sábado, 19 de novembro de 2011

Endemoniada

Assisti Endemoniada (2010) de Chul-soo Jang no Max. Eu procurava um filme pra ver, estava com receio de ver esse porque sei que os filmes coreanos costumam ser muito contundentes. Esse é da Coreia do Sul. Alguns são de terror, mas sempre há muita denúncia social, e sabia que tinha que estar preparada se quisesse ver. Achei que estava e assisti, mas é muito mais contundente do que eu imaginava. Foi difícil ir até o final, é um grande filme, mas dificílimo. É o primeiro filme desse diretor.


Endemoniada fala principalmente de omissão. Começa em Seul com uma moça sendo espancada por três rapazes, no desespero ela pede ajuda a vários carros parados no trânsito, ninguém ajuda e ficamos sabendo depois que ela morreu espancada. Nossa protagonista mora em Seul, ela trabalha no mercado financeiro, é egoísta, é individualista. Quando acham melhor que ela se afaste do trabalho e tire férias ela retorna a ilha onde viveu na infância. Uma ilha com pessoas cruéis, machistas. Nossa protagonista continua no seu caminho omisso. É impressionante! Todas estão excelentes. Lindíssima a atriz principal  Seong-won Ji. Sua amiga é interpretada brilhantemente por Yeong-hie Seo. Essa atriz e Jeong-hak Park são praticamente os únicos que já atuaram em mais filmes, quase todos os outros só atuaram nesse. Outros do elenco são: Mon-ho Hwang, Min Je e Ji-Eun Lee.

Como no filme abaixo, Endemoniada fala muito das consequências de uma sociedade desigual, individualista e violenta. Ambos falam que violência gera violência. Assistindo aos dois é impossível ficar indiferente.

Esse trailer é muito violento.

Beijos,
Pedrita


sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Pixo

Assisti Pixo (2009) de João Wainer e Roberto T. Oliveira. Esse documentário mostra e fala sobre os pichadores em São Paulo. Sempre ouvi um ou outro comentário que falava um pouco deles, mas desconhecia por completo de onde vinham, suas motivações. Pixo mostra vários pichadores em ação e há várias entrevistas. Eles são na maioria da periferia, é uma forma de protesto, alguns falam que é o lazer deles. Sempre ouvi sobre as competições, que eles queriam sempre ser os que iam mais alto.

Dá muita aflição ver os pichadores escaladores, que vão do lado de fora dos prédios subindo para pichar. O documentário mostra inclusive uma ação deles. Pixo fala de como essa ideia começou.Vários se inspiraram nas "pichações" do Cão Fila. O mais maluco é que um homem pichava Cão Fila para vender cães em um quilômetro de uma estrada. É estranho imaginar que alguém utilize a pichação como forma de protesto se baseando em pichações comerciais de venda de animais. Como alguns inicialmente se inspiraram na "pichação" do Cão Fila, as letras eram parecidas, mais legíveis. Depois os pichadores se inspiraram nas letras dos LPs de bandas de heavy metal como a Kiss. Atualmente cada um cria a sua assinatura e nas festas que promovem saem distribuindo autógrafos com a sua marca. 


Estranho também quando contam sobre uma rivalidade de dois grupos que além de disputarem as pichações ainda brigavam com muita violência, mencionaram que era como as torcidas de futebol. Comentaram que essa rivalidade em São Paulo acabou, mas que é muito forte ainda no interior de São Paulo, sendo que a maioria nem sabe porquê, nem sabe qual o motivo da briga que iniciou. O documentário fala também da ação dos policiais, que não gostam quando precisam perder tempo em coibir esses infratores. Acho que os polciais devem sim fazer o que é permitido dentro da lei contra essa infração, não acho que devam abusar da violência contra os pichadores, uns relatam que alguns policiais os obrigaram a comer e engolir o rolinho de tinta, outros ldavam tapas, acho que essa prática, além de abusiva, estimula ainda mais a rebeldia e as pichações .A própria polícia condena esses abusos. Um entrevistado inclusive ressalta que eles picham exatamente porque é uma infração e acho que deve continuar sendo. Pixo fala inclusive de alguns pichadores que morreram caindo de prédios que pichavam. Pixo passou também na 33º Mostra Internacional de Cinema.

