quinta-feira, 9 de novembro de 2017

A Gente Submersa

Assisti a peça A Gente Submersa de Marcelo Marcus Fonseca no Teatro do Incêndio. Que espetáculo!!! Que maravilha!!! Eu tinha lido algumas pessoas dizerem que os trabalhos desse grupo deviam ser vistos ao menos uma vez na vida, e nossa, concordo plenamente. Que experiência!

Amei tudo! Roteiro, objetos de cena e os figurinos, que figurinos. Os figurinos são de Gabriela Morato que também assina as coreografias das danças. As roupas são baseadas em trabalhos manuais, e com uma beleza estonteante de sobreposição de peças, milimétricos. Começa com uma oferenda a Iemajá e danças, impressionantes. Vários atores, juntos em movimentos precisos, muito impactante.

Há uma trama central que costura todos esses momentos. A peça fala da dificuldade de viver em uma cidade grande, dos fatos que atropelam as pessoas em cidades grandes. O trio vem do interior. Dois homens e uma mulher. Fruto de um trabalho de pesquisa de tradições e cultura popular, A Gente Submersa mostra como a cidade grande pode destruir esses costumes e como pode ser violenta. No elenco: Gabriela Morato, Elena Vago, Anderson Negreiro, Valcrez Siqueira, André Souza, Victor Castro e Marcelo Marcus Fonseca.

E jovens do projeto de Vivência Artística: Lia Benacon dos Santos, Bianca Brandino de Castro Assis, Lucas Galhardo Dantas, João Lucas dos Reis Gonçalves, Ellen da Costa Marins, Pedro Henrique Rocha Vieira, Hisadora Benevides de Oliveira, Thalía Melo Macedo, Julieta Guimarães, Antônio Carlos Soares Augusto, Mariana Cortez Lima Ribeiro, Raquel de Lacerda e Vinicius Santos Julião. A direção de iluminação é de Kleber Montanheiro. Muito bacana que tem música ao vivo, também tem música gravada, mas tem ao vivo, sem falar nos sons que os grupos fazem, incrível! A Gente Submersa fica em cartaz até 10 de dezembro. Precisa chegar cedo pra garantir o ingresso porque lota rápido.
As fotos são de Giulia Martins
Agora a Cia. Teatro do Incêndio tem a sua sede própria no Bexiga, que lugar simpático! E a peça A Gente Submersa anda lotando. Tanto que não teve ingresso pra todo mundo que apareceu. Eu quase fiquei sem lugar. E é muito bacana porque recebemos um envelope onde colocamos o quanto achamos que vale o espetáculo. Eu acho que vale milhões, mas em tempos de crise a gente colabora com quanto dá. Por isso tem muito jovem que vai assistir. Qualquer um pode assistir mesmo que não tenha recursos. Muito democrático. Espero que quem tenha recursos seja justo com a colaboração.

Quando fui preparar esse post é que descobri que já vi um lindo espetáculo desse grupo, Joana D´Arc que comentei aqui. Vi em 2011. Adoro essa possibilidade do blog de eu poder lembrar o que fiz culturalmente e quando. Gosto muito de redes sociais, mas as informações por lá são bem mais voláteis. Dificilmente conseguiria saber que vi uma peça dessa grupo em 2011 e saber o que pensei na época.
Beijos,
Pedrita

terça-feira, 7 de novembro de 2017

Amor & Amizade

Assisti Amor & Amizade (2016) de Whilt Stillman no TelecinePlay. É baseado em um livro da Jane Austen, Lady Susan, que não li. Fui ver e é uma obra curta, uma das primeiras que escreveu e que agora quero ler. Achei muito interessante porque como sempre fala da situação difícil da mulher sem posses, mas que já esteve na sociedade. O nome da obra curta Lady Susan é bem mais interessante para ser o nome do filme do que o título cafona que escolheram, Amor & Amizade.

Nesse também é uma mulher batalhadora para melhorar a sua condição, mas uma mulher muito manipuladora e estrategista. Lady Susan ficou viúva e sem posses. Conseguiu com os poucos recursos que sobraram manter a filha em uma escola interna, mas ela precisa viver de favor na casa das pessoas. Se desentende na primeira casa e segue para a casa de seu irmão. Uma casa que não a interessa nem um pouco porque é enfiada no campo, no meio do nada. Lady Susan tinha fama de namoradeira e é interpretada pela linda Kate Beckinsale.

Lady Susan fica interessada no irmão da cunhada (Emma Greenwell). Um lindo e jovem rapaz (Xavier Samuell) que se derrete por ela e por sua inteligência. 

Sua filha (Morfydd Clark) está de casamento marcado com um bobão  riquíssimo (Tom Bennett) e faz tudo para se livrar desse fardo. E está interessada no pretendente da mãe. Lady Susan passa o filme tentando convencer a filha do casamento e de afastá-la do seu pretendente.

