Terminei de ler
Complexo de Portnoy (1969) de
Philip Roth. Eu comprei esse livro no ano passado por R$ 7,00 em um
sebo, não é dessa linda edição da capa que coloquei aqui, é de uma edição do extinto
Círculo do Livro. Inclusive nessa edição que li não tem o artigo O no título. O nome original é
Portnoy´s Complaint. O novo custa entre R$ 38 e R$ 49. O estilo de
Philip Roth é bastante complexo e
Complexo de Portnoy é bem entrecortado. Começa com nosso protagonista criança, apaixonado pela sua mãe e assim vamos acompanhando o seu crescimento, mas a narrativa não é linear. Nosso protagonista tem uma fixação sexual. Ele vê o mundo sempre pelo lado sexual. Mesmo na infância.
Philip Roth mostra bastante a evolução do olhar a cada fase da vida, com o amadurecimento e conhecimento nesse segmento. Não me identifiquei com a obra. Tinha gostado bem mais de quando li
Fantasma Sai de Cena. Essa obsessão do personagem pelo sexo foi bastante cansativa na minha leitura.
Obra
La Virge (1969) de
Man RayEm 1969 é revolucionário falar tão abertamento de sexo, muitos usaram essa linguagem para quebrar tabus e mostrar a sexualidade e perversões da sociedade. Há muitos autores com linguagens similares nesse período como Nelson Rodrigues e José Celso Martinez Corrêa no teatro. Só que hoje esse tema banalizou. A abordagem do Philip Roth transcende, mas não consigo ver com os olhos de quem leu no período do lançamento.
Philip Roth aborda ainda uma família judia. Sempre a família pensa em doenças devastadoras a qualquer problema físico. As relações são sempre muito dramáticas. Esse aspecto existe igualmente na família católica, nesse caso mais voltado a culpa e ao pecado. O câncer em 1969 é o grande temor, acho que ainda é, mas outras doenças hoje surgiram para somar a esse temor ao trágico.
Obra Periscope (1963) de Jasper Johns
Eu anotei alguns trechos de Complexo de Portnoy de Philip Roth
“Durante o meu primeiro ano de escola, minha mãe estava tão profundamente encravada em minha consciência que eu julgava que cada uma das minhas professoras era ela disfarçada.”
“Não, ele não gostava nem um pouco de ser olhado de cima. Trabalhava como um cão, para um futuro que não estava destinado a ter.”
“Profissionalmente estou encaminhado, está certo, mas na vida particular, o que tenho para mostrar? Crianças parecidas comigo deveriam estar brincando neste chão? E por que não estão? Por que qualquer idiota há de ter filhos e eu não?”
“Ah, ter vinte anos e desprezar a amante – o primeiro puro frêmito de sadismo em relação a uma mulher! E o sonho com as futuras mulheres.”
“Como vim a ser inimigo e tão severo crítico de mim mesmo? Tão sozinho! Oh, tão sozinho! Nada senão o eu!”
Os pintores são americanos como o autor e as obras foram finalizadas no período que o livro foi lançado. Isaac Hayes também é americano e viveu entre 1942 e 2008.
Música do post: Isaac Hayes - Hyperbolicsyllabicsesquedalymistic
Beijos
Pedrita