Assisti His House (2020) de Remi Wekees na Netflix. Faz tempo que via esse filme no streaming, mas imaginava que mesmo sendo de terror, devia ser um filme muito dramático e adiava. Sim, é triste demais! Tem muito, mas muito fantasminha, mas todo o roteiro é de cortar o coração. Pra variar no Brasil o que não faltam são spoilers no título: O que ficou pra trás!
Um casal de imigrantes tem o direito de viver em uma casa em Londres. Eles estão em condicional. A permissão para ficar no país depende muito da adaptação deles. Não faltam regras, são tantas, que fiquei até tonta. Eles vão receber um dinheiro pra viver e não podem em hipótese alguma fazer qualquer outro trabalho remunerado formal ou informal. Mas precisam interagir na comunidade. Como uma ação é possível sem a outra é que não entendo. Excelente os dois atores: Wunmi Mosaku e Sope Dirisu. A casa é boa e grande, os assistentes sociais fazem questão de repetir a exaustão que é muito maior que a deles. Mas está imunda, com móveis na frente, a luz e o gás não funcionam.
Logo os fantasminhas começam a aparecer, são muitos. O marido destrói as paredes procurando-os. A esposa conta uma lenda pra ele que explica o que acontece. E os segredos vão sendo revelados, é de cortar o coração o que os dois passaram. O que os fantasminhas passaram. Quanta tragédia!
Assisti London Fields (2018) de Matthew Cullen na Netflix. Eu procurava um filme de suspense pra ver e me deparei com esse. O roteiro é baseado no livro de Martin Amis. Que filme saboroso! Bom pra ver acompanhado.
O filme é cheio de metalinguagens mas nunca sabemos o que é real ou imaginário. Um escritor (Billy Bob Thornton) chega em um apartamento e narrando diz que fez intercâmbio com outro. O outro escritor (Jason Isaacs) foi ao apartamento pequeno dele. O escritor pobre chega nesse. Ele não é tão bem sucedido como o outro. O apartamento é exagerado, cheio de pele, fotos do escritor com mulheres. Não dá pra saber se a narração já é o livro do outro escritor, ou se de fato o intercâmbio aconteceu. Uma mulher deslumbrante (Amber Heard) e vidente sabe que vai morrer no final, mas não sabe quem a matará.
Os três conhecem a jovem quando ela vai em um bar. Ela joga com todos. Deslumbrante, ela tem uma relação intensa com um atrapalhado jogador de dardos (Jim Sturgess) e se finge de casta e pura para um rico (Theo James). Os dois são casados (Jamie Alexander e Cara Delevingne) e tem um filho. Ela é vizinha do escritor. Johnny Depp interpreta um agiota. Como disse, não sabemos o que é verdade ou se tudo é inventado e porque qual escritor. Muito inteligente. A composição da mulher é muito masculina, realmente a jovem foi escrita por um homem. É um olhar bem estereotipado masculino sobre ela. É bom ver como os homens nos veem.
Assisti Kadaver (2020) de Jarand Herdal na Netflix. Tinha tempo que via esse filme, só quando fui procurar filmes noruegueses que resolvi ver. Que grata surpresa!
Após um desastre nuclear todos passam fome, tudo é perigoso. Uma linda família, pai (Thomas Gullestad), mãe (Gitte Witt) e uma filha (Tuva Olivia Rennam) fofíssima tentam sobreviver. Um carro de circo convida todos para um hotel luxuoso onde vão poder fazer uma refeição e ver um espetáculo. Eles aceitam. Tudo é muito suspeito.
Eles jantam e o anfitrião (Thorbjorn Harr) explica as regras do espetáculo. A plateia vai andar de máscaras pelo hotel, os atores sem. E entre os quartos do hotel eles vão vendo o espetáculo e as cenas. Muito interessante!
A linda filha deles some e eles passam a procurá-la. Logo o marido percebe que toda a plateia sumiu. É muito interessante! E tem algo que amo além dos fantasminhas, o hotel é cheio de portas, paredes que abrem, quadros que olham, ambientes secretos. Fascinante!
O final deixa no ar e em aberto. Mãe e filha voltam pra casa onde não há mais nada pra comer, mas eu confesso que acho que a mãe ficou na dúvida de voltar ao hotel para poder dar alimento a filha.
Assisti Lida Baarová (2016) de Filip Renc na Netflix. O filme conta a história dessa atriz tcheca que ganhou o estrelato na Alemanha, na década de 30. O roteiro é do tcheco Ivan Hubac.
Primeiro ela viveu bastante tempo com Gustav Fröhlich, interpretado por Gedeon Bukhard, grande ator alemão que protagonizou o icônico Metrópolis. Ele ainda era casado, mas sua esposa vivia em outro país.
Depois ela se apaixonou por Goebbels, interpretado por Karl Markovics. Ela chega a ir nos discursos nazistas, vê os judeus desaparecendo. Mesmo que na época ainda não se soubesse dos campos de concentração, ela via os judeus desaparecendo, deixando tudo pra trás, casas, bens. Goebbels era alucinado por ela como atriz, por seus filmes, financia tudo, a paga regiamente, também não vejo como ela não achasse isso estranho. Lida e Goebbels saiam em tudo quanto era jornal. Goebbels era casado, então em um determinado momento o romance acaba. Hitler interfere do caso extra conjugal de seu braço direito. Goebbels segue com a família e filhos para outro país e ela é proibida de sair da Alemanha.
Começa então o calvário da atriz. Ela tem ajuda para fugir para a Tchecoslováquia e volta a viver com a família. Retorna a fazer filmes, muitos na Itália, não entendo porque voltava para a Tchecoslováquia e porque não tentava ir para os Estados Unidos. Parecia muito ligada a família. Na Tchecoslováquia ela é condenada por traição e à forc. O pai consegue que um ministro retire a execução. Sua mãe e irmã não aguentam os interrogatórios, as perseguições e morrem. Lida volta a fazer cinema até 1958, depois teatro.
A atriz que interpreta Lida, Tatiana Pauhofová é muito linda e parecida com a atriz, mas não tem metade da força cênica. Impressionante as fotos de Lida.