sábado, 4 de dezembro de 2010

Palestra sobre o Restauro do Órgão da Catedral Anglicana de São Paulo

Fui a palestra sobre o Restauro do Órgão da Catedral Anglicana de São Paulo. Eu sempre tive fascínio por órgãos, pelo som do órgão, mas não tinha ideia que órgãos de igreja tivessem tanto detalhes. Esse órgão conseguiu o restauro pela Lei Rouanet. O Reverendo Aldo, responsável pela catedral, disse que a comunidade terá o órgão de volta e que vão realizar os concertos, como a igreja está sempre aberta ao público, a comunidade poderá, de graça, ver apresentações de grandes músicos. E a comunidad, ele diz qualquer um, de qualquer credo, religião ou mesmo não religião. A palestra técnica foi exemplificada pela curadora Elisa Freixo, não só no intuito de esclarecer, como para dar satisfações a quem desejasse do que será feito com o órgão. Com fotos da parte interna do órgão, Elisa mostrou como está danificado. Ela disse que esse até que não está tão danificado, porque pelo menos as peças tiradas estão por ali mesmo com raras exceções. Elisa acompanha vários restauros inclusive nas cidades históricas mineiras onde mora como Mariana. Elisa mostrou os tubos internos, falou que um órgão bem restaurado costuma levar uns 10 anos pra precisar de nova afinação. Ela mostrou que algumas pessoas que fizeram restauros parciais, ou mesmo tocavam, foram na caixa interna e entortaram tubos pra tentar a afinação danificando o instrumento. Ela mostrou também que tiravam tubos que provavelmente estariam apitando e como ela disse, o órgão passou a não ter mais aquela nota. Depois a produtora do projeto, a Priscila Paes, deu esclarecimentos a todos de como será a parte administrativa e financeira. Até agora o projeto só tem 50% do patrocínio feito pela Aliança Navegação e Logística e procuram outros patrocinadores. O órgão será desmontado e transferido para Blumenau, onde um organeiro alemão, o Georg Jann, fará o restauro. Ele tem uma oficina lá perto. O órgão ficará aproximadamente um ano sendo restaurado. Tentarão inclusive buscar mais informações sobre sua história. Possivelmente esse órgão é francês de 1870. Veio ao Brasil para a primeira catedral anglicana em São Paulo. Depois construíram essa catedral especialmente pensando no tamanho do órgão para transferi-lo. Elisa Freixo acredita que o restauro possa ser feito em um ano e que no final do ano que vem estará de volta para o concerto de inauguração. Mas como um restauro não é algo matemático, só com o tempo é que saberemos quando irá retornar para a catedral. Havia uma exposição de fotos que ficará na catedral essa semana, quando o órgão voltar essa exposição volta e colocam as fotos do processo de restauro e de como o órgão ficou. Estou curiosa.

Vou colocar um vídeo com concertos em dois órgãos estrangeiros. Um enorme e um tamanho mais normal.










Beijos,









Pedrita

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Miado do Gato

Assisti O Miado do Gato (2001) de Peter Bogdanovich no Telecine Cult. É um bom filme, mas confesso que não acho que seja Cult, ficaria melhor no Touch. É sobre um passeio de barco do editor do New York Times e a versão de um dos boatos do que poderia ter acontecido, afinal tudo o que aconteceu por lá foi abafado pela imprensa. Estavam nesse  barco Charles Chaplin e Marion Davies. O editor do New York Times tinha a Marion como amante, mas desconfiava que o Chaplin andava cortejando sua amante. No barco estavam escritores, produtores, dançarinas, músicos. Marion Davies é interpretada muito bem por Kirsten Dunst. Charles Chaplin por Eddie Izzard. O editor do New York Times por Edward Hermann.


Alguns outros do elenco são: Cary Elwes, Joanna Lumley, Jennifer Tilly, Claudia Harrison, Ronan Vibert, Victor Slezak, Claudie Blakey e Chiara Schoras.



Resultado da enquete:

Eu fiz uma enquete sobre como os meus leitores gostam de ver filmes, 7 disseram que só legendados, 4, tanto faz. Eu havia escrito para o Telecine reclamando dos filmes  dublados que eles colocam sem avisar e eu acho um absurdo. Eles alegaram que a maioria quer filmes dublados. Sei que é uma pequena mostra, que o público do meu blog tem um gosto apurado, mas ninguém diz que vê só dublado como eles alegam. 4 disseram tanto faz que é bem diferente. E a maioria daqui só vê legendados.









