Terminei de ler
As Barbas do Imperador - D. Pedro II, um monarca dos trópicos (2002) de
Lilia Moritz Schwarcz. Eu sempre quis ler esse livro desde que vi matérias sobre ele na época do lançamento. E foi um livro muito vendido na época. Mas estranhamente caiu em minhas mãos um outro dessa autora antes,
A Longa Viagem da Biblioteca dos Reis, que minha irmã me emprestou. E virei fã dessa autora. Ela não só escreve livros sobre parte da história do Brasil, mas de forma tão envolvente e interessante que pareço estar a frente de um livro policial que não quero largar. O mais estranho é que o que ela relata é algo que conhecemos um pouco o desenrolar da história, sem profundidade, mas conhecemos. Quando fui a
Bienal do Livro adquiri essa maravilhosa obra! Eu me surpreendi com a quantidade de livros desse que se acha em sebos virtuais. Vai ver que algumas escolas exigem e depois as pessoas querem se livrar dessa preciosidade. Quem desejar comprar, consegue facilmente em sebos!
Eu sempre tive um fascínio por
Dom Pedro II pelo incentivo que ele fez às artes, na obra esse número ficou mais claro:
“
O imperador auxiliou um total de 24 artistas brasileiros no exterior, os quais se destacam nomes como Pedro Américo e José Ferraz de Almeida Júnior”. E me encantei de ver o quanto ele se interessou pelas feiras de ciências e levou o Brasil a várias. Não foi um governo perfeito, mas foi claramente marcante. Pedro II era um jovem com rosto muito juvenil, voz fina, baixo e a barba foi um artifício para transformá-lo em alguém mais velho e respeitável. Me diverti com o marketing que fizeram com a imagem de
Dom Pedro II. Algo que hoje conhecemos tão bem no culto a celebridades. Há várias telas da posse onde ele sempre é mostrado mais alto e com um porte que não tinha. E são assustadoras as imagens que circularam pelo mundo. Ele mais alto e imponente ainda.
A obra mostra como enalteceram os índios nesse período para criar uma identidade brasileira e o quanto escondiam a influência negra nas sociedades.
Crédito da foto: Otto Hees Dom Pedro II ficou fascinado com a fotografia então passamos a ver retratos mais pra frente. O livro além de maravilhosamente bem escrito, com várias citações de livros importantes, tem ilustrações incríveis colhidas em diversos centros históricos. Eu tinha lido a excelente biografia de Mauá e a autora cita o livro e a participação de Mauá na monarquia. É um período realmente marcante, nós claramente lembramos de várias personalidades que viveram e despontaram nesse período José de Alencar, Carlos Gomes, Machado de Assis, Mauá, Debret. Mostra também o quanto o Brasil empurrou com a barriga a questão da escravidão. Como fazia leis que mais mascaravam do que melhoravam a idéia do país no exterior.
Essa foto é de D. Pedro II com a família em Petrópolis, uma das últimas tirada antes de voltarem a Portugal. Na foto estão: a imperatriz, D. Antonio, a princesa Isabel, o imperador, D. Pedro Augusto (filho da irmã da princesa Isabel, d. Leopoldina, duquesa de Saxe), D. Luís, o conde D'Eu e D. Pedro de Alcântara (príncipe do Grão-Pará).
Anotei vários trechos de
As Barbas do Imperador - D. Pedro II, um monarca dos trópicos de
Lilia Moritz Schwarcz:
“Há muitos anos atrás, em um reino bem distante, vivia um imperador mais conhecido por seu orgulho e elegância do que por seus feitos e atos de bondade.”
“Foi d. Pedro II quem, logo após o seu banimento, resolveu “doar ao Brasil” sua coleção particular e a ela deu o nome da esposa, recém-falecida no exílio: Coleção Teresa Cristina Maria. São mais de 20 mil fotos, retratos, óleos, xilografias e litografias distribuídos entre órgãos públicos da sua corte; Biblioteca Nacional, Arquivo nacional, Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e, mais tarde, no Museu Imperial de Petrópolis.”
“Como se vê por meio desses e de outros autores,o romantismo no Brasil não foi apenas um projeto estético, mas também um movimento cultural e político, profundamente ligado ao nacionalismo.”
“No final do século XVIII, pouco antes da revolução que convulsionou o todo o mundo ocidental, a elite francesa adotou algumas regras e padrões à mesa, assim como regulou condutas e posturas para os locais públicos e, sobretudo, de grande convivência social.
É certo que tais regras não têm origem nesse momento e apenas na corte francesa, mas é lá que, em nome da “etiqueta” e da “civilidade”, começou-se a normatizar dos grandes aos pequenos detalhes da vida social cotidiana.”
Música do post: Carlos Gomes - Quem Sabe (Francisco Petrônio)
Beijos,
Pedrita