sábado, 11 de janeiro de 2014

Senhorita Júlia de August Strindberg

Terminei de ler Senhorita Júlia (1888) de August Strindberg da Global Editora. É o texto da famosa peça que aborda poder, diferença de classes. O envolvimento entre a filha de um nobre com um serviçal. E não por amor. Comprei dessa edição da capa pela internet no Extra. A tradução é de Edla va Steen. As ilustrações são de Cláudia Scatamacchia. Eu acho esse texto fascinante, o jogo entre os dois, mas não um jogo de afeto, e sim um jogo de poder. Os personagens são incríveis. É um texto bem pesado. Confesso que acho estranho essa peça ser juvenil. O livro é da Coleção Teatro Jovem. Acho o texto bem pesado. Eu assisti uma montagem dessa peça em 2012 e comentei aqui.

Um vídeo escolhido é de um filme, o outro de uma peça sobre esse texto.
Beijos,
Pedrita

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

O Retrato de Dorian Gray

Assisti O Retrato de Dorian Gray (2009) de Oliver Parker no HBO Plus. Eu tinha um pé atrás para ver esse filme, mas na tv a cabo até uma certa curiosidade já que o Colin Firth tem um importante papel no filme e a Bruxa do 203 do blog Um Caminho Diferente comentou que gostou, o post dela está aqui.. Eu tinha amado o livro e o filme de 1945, que são obras de arte. Esse filme atual é um bom entretenimento. Como esperava exageraram demais.

O livro aborda o narcisismo com maestria. Adoro a ideia do personagem vender a alma ao diabo e o quadro envelhecer e ele não. Mas nesse filme o quadro apodrece, bichos comem, dentes quebram, ele vira um monstro e não um homem mais velho, fica tosco. Mas o filme é bonito, bem realizado, então funciona, pena que na hora da exibição do quadro perca completamente o impacto.

No começo o Ben Barnes como o Dorian Gray me causou estranhamento, depois me acostumei. Sinta falta da força no olhar do personagem. Belíssima a atriz que ele se apaixona interpretada por Rachel Hurd-Wood. O pintor é interpretado por Ben Chaplin. O segundo amor de Dorian Gray por Rebecca Hall. Alguns outros do elenco são: Fiona Shaw, Caroline Goodall e Michael Culkin.
Beijos,
Pedrita

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Assisti No (2012) de Pablo Larraín no Telecine Cult. Desde que vi o comercial no canal queria ver esse filme, faz tempo, mas só agora consegui. É muito bom. No começo causa um certo estranhamento, mas o roteiro e o desenvolvimento são bons, então gostei muito. E também pelo fato de contar um pouco de história.

O país é o Chile na Ditadura de Pinochet. O mundo pressiona o fim da ditadura. Para fingir que não há ditadura no Chile eles criam um plebiscito em 1988, sim pela ditadura e Pinochet e não pelo fim do sistema e eleições livres. Os chilenos não acreditam no plebiscito então as pesquisas mostram que mais de 74% não vão votar. Para fingir uma democracia o governo permite 15 minutos de campanha para cada lado. Um grupo resolve então contratar um grande publicitário para fazer a campanha e é interpretado pelo Gael Garcia Bernal.

Ele se depara então com vídeos arcaicos, dramáticos. É difícil convencer o grupo que algo alegre irá motivar todos a irem às urnas. O tema é alegria, o logotipo é um arco-íris e eles vencem o plebiscito. Também os vídeos não podem ser censurados, os 15 minutos diários são muito importantes. Eles ficam na dúvida se a ditadura vai forjar os resultados, mas a visibilidade, as filas, chamam a atenção da imprensa internacional e fica impossível negar que o Não venceu. Gostei muito! Além de um filme político importantíssimo sobre a liberdade, é uma aula de marketing. Alguns outros do elenco são: Alfredo Castro, Luis Gnecco, Néstor Cantillana, Marcial Tagle e Antonia Zegers. O diretor Pablo Larraín ganhou prêmio de Melhor Diretor no Festival de Cannes por esse filme e prêmio do júri na Mostra Internacional de Cinema.
Vídeos da campanha do No.

Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Borboletas Negras

Assisti Borboletas Negras (2011) de Paula Van Der Oest no Max. A sinopse é bem moralista, mas o filme é belíssimo. É baseado na história da poeta sul-africana Ingrid Joker (1933-1965) que nunca tinha ouvido falar. Em vários momentos são falados textos de seus poemas, maravilhosos. Belíssima a atriz que faz a poeta, Carice Van Houter. A diretora e a atriz são holandesas.

As locações são belíssimas. Essa poeta era filha de um austero censor. Um pai que fez de tudo para discipliná-la como se fazia antigamente, cruelmente. A poeta se torna então uma pessoa insegura, frágil e carente. Tenta buscar no afeto um pouco de aconchego. E os textos maravilhosos. É um escritor e amigo, que se une a outro amigo que vão buscar os textos quando ela é internada em um manicômio. Ela foi internada duas vezes em hospícios. Eles pegam os poemas, batem à máquina, editam. Acaba sendo publicado e ela ganha um prêmio. Nelson Mandela leu um de seus poemas em um de seus discursos, é o poema que está abaixo.

No elenco estão: Liam Cunningham,  Rutger Hauer, Candice D´Arcy, Nicholas Pauling e Graham Clarke. Borboletas Negras ganhou vários prêmios como Melhor Filme, Melhor Direção no Festival da Holanda.

Achei essa foto e o poema no blog Meu Biquini de Bolinha que falou desse filme. Não conhecia esse blog.

Poema de Ingrid Joker:

The child is not dead 
The child lifts his fists against his mother 
Who shouts Afrika ! shouts the breath 
Of freedom and the veld 
In the locations of the cordoned heart 


The child lifts his fists against his father 

in the march of the generations 

who shouts Afrika ! shout the breath 
of righteousness and blood 
in the streets of his embattled pride 



The child is not dead not at Langa nor at Nyanga 

not at Orlando nor at Sharpeville 

nor at the police station at Philippi 
where he lies with a bullet through his brain 



The child is the dark shadow of the soldiers 

on guard with rifles Saracens and batons 

the child is present at all assemblies and law-givings 
the child peers through the windows of houses and into the hearts of mothers 
this child who just wanted to play in the sun at Nyanga is everywhere 
the child grown to a man treks through all Africa 



the child grown into a giant journeys through the whole world 

Without a pass







Beijos,
Pedrita