Assisti Não Olhe pra Cima (2021) de Adam McKay na Netflix. O roteiro é de David Sirota. Esse filme explodiu em comentários e sempre que isso acontece eu reluto em ver. Sim, eu ia ver, mas achava que era sobre política, sim, é bastante, mas é sobre ficção científica.
Eu acho que o filme fala muito mais sobre a humanidade do que sobre políticos. O quanto a maioria é mesquinha e atualmente com as metas a cumprir, a necessidade de aumento de produtividade, até na iminência da morte, eles tentavam faturar. É muito surreal! Sim, fala de negacionismo, da tentativa de invalidar a ciência, infelizmente tão atual.
Dois cientistas descobrem um cometa rumo a terra. Na verdade quem descobre é a estagiária, o professor chefe confirma, a NASA confirma os cálculos e vários pares cientistas confirmam até mesmo o prazo que vai se chocar na terra e destruí-la, seis meses depois da descoberta. Eles vão então a Presidente da República, no filme é uma mulher e começam uma enxurrada de acontecimentos absurdos de jogo de poder, ganância e ignorância. O professor se deslumbra com o estrelato e passa também a surtar.
O elenco impressiona. Leonardo di Caprio e Jennifer Lawrence são os cientistas. O da Nasa é Rob Morgan. Os jornalistas são Cate Blanchett e Tyler Perry. A Presidente é Meryl Streep, seu filho, Jonah Hill. Ainda aparecem Timothée Chalamét, Mark Rylance e Ron Perlman.
Assisti La Belle Époque (2019) de Nicolas Bedos na HBO Go. Tem tempo que vejo esse filme no streaming, mas como está catalogado em comédia adiava ver. Já tinha até começado e largado faz tempo, mas insistam, é um filme genial!
O casal é Fanny Ardant e Daniel Auteuil. Dá pra imaginar? Eles estão em crise. Ela, psicanalista, consegue por ele pra fora de casa. A situação dele é muito delicada, exímio desenhista vivia de fazer caricaturas de políticos para um jornal que acabou, foi pra internet e lá não se interessam mais as charges. Desmotivado, ele resolve aceitar um convite.
Ele ganhou uma experiência do filho (Guillaime Canet). Ele não gosta do que o filho inventou. O convidado escolhe que experiência quer viver. Tem quem goste de viver na época de reinados, outros de guerra. Sempre que o filho conta essas experiências, o pai, um homem brilhante, vê as loucuras das escolhas dos convidados, humilhar negros, cenas com Hitler. Ele não vê com bons olhos tanta aberração e o projeto. O filho está muito bem de vida porque o negócio é um sucesso. Mesmo que construir o sonho custe muito, empregue muita gente, ele consegue ganhar muito bem.
O pai só quer viver em 1974, quando encontrou o grande amor da sua vida. Ele leva seus maravilhosos desenhos daqueles dias e são com esses desenhos que os cenários são construídos. Quem não entendeu o ceticismo do pai não entendeu nada. E quem não acompanha o fim de algumas profissões maravilhosas, também não. Ele fica encantado com a produção, figurinos sob medida. Por ser um homem muito culto ele tem várias percepções incríveis, tem admiração pelo filho, mas tem um olhar muito crítico de como tudo é construído. O filme é bem crítico da sociedade atual. Sua amada foi interpretada por Dora Tillier. Ele acha engraçado que os atores o veem em 1974, jovem como era e não é mais. Para se preparar para viver ele mais jovem, o pai tira sua barba, arruma o seu cabelo exatamente como os seus desenhos.
Vou falar detalhes do final: O final não fica claro, mas eu achei que ele não voltou para a esposa. Os dois viveram com carinho a experiência do primeiro encontro, mas ele não pareceu que voltaria quando não segue pra pegar o echarpe e continua na mesa. E eu preferiria que não voltasse, ela vinha sendo horrível publicamente com ele há bastante tempo, sem falar na traição. Acho que não há conserto.
Terminei de ler A Máquina de Madeira (2012) de Miguel Sanches Neto da Companhia das Letras. Que preciosidade! Vocês sabem como eu gosto de objetos e esse livro fala do criador da primeira máquina taquígrafa na época de Dom Pedro II. É um livro ficcional inspirado na história do padre Francisco João de Azevedo. Eu comprei esse livro em uma feira virtual no ano passado.
Marcador de Livros da exposição Pelos Séculos d'Sêculo - Torre do Tombo- Lisboa
O livro começa com o padre levando o seu invento para a Exposição Nacional Brasileira, em 1861. Um invento enorme, que precisava de vários carregadores e que teve pouca atenção na feira. Todos queriam ver os inventos que aumentassem a produtividade no campo. Era na época que o Brasil vivia da extração e da agricultura. Apesar de Dom Pedro II amar inventos e modernidades, ele não deu a mínima para essa máquina que não foi selecionada como outras pra ir a outro evento do gênero em Londres.
Na segunda parte os capítulos se misturam entre passado, presente e futuro do padre. Ele voltou a sua cidade, continua trabalhando na máquina, mas o tempo passou e ele está envelhecido. São nesses capítulos que conhecemos um pouco sobre ele e as pessoas no seu entorno.
O estilo de escrita é maravilhoso, além de excelentes parágrafos, há uma ironia clássica no autor. Por ser Engenheiro Agrônomo, o autor fala bastante sobre madeiras, a chegada do aço, a transformação de Recife com o aço e como o aço provavelmente chegaria a máquina. Para variar o crédito da invenção da máquina ficou para outra pessoa um tempo depois e fabricada inicialmente pela Remington. Quando passou a ser fabricada era uma máquina de escrever e não mais uma máquina taquigráfica, mas muito semelhante a criada anteriormente. O padre foi ludibriado e perdeu os créditos de sua invenção.
Incrível escolher essa história esquecida e transformar em um lindo livro de ficção. Belíssima obra, excelente texto!
Assisti O Olho do Demônio (2019) de Ryan Simons no TelecinePlay. Que filme tosco! Chegou até ser engraçado de tão mal feitinho.
Um pai se suicida. O tempo passa e uma linda jovem (Kate James) chega na casa. Que lugar lindo, infelizmente com poucas árvores, mas muito bonito. É a antiga casa do pai. A jovem começa a olhar tudo, aceita o emprego de fotógrafa e resolve ficar mais tempo.
Ela descobre o olho do mal e claro que tudo começa a ficar ruim. A cena da boneca flutuando de lado é tão tosca, acho que nunca vou esquecer, nunca ri tanto. Por isso que mostram tão pouco as cenas sobrenaturais, são muito ruins.