sábado, 28 de novembro de 2020

Uma Guerra Pessoal

Assisti Uma Guerra Pessoal (2018) de Matthew Heinemann no TelecinePlay. O filme conta parte da história da correspondente de guerra americana Marie Colvin. Eu sempre fico impressionada com esses jornalistas que escolhem atuar em áreas de conflitos. O filme mostra exatamente os sentimentos múltiplos que levam uma pessoa a se expor a tanto risco.

Marie Colvin, interpretada brilhantemente por Rosamund Pike, era uma mulher corajosa, que gostava da adrenalina, de ir em lugares que ninguém ia, mas que sabia da necessidade de dar as notícias das zonas de conflitos. Ela foi importantíssima para mostrar que a Síria mentia quando dizia que só atacava terroristas. Ela mostrou as inúmeras crianças mortas, mulheres mortas. Os sobreviventes vivendo semanas de água e açúcar racionado, em meio aos bombardeios. É em uma dessas ações que ela perde o olho  e em outra que é morta.
Ela tinha muita dificuldade de socialização quando voltava aos Estados Unidos. Devia ser muito difícil ver tanta ostentação sabendo que tanta gente sofria os efeitos da guerra em outro país. Alguns outros do elenco são Tom Hollander, Stanley Tucci, Natasha Jayetileke, Fady Elsayed, Corey Johnson e Faye Marsay

Como muito soldado de guerra, ela fica traumatizada e fica internada por um tempo. Depois retoma aos campos de batalhas. O filme mostra quando ela conhece o fotógrafo Paul Conroy, interpretado por Jamie Dornan. Eles tornam-se parceiros nas matérias. Ele inclusive é também atingido no bombardeio que mata Marie Colvin. Ele fica gravemente ferido, mas sobrevive e é até hoje fotógrafo.



Beijos,
Pedrita

quinta-feira, 26 de novembro de 2020

Dark - 1ª Temporada

Assisti a 1ª Temporada da série Dark (2017) de Baran bo Odar na Netflix. O 007 insistiu muito, mas muito, pra que eu visse essa série, é realmente genial e do jeito que eu gosto, cheia de mistérios, teorias, filosofias... A série é alemã, o diretor é suíço, mas fiquei curiosa pra saber a descendência dele.

Li que muitos amaram e muitos odiaram. Os que não gostaram é porque disseram que era muito confuso. Bom, filme no cinema realmente incomoda um pouco, mas uma série, em plena época virtual, que você pode voltar e rever trechos pra tirar dúvidas, procurar quadros na internet pra avaliar, ou até mesmo matérias, é bem confortável. Acho que o que nós gostamos foi isso, a ideia de criarmos quadros para tentar desvendar os mistérios antes de serem revelados. Como gosto, eu procurei não ler nada, não procurar nada, para não perder as surpresas e as descobertas e eu aconselho o mesmo para quem ainda não se aventurou nessa série. Aconselho inclusive a não ler toda a postagem e parar por aqui.

A série se passa em uma pequena cidade na Alemanha com uma usina nuclear. Além dos mistérios a série tromba com o tema da energia nuclear. Eu até fui procurar dados mais atualizados sobre o tema na Alemanha que vem desligando suas usinas. Li que das 17 que tinham, seguem 8 ativas e pensam em desligá-las também. Mesmo que a série use teorias mirabolantes, o fantasma da usina assombra sempre a cidade, é no fundo o grande vilão de toda trama. Um dos segredos, é que ao longo da trama ficamos sabendo que teve um acidente em cavernas onde escondiam material radioativo. Que essa explosão abriu portas nas cavernas para outras dimensões, que é possível ir para dois passados de 33 em 33 anos. 

Com isso, os moradores da pequena Widen, poderiam ir em outras dimensões. A questão é que alguns não tinham ideia como tinham ido parar em outra dimensão e passavam a viver na cidade em outra época. E na época que nasceu passava a ser considerado desaparecido. Vivendo 33 anos em uma dimensão anterior, quando chegava na que nasceu, se deparava com seus pais na mesma idade da infância, mas o personagem já estava com 33 anos a mais. 

Aí que começa a confusão que as pessoas tiveram. É difícil mesmo, porque a gente vai desvendando esses mistérios aos poucos e passa a ficar profundamente confuso com as árvores genealógicas, já que elas muitas vezes tem 66 ou 33 anos de diferença. Como eu não li nada, eu fui ficando em choque com as revelações de quem era quem. 

Há um serial killer, mas na verdade não é muito um serial killer, quer dizer, mais ou menos. É um fanático religioso misturado com ciência, que com a desculpa das suas teorias mata em série. Esse eu descobri logo quem era, mas não sei se a série faz muita questão de esconder, já que é só um fio de novelo de toda a trama. Sim, é esse monstro que embaralha bastante as cartas, quer dizer, as pessoas, na trama.


O elenco todo é muito bom. Que raiva que dá desse personagem (Oliver Masucci), no começo eu o adorava, depois fui ficando com muita raiva dele. Eu achava que era o Ulrich o protagonista, mas na verdade é o personagem do Louis Hoffman e suas versões em outras dimensões: Jonas Gerzabek e Andreas Pietschmann

O elenco é muito numeroso, são três dimensões na primeira temporada, enquanto quase todo personagem tem vários momentos, infância, adolescência e fase adulta, então é interpretado por três atores.

