sábado, 15 de junho de 2024

O Beco do Pesadelo

Assisti O Beco do Pesadelo (2021) de Guillermo del Toro no Star+. Só depois que estava assistindo que vi que é desse diretor, entre os meus preferidos. Foi aí que entendi o lado absurdamente sombrio do filme que é baseado no roteiro homônimo de William Lindsay Gresham de 1946. Tem um filme de 1947 com esse roteiro.

Um homem aparece à noite em uma cidade, segue um anão (Mark Povinelli) que vai ao circo, lá começa a pedir pequenos serviços. Ele é o ótimo Bradley Cooper.


 

Willem Dafoe é o dono do circo que se aproveita do gosto mórbido das pessoas por aberrações. Boa parte dos números são horrendos, maltratam pessoas.

O homem misterioso que chega se aproxima de um casal que faz truques de vidência. Se envolve com a mulher e começa a aprender com o marido o ofício. O elenco é todo incrível, ela é Toni Collette e o marido, David Strathairn.
Ele convida a linda e pura jovem de Rooney Mara para ir embora com ele fazer shows de vidência em teatros, hotéis. Os dois melhoram consideravelmente de vida. Entra a segunda parte do filme.

Eles estão melhor de vida. Ele está entediado, e em um dos shows conhece um homem muito rico e uma psicanalista por Cate Blanchett. Com a ajuda dela, eles passam a dar golpes de vidência em pessoas milionárias. É um filme muito desesperançoso e triste.
A direção de arte é belíssima, lindíssima fotografia. É um belo filme.
A trilha sonora é inacreditável! Várias canções foram pras minhas playlists no Spotify.
Beijos,
Pedrita

sexta-feira, 14 de junho de 2024

Miss Scarlet & The Duke - 1ª Temporada

Assisti a 1ª Temporada da série Miss Scarlet & The Duke (2020) de Rachael New no Film & Arts. O canal tem feito comerciais avisando da série, fiquei curiosa. Tinha um receio em romancear a época, mas é bem realista.

A protagonista, pela ótima Kate Phillips, sempre viveu sozinha com o pai que é detetive. E com ele desde criança aprendeu muito do ofício e sempre foi fascinada pelas investigações e técnicas. O pai dela não é mais o mesmo, é alcoólatra, está endividado. Até que ele morre. A jovem passa a trabalhar no ofício, mas sofre resistência da sociedade que não quer contratar uma mulher. Quando acabam cedendo recusam a pagar. Se pensarmos que até hoje os salários das mulheres são infinitamente inferiores aos dos homens, imagine no passado.
O amigo da família é o Duke, um investigador da Scotland Yard, pelo ótimo Stuart Martin. Mas ele se recusa a ajudar a jovem, já que concorda que mulheres não devem trabalhar. Ele cede desde que ela esteja no lugar que mulheres devem estar. Ele pede que ela se infiltre entre as sufragistas. O texto é muito bom, a direção de arte é impecável. São só quatro episódios. O canal já começa a disponibilizar os capítulos da segunda temporada, mas na busca reparei que a série já está na quarta temporada.
Bejios,
Pedrita

quarta-feira, 12 de junho de 2024

Indiana Jones e a Relíquia do Tempo

Assisti Indiana Jones e a Relíquia do Tempo (2023) de James Mangold na Disney. Foi o primeiro filme que vi nesse streaming e estava bem animada apesar das críticas negativas.

Tinham criticado muito o Indiana Jones jovem, no começo até não me incomodei tanto, mas tinha que ser menos. Foram 20 minutos, aí começa a ficar muito, mas muito esquisito. Pra explicar a trama, bastava um pouco. Esticaram demais e como tem cara de animação, fica muito esquisito.
E como o roteiro é chato. Parece que é o mesmo autor de Velozes e Furiosos. É corrida um atrás do outro nas 2h23. Longo, desnecessário e chato, mas muito chato. Há um artefato que começa lá na Segunda Guerra Mundial e um nazista. Indiana Jones torna-se professor e está prestes a se aposentar. Aí começa um corre corre ora o nazista tem o artefato, ora o Indiana Jones. É corre corre a pé, de carro, de barco e pasmem, de avião, isso mesmo. Tem: siga aquele avião!!! Acho que o roteirista pensava em ação e já tentava criar uma nova corrida entre mocinho e bandido. Sem criatividade alguma. A de carro são dois carros lindos de época, superpotentes e o Indiana em um tuk tuk conseguindo correr junto. Eles roubaram um tuk tuk, mas ele quebra, tem um monte de carro em volta, mas o Indiana vai consertar o tuk tuk. Como boa parte das ações não são indicadas para atores, muito menos com mais de 80 anos, é dublê demais. Acabamos percebendo a maioria e perde todo o charme.
Mads Mikkelson é o vilão. É pra ser um momento de revelação o motivo do vilão quer voltar no tempo na época de Hitler. Ele diz que não quer evitar que Hitler seja morto, porque ele sabe de todos os erros do líder e vai fazer melhor. Ai quanta bobagem. Os personagens parece que saíram de sanatório. Não tem inteligência alguma e ainda o roteiro subestima o público.