Bejios,








Pedrita

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

12 Homens e Uma Sentença

Assisti ao espetáculo 12 Homens e Uma Sentença de Eduardo Tolentino no Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo. Eu queria muito ver esse espetáculo, muito antes de ser esse sucesso de crítica e mídia. É realmente incrível, com ótimo texto de Reginald Rose, um excelente elenco decide a vida de um rapaz de 16 anos, se ele for condenado irá para a cadeira elétrica. No início, 11 do júri acham que o rapaz é culpado, um só diz inocente porque não acha que as provas sejam suficientes pra culpar o rapaz.
Foto dZineb Benchekchou

O excelente elenco: Norival Rizzo, Genézio de  Barros, José Renato, Oswaldo Mendes, Riba Carlovich, Eduardo Semerjian, Brian Penido, André Garolli, Ricardo Dantas, Augusto César, Marcelo Pacífico e Ivo Muller interpretam esses personagens tão ricos em detalhes e diferenças. Escolhidos de diversos pontos para poder avaliar melhor, cada um tem uma história, faixa etária, pré-conceitos, preconceitos, intolerância, profissões, informações ou falta delas. O texto é de uma riqueza surpreendente. Há aqueles que são implacáveis, querem a condenação para extirpar da sociedade um indivíduo tão perverso. Há aquele que quer terminar logo, porque está preocupado consigo mesmo. Há aquele que não tem opinião formada, e como muitos hoje em dia, está sempre com a maioria. Tudo é muito rico em detalhes e o elenco está excelente. Logo no início um deles estranha que a porta é fechada a chave, tão bem feita a cena que eu fiquei com agonia e só depois lembrei que estava no teatro e eles podiam a qualquer momento vir para a plateia e ir embora, eu tinha embarcado tranquilamente na peça que estava só no começo.
Eu já conhecia o desfecho do espetáculo, embora não tenha visto o famoso filme, que inclusive está em cartaz no Telecine, mas mesmo conhecendo a trama, é  sempre impactante por tantas nuances.  12 Homens e Uma Sentença fica em cartaz até o dia  19 de dezembro, os ingressos custam somente  R$ 15,00, R$ 7,00 a meia-entrada. Como o espetáculo está fazendo muito sucesso, é bom comprar os ingressos com antecedência.

Nesse texto do Marcelo Janot sobre o filme, ele fala da atualidade do texto:







e








Beijos,








Pedrita

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Antonio Meneses arquitetura da emoção

Terminei de ler Antonio Meneses arquitetura da emoção (2010) por João Luiz Sampaio e Luciana Medeiros da Algol Editora. Eu gosto muito de biografia e de conhecer histórias. Infelizmente há poucas no Brasil e fiquei muito feliz que agora temos a do Antonio Meneses. Aos 11 anos Meneses ganhou um violoncelo do pai, não que tenha pedido, o pai, músico, tocava na Orquestra Sinfônica Municipal do Rio de Janeiro, desejava que algum dos seus filhos estudassem música. No início Meneses não gostou muito do curso, a professora só passava a parte teórica, mas assim que veio a primeira peça, se apaixonou pelo instrumento. Aos 17 anos veio a oportunidade de estudar no exterior e assim as dificuldades tradicionais dos músicos que vão para fora do país buscar o aperfeiçoamento. Até que Meneses não levou muito tempo para conseguir outro bom instrumento para se apresentar, só três anos, embora essa busca sempre continue a cada crescimento profissional, junto com os altos custos dos instrumentos. Nesse período de busca usou vários violoncelos emprestados ou alugados. A biografia relata ainda as participações do Meneses no Trio Beaux-Arts, os regentes que teve contato como Karajan. Com intensa carreira internacional, Antonio Meneses vive mais no exterior, vem ao Brasil esporadicamente para apresentações.

