sexta-feira, 22 de junho de 2018

The Beguiled

Assisti The Beguiled (2017) de Sofia Coppola no TelecinePlay. Eu amo essa diretora, entre as minhas preferidas atualmente. Esse filme é baseado na obra de Thomas Cullinan e já teve uma adaptação em 1917 com Clint Eastwood que eu não sei se vi. No Brasil essa adaptação está com o nome de O Estranho Que Amamos, até que é razoável.
Sofia Coppola tem um olhar muito feminino e surpreendente. Suas obras mostram muito detalhes do cotidiano, pequenos gestos, olhares. É uma diretora milimétrica. Por The Beguiled ganhou prêmio de Melhor Diretora no Festival de Cannes.

Uma menina encontra um homem na floresta. Ele está muito ferido e ela leva pra onde mora. Ela vive em um internato. É a época da Guerra Civil Americana. As meninas que puderam ir embora pra casa partiram. Ficaram algumas meninas, e a diretora que é rígida. Uma professora mais doce. Mas todos os sentimentos são escondidos, até mesmo pela época. Tudo é velado e silencioso. 

É muito engraçado ver a mudança de comportamento de todas com a chegada do "inimigo" já que ele é do lado contrário ao delas. Elas passam a se arrumar mais, a arrumar desculpas para vê-lo. The Beguiled é boa parte do tempo muito delicado e bonito. 

Ele quer a todo custo ficar lá, é um desertor e não quer nem voltar a guerra nem a prisão. Ficamos o tempo todo entender o sentimentos de todos eles, se são verdadeiros. A ambiguidade dos personagens é impressionante. Era maldade? Proteção? Quem era verdadeiro? The Beguiled tem uma reviravolta mais pro final e fica bastante tenso, quase difícil de assistir. Grande filme e que elenco. Todos os personagens são difíceis e de difícil interpretação. Colin Farrell é o estranho. A diretora é interpretada pela Nicole Kidman. A professora por Kirsten Dunst. Rivaliza com elas a personagem de Ellen Fanning. As meninas também são excelentes: Oona Laurence, Angourie Rice, Addison Riecke e Emma Howard. Gostei que a maioria dos figurinos de Stacey Battat são brancos, nudes, cremes, raramente com cores. Belíssima casa que escolheram para as locações. E belíssima iluminação e fotografia de Philippe Le Sourd.


Beijos,

Pedrita

quarta-feira, 20 de junho de 2018

Deixei Ele Lá e Vim de Elvira Vigna

Terminei de ler Deixei Ele Lá e Vim ( 2006) de Elvira Vigna da Companhia das Letras. Eu amei essa capa de Kiko Farkas, mas fiquei aborrecidíssima com a orelha do livro, por sorte nunca leio antes, porque contou o livro todo e seus segredos, absurdo. Não sei como a editora permitiu isso. Eu queria muito ler essa autora que tem recebidos tantos elogias e boas críticas. Estava muito curiosa. Escolhi esse sem ler muitos detalhes. Quando comecei a ler achei fascinante o estilo e fui pesquisar um pouco da vida dela e me surpreendi.

O texto tinha uma compreensão dos caminhos que mulheres transitam, trajetórias muito surpreendentes. Um olhar rebelde e na foto da escritora não encontrei esse submundo. 

Obra La Mère Engloutie (1997) de Gilda Vogt

Há uma protagonista que narra a trama. Ela está em hotel, na verdade no bar do hotel. Ela conta pouco, mas vamos sabendo que ela fez uns trabalhos no hotel, dormiu com alguns homens. É muito interessante como ela conta a questão do dinheiro, como se tivesse sido uma ajuda de uma amigo porque ela estaria precisando. E veio outro amigo do amigo. Como se fosse ajuda não pelo sexo, mas que vinha depois do sexo. Como fica muito tarde, ela dorme escondida em uma espreguiçadeira, já que não há mais transporte público no horário. Ela tudo vê. É muito surpreendente a forma como essa autora constrói as frases, fascinante. O livro é bastante surpreendente!

Não aconselho que vejam o vídeo antes de ler.

Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 18 de junho de 2018

Baarìa

Assisti Baarìa (2009) de Giuseppe Tornatore no Max. Coloquei esse filme pra gravar faz tempo. É um belo filme! Quem amou Cinema Paradiso vai amar esse. Eu gosto dos dois, mas o estilo saltitante do diretor, principalmente em momentos sérios, não me atraem. Baarìa é uma cidade da Itália. Começa com o garoto e suas traquinagens. Daquele tempo que as ruas eram de terras, só tinham casas, a infância era nas ruas e as crianças também faziam pequenos serviços quando eram pobres como o protagonista. Primeiro ele vai ajudar um senhor a levar ovelhas, depois ele levava a vaca nas casas e estabelecimentos e vendia o tanto de leite que pediam.

Quando o garoto cresce eu perdi o fôlego, que lindo o ator Francesco Scianna. E belíssima sua amada interpretada por Margarete Madè. Ele é comunista e os pais dela não querem o casamento. Além dele não ter um trabalho, é pobre. Eles dão um jeito e se casam. Em meio a história desse personagem passam guerras, ditadura na Itália, repressão, manifestações comunistas, é um filme longo. Como disse o estilo é saltitante, então até as mortes não são dramáticas. 

Eu gosto de ver o cotidiano dessas cidades que não existem mais, casinhas, todos os vizinhos se ajudam, as crianças brincam nas ruas. Essa delicadeza dessas vidas é o que mais me encanta em Baarìa. O elenco é todo incrível: Lina SastriAngela Molina, Raoul Bova, Luigi Lo Cascio, Marcelo Mazzarella, Michele Placido, Nicole Gramaudo e Enrico Lo Verso. Dizem que Monica Bellucci fez uma participação, só agora consegui descobrir onde foi. A trilha sonora é do Ennio Morricone. Giuseppe Tornatore ganhou Melhor Diretor nos festivais de Veneza e Globo de Ouro.

Beijos,
Pedrita