sábado, 19 de novembro de 2022

Motriz

Assisti ao espetáculo de dança do Balé da Cidade de São Paulo no Teatro Alfa. Como estava com saudade desse belíssimo espaço e que apresentação. Começou com a inesquecível Motriz de Cassi Abranches.

Fotos de Silvia Machado

O espetáculo fala dos dilemas do cotidiano frenético das grandes cidades, da mecanização, do ser humano como máquina. Nessa foto uma bailarina tenta fugir da frenética, repetição. Assustadoras as cenas que trombam com ela porque ela está sempre contra a corrente. A música é de BaianaSystem, com uma incrível brasilidade e potência, fortalecendo a coreografia. Desconcertante a iluminação de Gabriel Pederneiras. Inteligentes os figurinos de Janaina Castro. Muita criatividade!

Na noite teve ainda a coreografia Adastra de 2015, de Cayetano Soto. O controle dos corpos são fantásticos. O vídeo é dessa apresentação. O espetáculo vai até domingo.

Foto de Clarissa Lambert

Beijos,
Pedrita

quinta-feira, 17 de novembro de 2022

A Garota do Trem

Assisti A Garota do Trem (2021) de Ribhu Dasgupta na Netflix. Eu tinha gostado muito do filme americano e tinha uma certa curiosidade por esse já que o roteiro é muito bom. E desde o outro filme quero ler o livro de Paula Hawkins. Eu achava que esse era anterior ao americano. É muito comum filmes não americanos que fizeram sucesso serem adaptados em Hollywood. Confesso que não entendi porque esse caso é ao contrário. É difícil competir com os recursos do cinema de Hollywood, inclusive financeiros. Esse é de Bollywood e é uma adaptação tosca e constrangedora. Dá pra ver como comédia porque ri muitas vezes. 

Começa com um casamento na Índia, parecia que eu estava vendo Caminho das Índias. Sabem aquelas cenas de todo mundo dançando? Tinha até uma lógica porque eles tinham ensaiado pro casamento. Nem tem foto de divulgação pra ilustrar. É nesse casamento que a protagonista (Parineeti Chopra) conhece o seu amor (Avinash Tiwary). Eles se casam e vão viver em Londres. É tosco ser em Londres porque parece que só tem indiano em Londres. Todos são indianos. Eles se separam. Diariamente ela fica no trem passando em frente a casa do ex, vendo ele feliz com a nova esposa. Ela fica alcóolatra, com amnésia pelo acidente, então as lembranças dela são confusas.
Ela sofre então um atentado e passa boa parte do filme com esse machucado mal feito na cabeça. Parece até que dá pra ver o cérebro. Devia doer muito, mas a protagonista faz todas as cenas passando a mão na cara e nunca sente dor quando erra e toca no machucado. Pra piorar o machucado muda a cada cena. Fica mais machucado depois, menos antes, é um show de tosquice. Dá pra ver? Sim, dá pra ver, porque o roteiro é bom, e mesmo o filme sendo bem ruim nas idas e vindas, pra lá de confuso, distrai.
Beijos,
Pedrita

terça-feira, 15 de novembro de 2022

Pureza

Assisti Pureza (2022) de Renato Barbieri na Globoplay. Eu queria muito ver esse filme, tinha acompanhado entrevistas e matérias. Fala de escravidão contemporânea, termo que acontece quando um trabalhador fica preso em um local de trabalho, porque deve muito mais do que tem receber. Em uma artimanha matemática, o empregador utiliza de trabalho escravo, fingindo ser o trabalhador que deve. O empregador não tem nenhum dever e o trabalhador, todos. Sem falar nas péssimas condições de moradia, alimentação, em violência e morte.

O filme é inspirada na história de Pureza Lopes Loyola, moradora de um sítio no Maranhão. Na foto ela com Dira Paes que a interpreta no filme. Ela e a família viviam de fazer tijolos e recebiam muito pouco pelo trabalhão que tinham. Exploração, gera exploração. O filho cansado da labuta e pouquíssimo dinheiro, resolve ir embora para o garimpo no início da década de 90. Como o filho (Matheus Abreu) não se comunica mais com ela, nem ela tem informação dos parentes, ela resolve ir atrás no rastro dele pra encontrá-lo.

Ela se infiltra de cozinheira em uma das inúmeras fazendas no Maranhão e vê todo tipo de exploração. Água podre pros trabalhadores beberem, dívidas enormes com o pouco que pegavam pra comer, trabalho exaustivo sem remuneração, violência e morte. Ela foi nas fazendas de desmatamento pra gado do Maranhão. Não acha o seu filho, mas resolve denunciar os abusos.
Ela consegue fugir e com a ajuda de um padre (Claudio Barros) e de uma ativista (Mariana Nunes) vai à Brasília. Lá ela percebe o desinteresse em querer resolver a questão e também a corrupção dos políticos com os fazendeiros denunciados.
Ela resolve então voltar as fazendas pra libertar os homens. E agora é preparada pela ativista a levar uma máquina fotográfica e um gravador, com isso ela consegue ter provas. Há uma foto de Pureza como essa. Que coragem dessa mulher voltar ao lugar dos assassinatos, pra levantar provas. Da ida dela as fazendas até ela conseguir provas foram 3 anos. É uma história inacreditável, de tanta coragem, luta, ela era considerada por muitos como uma mãe. Flávio Bauraqui é o manda-chuva da fazenda que Pureza trabalha como cozinheira. Antonio Grassi o político mancomunado com os fazendeiros poderosos. 

Por muito mais Purezas no Brasil, mas que não precisem existir tantas mais se o ser humano parar de explorar o outro em benefício próprio. Pureza chegou a acompanhar algumas das gravações e disse que estava muito parecido, mas que era muito pior que aquilo e o filme beira o insuportável. Muitos dos que interpretaram os escravizados eram mesmo trabalhadores da terra. No final o filme lembra o quanto o Brasil regrediu nos últimos anos em relação aos direitos humanos, a fiscalização do trabalho escravo e a conivência dos poderosos e políticos.


Beijos,
Pedrita

domingo, 13 de novembro de 2022

Silent Night

Assisti Silent Night (2021) de Camille Griffin no Telecine Play. Eu queria ver esse filme desde que estreou nos cinemas porque adoro a Keira Knightley e o garoto de JoJo Rabbit, Roman Griffin Davis. O 007 achava que eu não iria gostar porque é humor negro, eu até gosto desse gênero, mas realmente esse filme não é de fantasminhas., é de apocalipse, que eu não gosto mesmo.
 

Um grupo de amigos se reúne em uma casa afastada no campo. Aos poucos vamos entendendo o que vai acontecer. Seria sua última noite. Um gás tóxico vinha se aproximando então o governo orienta que as pessoas tomem uma pílula pra morrer suavemente antes do gás porque a morte por envenenamento seria muito ruim.
Os amigos não são tão amigos assim. O encontro é bem tenso e desconfortável. Ainda no elenco estão: Matthew Goode, Annabelle Wallis, Lily-Rose Depp, Sope Dirisu, Kirby Howell-Baptiste, Lucy Punch e Rufus Jones. Dá pra ver, mas não é comédia, não é engraçado. O final é meio bobo, desnecessário suspense, muito forçado.


Beijos,
Pedrita