Muito interessante a conversa da Lady Susan com sua amiga (Chloë Sevigny). Ela não entende como a amiga suporta um marido tão grosseiro e velho (Stephen Fry), que vive ameaçando enviar a esposa para longe, um marido que propõe inúmeras proibições que a amiga dribla sempre. A amiga mostra então que ao menos ela vive na cidade grande, com conforto e com dinheiro, que não vive de favor na casa de ninguém. E que se Lady Susan insistir no casamento com o irmão da cunhada vai viver de favor na casa do irmão (Justin Edwards), no campo e sem dinheiro para nada, vivendo no máximo de uma mesada do marido da filha. Essa conversa abre os olhos de Lady Susan que modifica sua estratégia. Ela aproxima a filha do jovem e belo rapaz e se aproxima do bobão rico. Casa-se então com o bobão rico, fica rica, vive em Londres e é livre para fazer o que quiser, porque retoma o prestígio na sociedade. Se ela ficasse de favor na casa do irmão, não seria incluída na sociedade, seria somente a irmã pobre. Achei o roteiro, muito, mas muito inteligente. Quero muito ler para ver o quanto está fiel ao texto.

Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

The Qeqs

Assisti ao show dos The Qeqs no Manifesto Bar. O The Qeqs são alunos da School of Rock, já tinha visto outros shows deles. Adorei! Foi uma grata surpresa descobrir que o repertório eram músicas interpretadas pelo Sting, que adoro! Eles tocaram obras da época que o Sting integrava o Police e outras solo.

A banda é formada por Artur Cuginotti, Guilherme Giordano, 
Patrícia Folz e Walter Folz. Andreia Lima fez uma participação no backing vocal. Foi bacana porque a Patrícia Folz também fez uma participação da banda The Evil Baggios da Andreia Lima, o de quarta-feira que interpretaram músicas do Paul McCartney. Eu ainda vi trechos de dois outros grupos, adorei ouvir The Cure. Foi uma delícia de show e de programa.

Programa dos The Qeqs

Don’t Stand so Close to Me 
Message in a bottle 
 If I ever Lose my Faith in you 
 If you Love Somebody set them free 
 Rozanne 
 Every Breath you Take 
 Every Little Thing She Does in Magic 
 We’ll be Together 
 King of Pain 

Beijos,
Pedrita

domingo, 5 de novembro de 2017

Elle

Assisti Elle (2016) de Paul Verhoeven no Max. Eu queria muito ver esse filme. Sempre falam que é polêmico, confesso que não achei tão polêmico, gostei muito do realismo do filme que fala muito dos nossos lados escuros, sem filtros. De pessoas que não imaginamos que tenham histórias tão complexas. O filme é baseado no livro de Philippe Dijian.

Aos poucos descobrimos que Elle é uma mulher que veio de uma grande tragédia. E eu particularmente acho que muito do que achavam que podiam fazer com ela era porque sabiam do seu passado e a achavam um alvo fácil. Talvez por isso que ela tenha se tornado uma mulher dura, rude e de difícil convivência. Na infância o seu pai assassinou quase a vizinhança toda e junto com a filha queimaram a casa. Toda a mídia colocava a filha, uma criança, como psicopata também. Quanta crueldade. Poderia até ser, mas não pelo ato na infância. O filme começa com um estupro. Essa mulher está sendo atacada por um homem mascarado. Sim, é fria a forma como ela lida com a questão, mas parece sim se incomodar e muito. Ela é prática, vai fazer exames, troca as fechaduras da porta e vemos que de vez em quando tem medo. Mas para as pessoas que convivem com ela, parece que está muito tranquila. Gostei muito da fala da personagem: "Nós temos vergonha mas continuamos fazendo". 
Todos os personagens tem muitas camadas. Ela mesma nos irrita muitas vezes. Achei um absurdo ela entrar na casa da mãe com quem não vive sem tocar a campainha. Como tem a chave abre e invade a intimidade da mãe sem a menor cerimônia. O fato dela ter a chave não lhe dá esse direito. Isabelle Huppert está incrível e desconcertante. Ela ganhou César Globo de Ouro pelo filme. O filho dela também incomoda, aos poucos ela descobre que o filho queria um filho e mesmo vendo que o bebê era mais escuro que o casal não tava preocupado. E ele é muito imaturo pra tanto querer um filho, tem sub emprego, uma esposa possessiva, mas tudo fica como está porque sentimento não se explica. Tudo é complexo. Alguns outros do elenco são: Laurent Laffitte, Anne Consigny, Charles Berling, Virginie Effire, Christian Berkel, Judith Magre, Alice Isaaz e Jonas Bloquet.

Beijos,
Pedrita