sábado, 22 de julho de 2023

La Fanciulla Del West

Assisti a ópera La Fanciulla Del West de Giacomo Puccini no Theatro Municipal de São Paulo. Isso mesmo, uma ópera faroeste. Eu estava curiosa, é um drama, com libreto equivocado de Guelfo Civinini e Carlo Zangarini. Apesar de trágica eu acabei rindo e me divertindo, porque é muito improvável a história que romantizou o garimpo. 

Uma jovem que nunca beijou é dona de um bar em um garimpo. Ela vive armada, mas não seria difícil ser rendida e estuprada. É inspirada na corrida do ouro na Califórnia, mas não há prostitutas, ela é a única mulher, casta e pura, faz-me rir. Um bandido aparece e eles se apaixonam. O roteiro é baseado na peça de David Belasco.
A música linda é tocada pela Orquestra Sinfônica Municipal, regida por Roberto Minczuk. Como nessa versão não há mulheres, só tem a protagonista e sua empregada, o elenco é praticamente todo masculino. Há muitas cenas com o excelente Coral Lírico Municipal masculino. Belíssimos cenários de Renato Theobaldo.

No dia que fui a austríaca Martina Serafin interpretou a protagonista. O tenor foi o argentino Gustavo Lppez Manzitti. O policial, Lício Bruno. Andreia Souza fez a empregada. Os outros personagens foram cantados por Paulo QueirozAndrey MiraJohnny FrançaEduardo GóesIsaque OliveiraMárcio MarangonFernando de CastroEduardo TrindadeDiógenes GomesMax CostaRafael ThomasSérgio RighiniMarcelo Ferreira Miguel Geraldi. A direção cênica foi de Carla Camurati.

Beijos,
Pedrita

quinta-feira, 20 de julho de 2023

O Cântico dos Nomes

Assisti O Cântico dos Nomes (2019) de François Girard na Netflix. O filme é baseado no livro do jornalista Norman Lebrecht, sobre um violinista prodígio que desaparece.

Os pais deixam o filho com uma família em Londres pra desenvolver a arte de tocar violino. Lá tem um garoto de praticamente a mesma idade. Os dois ficam muito próximos. É a época da Segunda Guerra Mundial, a família do violinista volta pra Polônia e ele fica muito preocupado com eles. Eu achei que o ator dessa fase Luke Doyle é violinista. E ele realmente é. Toca muito bem. Os outros encenam. Ele é interpretado depois por Jonah Hauer-King e por Clive Owen. Bem ruins as cenas do Clive tocando, dá pra ver claramente que não é ele, dá muita agonia.
Tim Roth faz o amigo que começa a busca. Os outros atores que interpretam ele mais jovem são Misha Handley e Gerran Howell. É um bonito filme! O violinista podia ter voltado depois, mas fez questão de ficar sumido, mas também viveu uma história trágica. Triste o amigo não conseguir se desligar de quem os abandonou. Fica obstinado mesmo em saber o que aconteceu. Eu sou assim também. O Cântico dos Nomes é a canção judaica que judeus cantavam pra guardar nomes de judeus mortos na guerra, para que não fossem esquecidos.
Beijos,
Pedrita

terça-feira, 18 de julho de 2023

Evandro Teixeira. Chile 1973

Fui a exposição Evandro Teixeira. Chile 1973 no Instituto Moreira Salles. Pronto, nosso passeio finalizou com essa exposição. As fotos são do baiano que foi enviado ano Chile após o golpe militar no país para fazer registros para o saudoso Jornal do Brasil. Até existe parcialmente virtualmente, mas continuamos saudosos desse grande jornal. As fotos seguem depois para o Brasil no período da ditadura, muitas fotos são icônicas. A curadoria é de Sergio Burgi. 
As fotos são belíssimas, em painéis enormes, que bela montagem. Eu fiquei bastante impactada que essa foto artística maravilhosa estava junto com outras na capa do jornal.

Eu tenho fascínio por fotografia, em registrar um momento que nunca mais vai voltar. Hoje é mais fácil qualquer um fotografar, mas mesmo assim, os registros se perdem. O 007 já gosta do inusitado na foto. Uma mostrava militares na função, enquanto um cachorro placidamente dormia ao chão. Eu também fico pensativa em imaginar que os idosos registrados em 1973, não estão mais vivos e que foram eternizados na fotografias. 

Muitas das fotos da exposição já vimos de alguma forma principalmente porque são fotos históricas. Essa icônica com esse estudante sofreu fake news em 2020 e o IMS escreveu um texto no facebook de repúdio que está aqui.


Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 17 de julho de 2023

Fotografia Habitada

Fui a exposição Fotografia Habitada - Antologia Helena Almeida, 1969-2018 no Instituto Moreira Salles. Depois da exposição no Sesi, eu e o 007 seguimos para o IMS. Gostei demais dessa mostra. A curadoria é de Isabel Carlos. Helena Almeida (1934-2018) era portuguesa.

Além de ver a exposição, eu gosto muito de ver como a mostra interage e reflete nas outras pessoas. O que mais gosto na arte é que cada um tem uma sensação diferente. Eu ficava muito incomodada com a ordem das obras, eu achava que estavam sempre do fim pro começo. Parecia spoiler eu ver o fim antes. O 007 achou que tanto faz, que a obra dava pra ver tranquilamente de um lado ou outro, de uma sequência ou outra. Eu já ficava incomodada por achar que estava ao contrário.

São 120 obras. Gostei muito da exposição Fotografia Habitada que fica em cartaz até 24 de setembro e é gratuita.

Beijos,
Pedrita

domingo, 16 de julho de 2023

Aurora

Assisti Aurora (2018) de Yam Laranas na Netflix. Sim, eu voltei a ter Netflix, foi presente do 007, um cartão pré-pago, muito legal. Foi muito fácil habilitar. Queria estrear essa nova temporada de Netflix em grande estilo e como sábado é dia de fantasminhas, perdi um século tentando escolher um filme a altura das comemorações. E como escolhi bem! Apesar de ser catalogado como terror, Aurora é um filme desconcertante por abordar principalmente a imigração. Gosto muito quando diretores usam o sobrenatural pra abordar questões urgentes. O tempo todo eu lembrava a frase que o fundo do mar está repleto de imigrantes mortos. 

O filme é filipino e as locações são belíssimas, com fotografia deslumbrante. É em uma praia. Começa com uma equipe tentando resgatar náufragos de um navio que está virado perto da praia. Os familiares estão em uma casa que era uma pousada para quem quisesse pescar ou aproveitar o lugar. As equipes falam que não acharam mais ninguém, todos os que estão na casa vão partindo, ficam duas irmãs. Uma bem jovem e uma criança.
A jovem está determinada em achar mais corpos. Um pouco porque ela não quer se mudar do lugar e também porque oferecem um bom dinheiro por cada corpo que encontrar. Mas depois por determinação mesmo. Coisas estranhas começam a acontecer na casa, ela passa a ter sonhos sufocantes e acha que deve procurar os mortos.

Anne Curtis é belíssima! A irmã é Phoebe Villamor. Lindo também o amigo da protagonista, Marco Gumaboa. Com o dinheiro que ela tinha e a promessa de pagamento ela consegue algumas pessoas que tinham barco pra vasculhar a região. E em silêncio, porque a guarda costeira proibiu. A maioria da cidade está partindo, sem o turismo na região, sem a pesca, não terão mais sustento. Lojas fechando. 

As cenas, os efeitos especiais são bem fracos, quase toscos, mas o filme é tão profundo, que é irrelevante!

Beijos,
Pedrita