A protagonista vive em uma cidade provinciana e é interpretada brilhantemente por Marion Cotillard, incrível a entrega da atriz em uma personagem tão pouco convencional e racional. Ela se apaixona por um homem casado, mas ele não retribui. Ela faz um escândalo em uma festa da cidade. A mãe é insuportável. Depois de uma grave crise que ela tem por não suportar a rejeição, a mãe arranja um casamento. O futuro marido é interpretado por Alex Brendemühl. Ela conversa com o pretendente, diz que não gosta dele, ele diz que também não e se casam. Com o tempo eles acabam consumando o casamento e ela engravida. Mas tem o mal das pedras e vai para uma clínica na Suíça. Só aí que entendemos as dores que tinha na juventude e a mãe dizia que era fingimento.
Fiquei apavorada como tratavam pedras nos rins antigamente, isso porque o tratamento em clínicas de águas era para quem tinha dinheiro. Ela vai a uma estância de águas, toma muita água, banhos com jatos de águas nos rins, sauna. Sim, muita água ajuda a expelir pedras, mas depende de vários fatores. Muita água serve mais para prevenir pedras. Hoje existem muitos tratamentos para expeli-las e mesmo assim ainda são complexos e as crises continuam dolorosas, imaginem antigamente. Nessa clínica ela conhece um doente, um combatente da Indochina que está em tratamento porque seu único rim está com problema. Ele é interpretado pelo belíssimo Louis Garrel.
É bastante perceptível o olhar feminino nos conflitos dessa mulher. Sensível, passional, ela tem muita dificuldade de lidar com os sentimentos. Claramente a diretora e a autora são muito condescendentes com esses conflitos. Gostei muito! Filme delicado e triste!
Beijos,
Pedrita