Assisti
Borboletas Negras (2011) de
Paula Van Der Oest no
Max. A sinopse é bem moralista, mas o filme é belíssimo. É baseado na história da poeta sul-africana
Ingrid Joker (1933-1965) que nunca tinha ouvido falar. Em vários momentos são falados textos de seus poemas, maravilhosos. Belíssima a atriz que faz a poeta,
Carice Van Houter. A diretora e a atriz são holandesas.
As locações são belíssimas. Essa poeta era filha de um austero censor. Um pai que fez de tudo para discipliná-la como se fazia antigamente, cruelmente. A poeta se torna então uma pessoa insegura, frágil e carente. Tenta buscar no afeto um pouco de aconchego. E os textos maravilhosos. É um escritor e amigo, que se une a outro amigo que vão buscar os textos quando ela é internada em um manicômio. Ela foi internada duas vezes em hospícios. Eles pegam os poemas, batem à máquina, editam. Acaba sendo publicado e ela ganha um prêmio. Nelson Mandela leu um de seus poemas em um de seus discursos, é o poema que está abaixo.
No elenco estão: Liam Cunningham, Rutger Hauer, Candice D´Arcy, Nicholas Pauling e Graham Clarke. Borboletas Negras ganhou vários prêmios como Melhor Filme, Melhor Direção no Festival da Holanda.
Poema de Ingrid Joker:
The child is not dead
The child lifts his fists against his mother
Who shouts Afrika ! shouts the breath
Of freedom and the veld
In the locations of the cordoned heart
The child lifts his fists against his father
in the march of the generations
who shouts Afrika ! shout the breath
of righteousness and blood
in the streets of his embattled pride
The child is not dead not at Langa nor at Nyanga
not at Orlando nor at Sharpeville
nor at the police station at Philippi
where he lies with a bullet through his brain
The child is the dark shadow of the soldiers
on guard with rifles Saracens and batons
the child is present at all assemblies and law-givings
the child peers through the windows of houses and into the hearts of mothers
this child who just wanted to play in the sun at Nyanga is everywhere
the child grown to a man treks through all Africa
the child grown into a giant journeys through the whole world
Without a pass
Beijos,
Pedrita