Phoebe Waller-Bridge é a chata afilhada do Indiana Jones. Nada carismática, que personagem mala. O pai é o maravilhoso Toby Jones que só aparece no começo com o Indiana fake. Ethan Isidore faz outro personagem chato. Ele é o ladrãozinho do filme, só quer fazer algo errado, como é chato. Os pequenos roubos dele são pra rir, estou esperando a risada chegar. Antonio Banderas faz uma participação vergonhosa.


No finalzinho eles entram em uma caverna e eu pensei, agora vai. Nada. Tudo é rápido, nem dá pra saborear, e se der três minutos é muito. Logo corta pra corrida de avião, aquela do siga aquele avião. 


Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 10 de junho de 2024

Arcano 17 - Os Surrealistas e a Guerra

Assisti a peça Arcano 17 - Os Surrealistas e a Guerra no CEU Tiquatira. A direção é de Esther Góes. Eu amo espetáculos com textos literários, nesse são poesias de Guillaume Apollinaire  (1880-1918) e André Breton (1896-1966). Os dois poetas passaram por guerras, então seus textos trazem dramaticidade, dor e densidade.

Fotos de Luciano Alves

Ariel Borghi interpreta brilhantemente os dois poetas que possuem características muito diferentes. Eu tinha visto dois espetáculos com o ator, que comentei aqui, mas não lembrava que ele tem uma voz tão potente com ótima dicção. Gostei muito! Os textos de Breton são ácidos, irônicos. Ele viveu bem mais que Apollinaire e é o escritor do Manifesto do Surrealismo.

Trecho de um poema de Breton

Os perigos anteriores foram ricamente repartidos
e mal extintos os carvões no abrunheiro bravo das
sebes
pela serpente coral que sem custo passa
por um delgado
filete de sangue seco
na lareira profunda
sempre e sempre esplendidamente negra

Apollinaire foi a guerra e sofreu um grave ferimento que teve várias sequelas, muitas cirurgias e tratamentos. O poeta escreveu muito na guerra, em seus caderninhos.

Poema de Apollinaire.


Esse espetáculo tem sempre conversas ao final com Ariel Borghi e Esther Góes. Eles contaram que foi na pandemia que a ideia do espetáculo começou a ser realizada. Como eles não podiam encontrar ninguém, eles tiveram que se bastar, comentou Esther. Ariel Borghi é muito ligado a poesias e poetas, então escolheram esses dois. Apollinaire morreu muito cedo da gripe espanhola.

A peça Arcano 17 - Os Surrealistas e a Guerra vai ser apresentada em vários CEUs da zona leste, no mês de junho, sempre gratuitos. Em julho estará em cartaz no Teatro Sérgio Cardoso, com ingressos a R$ 40.00.

Junho nos CEUS da Zona Leste – Grátis!


Dias 11 e 12 de junho, terça-feira e quarta-feira, às 19h

CEU São Miguel – Luiz Melodia

Rua José Ferreira Crespo, 475 – Jardim São Vicente, Zona Leste, São Paulo-SP – 08021-480

Dia 17 de junho, segunda-feira, às 19h30

CEU Parque Veredas – João Antonio da Silva

Rua Daniel Muller, 347 – Chácara Dona Olivia, Zona Leste São Paulo-SP – 08141290

Dia 19 de junho, quarta-feira, às 19h30

Ceu Parque São Carlos

Rua Clarear, 141 – Jardim São Carlos, Zona Leste, São Paul-SP – 08062590

Dias 22 e 23 de junho, sábado, às 18h30 e domingo, às 17h

CEU Vila Curuçá 

Av. Marechal Tito, 3.452 – Vila Curuçá, Zona Leste, São Paulo-SP – 08160495

Julho

De 5 a 28 de julho

Sexta e sábado, às 19hs – domingo, às 18hs

Teatro Sérgio Cardoso – Sala Paschoal Carlos Magno – Ingressos a R$ 40,00 e meia entrada

R. Rui Barbosa, 153 – Bela Vista, Centro, São Paulo – SP, 01326-010


Eu sempre fico encantada com as infraestruturas dos CEUs em São Paulo. Esse é dos grandes que são os mais antigos, sempre tem teatros. São vários prédios, em uma região extensa, muito bonito.
Essa é a Biblioteca Doutor Dirceu de Paula Brasil. O significado de Tiquatira é cisterna amontoada ou caixa d´água, mas o nome do CEU se deve ao Parque Linear Tiquatira, com vegetação da mata atlântica que fiquei muito querendo conhecer, mas tenho que me animar porque é muito longe, mais de uma hora de carro.

Não há vídeos do espetáculo, escolhi um com uma entrevista com Ariel Borghi e Esther Góes.

Beijos,
Pedrita