Assisti a peça 27´s de Daniela Pereira de Carvalho no Espaço Barra SP. A direção é de Gustavo Rodrigues. Eu adoro o Augusto Zacchi, mas só soube desse espetáculo pelo convite de um amigo. E que peça, em choque.
E que entrega de Augusto Zacchi. A peça é dilacerante. O roteiro é em torno do Clube do 27. Vários grandes roqueiros morreram com 27 anos, Jim Morrison, Janis Joplin, Jimi Hendrix, Kurt Cobain e Amy Whinehouse. O protagonista teve algo trágico aos 27 e o suspense é revelado no final. Pensamos em tudo, se ele está morto e contando, se está vivo, o que realmente aconteceu. O roteiro é muito bem amarrado, a direção muito inteligente, que nos mantém ligados à trama.
Foto Guarim de Lorena
E a peça tem música ao vivo. O personagem conta como conheceu as músicas dos seus ídolos do 27. Toca e canta. Não tinha ideia que Augusto Zacchi toca e canta tão bem.
Fique encantada com o Espaço Barra SP. Acolhedor, funcional, bem equipado, as áreas dos bastidores são lindas e com todos os detalhes necessários. Fica pertinho do Theatro São Pedro e da Estação Marechal Deodoro.
27´s já esteve em cartaz no Rio de Janeiro. No Espaço Barra SP está nas últimas apresentações, até 12 de maio. E os ingressos é no sistema pague quanto puder.
Assisti ao BBB24 em inúmeras plataformas. Acho que foi o ano que diversifiquei muito por onde assisti. Pela TV Globo porque é sempre o melhor ver ao vivo com muita gente comentado no twitter, instagram, inclusive o meu grupo de amigos no Zap. Mas eu via ainda as entrevistas no Multishow e Globoplay. Foram muitos programas. Foi uma edição que gostamos muito! Mesmo que sem paixões, adorava acompanhar os participantes.
Fiquei muito feliz com a vitória do Davi, longe de ser meu favorito ele mereceu muito o prêmio. Batalhador, focado, insistente, um pouco além da conta, ele foi um grande jogador no BBB e um grande lutador na vida aqui fora desde criança. Não acho que BBB deva ser um programa assistencialista, que deva premiar pobrinhos, mas dá muito orgulho ver tantos participantes batalhadores, com uma vida difícil além da conta. O BBB reforçou o quanto o Brasil é desigual e o quanto uma minoria explora e humilha a grande maioria, que pelas inúmeras adversidades, nem sempre tem estudo suficiente, equilíbrio emocional suficiente pra lidar com suas questões. O BBB desse ano escancarou as diferenças sociais, inclusive financeiras. Eu adorava Matheus, outro batalhador pobre do interior do Rio Grande do Sul, que tinha um orgulho gigantesco de sua família.
Davi foi violentamente perseguido na casa, não podia nem respirar que tudo era culpa dele. Sim, ele gastou comida demais em um café da manhã, mas assim que conversaram com ele, foi reduzindo os exageros, mas continuava a preparar a mesa pra todos. Sim, não sabia parar de falar, era chato às vezes, mas nunca mal, equivocado algumas vezes, mas diferente dos que o acusavam, ele teve muita dificuldade de estudo e de se informar. A perseguição me levou às lágrimas muitas vezes. É pavoroso ver alguém ser ignorado. Levantavam quando ele chegava, passavam por ele como se fosse invisível. Chorei muito quando ele mostrou sinais de não aguentar mais tanta perseguição. Mas sabe por que ele quis apertar o botão? Por que ele viu que as pessoas que insistiam em ficar do lado dele passaram a ser atacados e votados também. Ele não aguentou ser responsável pelos outros além de tudo o que já sofria, foi demais pra ele. Que bom que não desistiu. Só Davi e Isabelle que souberam disso tudo, os dois não contaram pra ninguém, não exploraram a piedade dos outros. Todos quando acordaram acharam que tinha sido uma noite como outra qualquer.
Bia foi um fenômeno no jogo. Over até não poder mais ela acabou estimulando os pipocas a igualmente elogiar os patrocinadores que devem ter amado o programa. Ela fazia comerciais como sempre fez no Brás, os outros muitas vezes só elogiavam, mas foi uma das primeiras edições que os participantes não paravam de elogiar os produtos, que ficavam felizes com qualquer prêmio. Eu adorava a Alane e a Deniziane, fiquei muito triste quando a Deniziane saiu, mas realmente ela foi magoando as pessoas e foi pela saída dela que Davi se fortaleceu se unindo as fadas. Alane sofre um grande baque na primeira grande briga do BBB. Fernanda resolveu falar do corpo dela. Inteligente, Alane dizia: você está falando do meu corpo. Infelizmente Fernanda não parou e só piorou os ataques. Uns dias depois uma edição mostrou Alane dizendo que após aquele ataque tinha dificuldade de por biquini e ir pra piscina. Depois dessa briga Alane passou a ser uma das minhas favoritas.
