dinheiro. Kate Chopin escreveu várias obras, muitas foram censuradas.

Beijos,
Pedrita