Apesar de ter um núcleo adolescente bem presente, não é uma série adolescente, embora tenham muitos adolescentes ultra aficionados na trama. Alguns do elenco são: Nele Trebs, Ludger Bokelmann, Peter Schneider, Mark Waschke, Maja Schöne, Jördis Tiebel, Lisa Vicari, Paul Lux, Moritz Jahn, Karoline Echhorne, Stephan Kampwirht e Christian Steyer. A trilha sonora é incrível e tem no spotify.

Eu perguntei pro 007 porque o Ulrich andava na chuva o tempo todo. Inclusive ele chega em casa ensopado e dorme ensopado na cama do filho. Aí 007 disse que Dark é assim. E é fato, há uma infinidade de personagens andando na chuva. Mas acho que o que mais irritou o 007 é que eles andam de casacos com capuz sem nunca usar o capuz na chuva. Surreal realmente, bem como a série.


No final ficamos sabendo que a segunda temporada terá mais uma dimensão, curiosíssima, mas eu não tenho hábito nem de maratonar e nem de ver temporadas seguidas. Sempre dou um respiro, mesmo com muita curiosidade. Cada um com sua mania.


Beijos,
Pedritas

terça-feira, 24 de novembro de 2020

Rebecca

Assisti Rebecca (2020) de Ben Wheatley na Netflix. Estava curiosa, eu amo essa história e adoro o elenco. Mas é outra história e com uma infinidade de furos no final, eram tantos furos que fiquei até tonta. E como falta sutileza!

Esteticamente é um filme belíssimo! As locações são lindíssimas! O livro de Daphne Du Maurier eu li de uma edição da família, nem sei por onde anda, estava até encapado com tecido. E o filme do Hitchcock é cheio de silêncios. Essa versão é bem barulhenta. Lindos demais Lily James, Armie Hammer e Kristin Scott Thomas. Alguns outros do elenco são Bryony Miller, Ben Crompton, Kelly Hawes, Ann Dowd e Sam Riley.

Vou falar detalhes do filme e do final. Quero rever o filme do Hitchcock. Não lembro de ter tribunal. Que eu me lembro do livro e do filme é praticamente todo na mansão. O filme tem até corrida de carro tradicional de filme de ação, surreal. E é a protagonista que dirige igual uma alucinada. Ela vai atrás do boletim médico da consulta da morta Rebecca. Depois, de madrugada, no consultório, ela senta com o médico e o policial, falam da doença da morta e chegam, ali no consultório mesmo, a conclusão que a mulher se matou. Ok, é uma possibilidade, mas Rebecca não era uma mulher a se curvar, nem ao menos a uma doença. De madrugada mesmo soltam o acusado. Veja, teve um tribunal antes, e foi solto? Acho que não quiseram prolongar muito o filme com outra seção no tribunal, e resolveram tudo na madrugada mesmo pra ninguém ver. Se a barriga da mulher crescia por um tumor e ninguém sabia, sim o marido poderia achar que ela estaria grávida e sim, teria dúvida de quem seria. Agora não dá pra afirmar que seria do amante. E sim, ele poderia tê-la matado, ou qualquer outra pessoa. O exame e o resultado de câncer não prova nada que não foi morta. No começo também, por dias, a acompanhante larga sua patroa doente pra sair com o namorado. E a patroa insuportável que escravizava a jovem, dessa vez não faz nada. Concordo com a patroa, nada podia atrapalhar o desenvolver da trama, muito menos a coerência.
Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 23 de novembro de 2020

Minha Avó era Palhaço!

Assisti ao documentário Minha Avó era Palhaço! (2016) de Ana Minehira e Mariana Gabriel no Canal Brasil. No Dia da Consciência Negra o canal fez uma programação especial com filmes realizados por profissionais negros e descobri essa preciosidade! Que filme! Quanta história em tão pouco tempo!

Sim, eu sabia que o circo tinha tido um papel importante no passado já que era uma das poucas atividades culturais que seguiam em lugares que ninguém ia. A questão que eu não sabia é que os circos no passado eram da elite, viviam economicamente muito, mas muito bem. Ficamos nos perguntando onde tudo se perdeu. A família da protagonista era desse circo, o primeiro circo negro do Brasil. Pelo circo, tornou-se uma família abastada.

Quando a avó da documentarista foi ser palhaço, não era mais o auge, já era uma época mais difícil, mas não tão difícil como anos seguintes e nos dias de hoje. Maria Eliza Alves dos Reis era de uma família de vários irmãos. A família vinha dessa tradição do circo. Maria Eliza cantava em dupla em rádios. Quando seu irmão que era o palhaço adoeceu, ela com muita dificuldade conseguiu convencer o seu pai em ser palhaço e criou o palhaço Xamego em homenagem a música do Luiz Gonzaga. Na época a família tinha o Circo Guarany. No documentário contam que era muito comum os circos terem teatro também entre os números. Muitas vezes, no final da temporada na cidade, apareciam cantores pra finalizar o espetáculo. Luiz Gonzaga era um deles. O neto de Luiz Gonzaga fala no documentário.

São muitos depoimentos. Vários da filha de Maria Eliza, de vários profissionais do circo. São muitas histórias. Fiquei encantada!
 
Beijos,
Pedrita