Além da biografia, o livro traz no final fotos da carreira do violoncelista e ainda um CD com um repertório escolhido pelo músico que retratasse o livro e que homenageasse aqueles que foram determinantes em sua vida e carreira. Há três músicas com o pianista Luiz Fernando Benedini e mais 5 solo com o violoncelista: Modinha de Francisco Mignone, O Cisne de Camille Saint-Saëns, Après um Rève de Gabriel Fauré, Bourrée I e II de Bach,  Estudo nº 8 em Ré Maior de Jean-Pierre Duport, Estudo opus 25 nº 7 em Dó Maior de  Alfredo Piatti, Estudo nº 9 de David Popper e Prelúdio Fantasma de Gaspar Cassadò.









Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Re-Sintos

Assisti ao espetáculo Re-Sintos da Muovere Cia de Dança na Caixa Cultural São Paulo. A apresentação mostra cenas do cotidiano com muito humor e ironia. Direção Geral de Jussara Miranda, Direção Cênica de Jezebel de Carli e Direção de Sonoridades e Visualidades de Diego Mac. Os ótimos bailarinos são Denis Gosch, Didi Pedone, Joana Amaral, Roberta Savian e William Freitas. Essa companhia é de Porto Alegre. As apresentações foram gratuitas.
Foto de Sérgio Martins







Beijos,

Pedrita

domingo, 28 de novembro de 2010

Thérèse Desqueyroux

Terminei de ler Thérèse Desqueyroux (1927) de François Mauriac da Cosac & Naify. Ganhei esse livro do Rodrigo Gurgel. Nós conversávamos de autores católicos, ele mencionou esse livro e me presenteou. Ele comprou pela Estante Virtual. Depois que viu o estado do livro ficou surpreso, novinho. Cheguei a mencionar que acho inclusive que não havia sido lido. Rodrigo Gurgel falou que esse autor é pouco traduzido no Brasil, infelizmente. Ele fez muitos elogios ao estilo do escritor e a qualidade de sua obra. Esse livro mesmo não tem mais na editora, só dá pra comprar pela Livraria Cultura, ainda há exemplares por lá. Há um filme francês de 1962 baseado nesse livro que quero ver. Deve ser outra raridade. François Mariac é ganhador do Prêmio Nobel de Literatura. Minha irmã vai gostar de saber que tenho mais uma obra de um autor Nobel. Nós duas estamos lendo ao menos uma obra de cada ganhador pra conhecer. A tradução é de Carlos Drummond de Andrade, inclusive há um prefácio escrito por ele.


Obra A Woman Reading (1871) de Claude Monet

A obra começa com nossa protagonista saindo de um tribunal. O livro tem a narrativa toda entrecortada, pouco sabemos dos fatos, mesmo o pouco que ficamos sabendo não temos certeza, há muitas lacunas e fragmentos. Interessante como ela pouco quer saber do que falam o advogado e seu pai. É sobre o destino dela que falam, mas ela quer ver a água do rio, caminhar sozinha, não quer saber de nada. Incrível como o autor consegue escrever com tão pouca informação e mesmo assim nos passar o eixo de toda trama. Ele escolheu muito bem as poucas pinceladas dos fatos e nos levar a trama. Mesmo que nós deduzamos muito do que acontece, muito realmente não ficamos sabendo, é tudo um grande mistério.

Obra Le Jour (1929) de Georges Braque

Nossa protagonista é de uma pequena cidade, seria bom que ela se casasse com um homem que ampliasse as suas terras, tradição que já parece acontecer na família. Ela gosta da ideia de aumentar o seu patrimônio e aceita com tranquilidade o casamento. É só depois de um tempo, ela nem sabe quando, que ela começa a pensar que poderia ter um destino diferente, mas ela não sabe como. A trama é toda embaralhada, como os seus pensamentos. Em um determinado momento ela diz que sabe o que ela não quer, mas não sabemos se em algum momento ela descobre o que quer.

Obra Natureza Morta de Jean Metzinger

Trechos de Thérèse Desqueyroux de François Mauriac:

“Teresa, muita gente dirá que não existes.”

“O advogado abriu a porta.”

“Mas que foi que lhe meteram na cabeça, no colégio? Aqui, ela só teve bons exemplos; vigiamos as suas leituras... Teresa diz que não há nada que faça virar a cabeça das moças como os romances de amor da Pastoral dos Bons Livros...”

Tanto as obras e o compositor são franceses do período que a obra foi publicada.






Beijos,








Pedrita