Foi a edição dos endividados. Boninho avisou que quase todos tinham dívidas, inclusive os camarotes. Espero que reconsiderem camarotes na próxima edição. Os realities tem tido muita dificuldade de conseguir famosos pra suas edições. Como vários veem que nem sempre uma participação pode ajudar a alavancar uma carreira, ou mesmo voltar a trazer atenção a um famoso mais esquecido. Muitos saem muito mais muito queimados. Desde Karol Conká, a Globo tem sido mais cuidadosa com os famosos. Então esse tratamento diferenciado acabou sendo injusto com os pipocas. Em edições protegiam os camarotes, enquanto os pipocas eram expostos sem piedade. Fora da casa a diferença era igual. Camarotes participavam do programa do Huck, do Fantástico. Enquanto davam desculpas esfarrapadas para a não participação de alguns pipocas nos mesmos programas. Também na hora de comemorar prêmios, brindes, era muito comum caras de tédio, menosprezo dos camarotes, por valores que pra eles eram baixos. E euforia dos que precisavam de qualquer centavo de prêmio. Me incomodava também o Sincerão, que continuava a ser um Jogo da Discórdia. Criado pra tirar o jogo da pasmaceira, já vem nas últimas edições sendo uma incitação a violência.
Adorava Fernanda e Pitel. Incorretas em muitos momentos, elas eram o contraponto do quarto Fadas. Gnomos, elas eram ranzinzas, ácidas, mas incrivelmente perspicazes, viam o que muitos não viam. E viviam na cama. Boa parte das articulações eram na cama, então pra alguns eram plantas porque ninguém as via pela casa. Os memes foram maravilhosos. O vídeo da Fernanda na cama foi genial!
Eu adorava o Nós Vamos Invadir a sua Casa do Marcos Veras, até porque não tinha um formato sempre igual. Suzana Vieira foi icônica. Ficou principalmente como líder, com direito a fotos. Ary Fontoura quis usar a toca da Pitel. Sabrina Sato foi encontrar com os brothers. Deborah Secco estar em uma cama. Vários entraram na casa pra curtir a piscina. Foram dinâmicas diferentes e muito divertidas as ações do quadro.
Eu gostava bastante do Bate-Papo BBB no Gshow e Globoplay com o eliminado. Entrevistavam os ótimos Thaís Fersoza e Ed Gama. A edição preparava muito cuidadosamente os vídeos, as artes. Thaís foi muito criticada por ter ido pesado em um participante, aí ficou leve demais. Um meio termo seria melhor. Era depois da eliminação, então eu só via em outro dia e horário. E só vi os participantes que gostava. Quando não gostava às vezes via trechos nas redes sociais. Era divertido ver os que perseguiram Davi descobrir que ele tinha mais seguidores que todos, inclusive os famosos.
Fui a exposição Transparent Things de David Batchelor na Galeria Leme. Fiquei profundamente impactada com as obras. Amo cores, adorei as texturas. Fui no instagram do artista @chromochrome e é uma beleza de cor. O artista é escocês.
Essas duas obras são Inter-Concreto 43 e Inter-Concreto 18
Essa série chama Concretos. São várias obras colocadas em concretos.
Eu fiquei fascinada! A mostra Transparents Things fica em cartaz até dia 11 de maio e é gratuita!
Assisti Eileen (2023) de William Oldroyd no TelecinePlay. Nunca tinha ouvido falar nesse filme. Zapeando vi a Thomasin Mckenzien que adoro, fui na busca no Now e vi que o filme já estava disponibilizado, meio escondido. O Telecine no Now anda bem desorganizado, tem filme disponível que não aparece nas pastas. É baseado no livro de Otessa Moshfegh que quero muito ler. É melhor ver o filme sem ler nada antes, ir descobrindo como eu fiz, porque é surpreendente!
A protagonista tem uma vida miserável. O filme fala de um período da vida dela, um tempo antes do Natal e uns dias depois. Ela tem um pai ex-policial, alcoólatra e violento. Ela vive tendo que tirar a arma da mão dele que ele fica atirando pro alto, separando de brigas com os vizinhos. Ela que cuida de tudo, compra diariamente as duas garrafas de bebida, tira as vazias e coloca a cheia. E trabalha em um reformatório. No filme traduziram como presídio, mas me pareceu que era somente de menores de idade. No Brasil mesmo já mudou o nome, não sei como chama nos Estados Unidos. Ela tem um trabalho burocrático, nada relevante e é meio invisível. O filme fala de vidas miseráveis, de lugares muito violentos, sem perspectivas.
Uma psicóloga chega para trabalhar no local e a enxerga. Elas se aproximam. A psicóloga é Anne Hathaway. O pai, Shea Whigam. Tem horas que parece filme antigo, muito bem realizado. Os carros são lindos. Adorei os figurinos. A trilha sonora é maravilhosa e tem várias músicas de Natal já que é a época que passa o filme.