Terminei de ler O Turista Acidental (1985) de Anne Tyler. Comprei esse livro em um sebo por R$ 6,00. Eu não me identifiquei muito com essa obra, todos os personagens são muito neuróticos. E o protagonista não era muito cuidadoso com animais, teve um momento que foi difícil seguir em frente. Mas por sorte melhora um pouco, fica menos neurótico e mais interessante. Gostei, mas não me apaixonei. Nosso protagonista acabou de se separar. Ele e a esposa se tornaram estranhos depois que o filho deles morreu. Cada um esperava do outro uma outra reação. Ele se fechou em copas, tentou não pensar e falar. Ela achou que ele esqueceu e foi indiferente e desejava que ele estivesse mais próximo e carinhoso. Antes de começar a ler eu tinha vontade de ver o filme, agora não estou tão empolgada. Ele escreve guias para turistas, mas é tão metódico, parece ter TOC, que não sei como seus guias possam ajudar. Ele não gosta de viajar, não aceita uma única mudança, mesmo que o lugar fique decadente, não gostaria de seus guias.
Obra Archi-tectural Still Life (1978) de Charles Rain
Trechos de O Turista Aciden-tal de Anne Tyler:
“Deveriam ter passado uma semana na praia, mas nenhum dos dois estava a fim e resolveram voltar antes.”
“Algumas vezes pareciam mais rivais, implicando um com o outro, discutindo a respeito de quem deles era o melhor.”
Tanto o compositor, quanto o pintor são americanos e criaram suas obras no período próximo a publicação do livro.
Youtube: John Adams: Violin Concerto (2001) - Ending
Assisti ao recital de Edelton Gloeden no SESC Ipiranga. O violonista fez um brilhante recital dentro do projeto Movimento Violão, que promove apresentações do instrumento na cidade de São Paulo e interior. Eu gosto muito da escolha do repertório, com obras pouco apresentadas por violonistas, fora a interpretação primorosa. São compositores de vários países, os espanhóis Alonso Mudarra - Libro de musica en cifras para vihuela: Pavana de Alexandre, Gallarda e Diferencias sobre Conde ClarosFantasia X que contrase la harpa en la manera de Ludovico, Manuel de Falla - Homenaje, pour le Tombeau de Claude Debussy, Julián Orbón - Preludio y danza (1950) e Frederic Mompou - Cançó i dansa nº. 13. O uruguaio Abel Carlevaro - Campo (Prelúdios americanos). E os brasileiros: Camargo Guarnieri - Valsa-chôro n.º 1 (1954) e Ponteio(1944), Ronaldo Miranda - Appassionata(1984) e Heitor Villa-Lobos - Estudo nº 11 (1929), Prelúdio nº 3 (1940) e Estudo nº 10 (manuscrito de 1928). Adoro essas obras de Villa-Lobos e Camargo Guarnieri. E fiquei impressionada com a beleza e complexidade da obra de Ronaldo Miranda. Senti falta no repertório de uma obra de Leo Brower. Foi um belíssimo recital gratuito.
A foto é de Gal Oppido. Youtube: Trio Opus 12 (Suite Retratos- Radamés Gnattali/Parte 2)
Assisti Mr. Vingança (2002) de Park Chang-Wook no Telecine Cult. Eu queria muito ver esse filme, é o primeiro de uma trilogia realizada na Coréia do Sul. Sabia que era pesado, mas imaginava que era como os filmes do Tarantino, mais irreal. Mas Mr. Vingança vai nos destruindo por dentro. A violência é a linguagem pra falar de questões sociais profundas. Sofremos praticamente o filme todo. As abordagens são tensas, trágicas e sem solução. Me identifiquei muito, porque lembram muitos dramas brasileiros de um país que abandona seus cidadãos. Apesar de ter ficado muito deprimida com a complexidade de Mr. Vingança quero ver os outros da trilogia porque é sensacional, mas vou tentar programar pra ver em dias que estou mais preparada.
O elenco todo é muito bom: Kang-ho Song, Ha-kyun Shin, Doona Bae e Ji-Eun Lim.
Assisti ao programa Espellho no Canal Brasil. Foi o primeiro desse ano com o Wagner Moura. Quem entrevista é o Lázaro Ramos. Eu adoro esses dois atores, gosto muito desse programa. Eles começaram juntos na Bahia e protagonizaram um dos meus filmes preferidos, Cidade Baixa. O formato está um pouco diferente. Lázaro Ramos leva o Wagner Moura de carro a um café. Vão e voltam conversando. Eu já tinha visto anteriormente vários trechos de outras edições desse programa, no ano passado Lázaro Ramos entrevistou muitos convidados que falavam de negritude, de movimentos, lutas, eram bem interessantes.
Wagner Moura falou muito do filme que gosto Deus é Brasileiro, que foi o primeiro trabalho do ator no cinema, onde ele aprendeu bastante, por vários motivos, já que viajavam pelo Brasil. Diferente de muitos trabalhos onde a gravação acaba e cada um volta para a sua vida, a sua casa. Em Deus é Brasileiro eles ficavam juntos e ele achou muito produtivo esse convívio. Também teceu muitos elogios a Antonio Fagundes. Wagner Moura falou muito sobre a peça Hamlet. Passaram cenas de Deus é Brasileiro, Hamlet eCidade Baixa, pena que desse último pouco falaram, queria muito saber detalhes e impressões dos dois sobre esse belíssimo trabalho. Wagner Moura falou sobre fé e religião, que ele acha que cada um é um pouco Deus. Quando Shakespeare escreveu uma bela frase foi deus naquele momento, mas logo não é mais, mas outro será por breves momentos. Bela entrevista!