Beijos,
Pedrita


quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Picolé, Pintinho e Pipa

Assisti Picolé, Pintinho e Pipa (2006) do Nós do Morro na abertura do 6º Cine Favela de Cinema no CineSESC. Além de Oscar exibiram esse curta que é uma graça. Chega a kombi com Picolé, Pintinho e Pipa. Começa um corre corre das crianças, elas precisam encontrar garrafas pra trocar ou por Picolé e Pipa, ou por Picolé e Pintinho. Incrível as tomadas de cenas enquanto as crianças correm pelas ruas do morro, filmam de vários ângulos, dá uma aflição aquela agilidade toda. As crianças são uma graça e como correm. O diretor é o Gustavo Melo. No elenco estão Arthur Bispo, Chico Santana, Henrique César, Newton Magalhães, Wallace Coutinho, Xande Alves e Ana Miranda.
Beijos,
Pedrita


quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Oscar

Assisti Oscar (2010) na abertura do 6º Cine Favela de Cinema no CineSESC. Esse curta foi resultado das oficinas do evento do ano passado. A direção é de Macauê. É a história de um menino que vive na favela, sua mãe faz de tudo para ele estudar para que no futuro vá morar fora da favela. Me surpreendi com a quantidade de crianças na abertura do evento, soube que elas vão em todos os eventos do Cine Favela, assistem a todos os curtas, vão em todas as oficinas, votam em tudo. Esse ano o Cine Favela se expandiu. Ele acontecia sempre em Heliópolis, esse ano foi para outros lugares. Todos os eventos foram gratuitos.
 
Beijos,
Pedrita


terça-feira, 15 de novembro de 2011

Olivier Toni - Notas Contemporâneas

Assisti a gravação do programa Notas Contemporãneas com Olivier Toni no MIS - Museu da Imagem e do Som. Começou com o curador Cleber Papa dizendo que o MIS retomava esse projeto após a posse de André Sturm. São gravadas entrevistas com músicos brasileiros que contam um pouco da sua história. O material fica no acervo do MIS para pesquisa. Quem entrevistou foi o jornalista João Batista Natali. Olivier Toni, compositor, maestro e professor contou um pouco sobre a sua vida e a sua carreira. Grande influente na música brasileira, conseguiu junto a políticos a realização de vários projetos como a fundação da Escola Municipal de Música e da criação do Departamento de Música da USP - Universidade de São Paulo onde foi professor. Olivier Toni falou de seus professores, entre eles Camargo Guarnieri e Koellreutter.

Gostei muito que tinham inserções de música durante a conversa. Músicos interpretaram obras de Olivier Toni, duas com estreias mundiais. Foram interpretadas: Homenagem a Camargo Guarnieri, Chico Rei, 27, Recitativo, Improvisação, Hai-Kai e 3 Instantes de Vida. Os músicos foram.Fábio Brucoli (violino - foto), Sheila Minatti (soprano), Camilo Crispim (flauta), Rafael Lisboa (clarinete), Mariane Rodrigues (piano) e Ricardo Tanganelli (percussão). Para assistir o Notas Contemporâneas é só ir ao MIS no horário das gravações. Os ingressos custam somente R$ 4,00. Não vejo a hora de saber quem será o próximo entrevistado.



Beijos,
Pedrita


segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Paradjanov, o Magnífico

Vi a exposição Paradjanov o Magnífico no MIS - Museu de Imagem e do Som. Esse evento é da Mostra Internacional de Cinema e vi por um acaso. Tinha ido ao MIS para outro evento e vi essa exposição. Engraçado, ou não, que o único evento da mostra que vi esse ano foi uma exposição. Sergei Paradjanov era um cineasta soviético. Ele fez um filme que não foi bem aceito pela política local e foi preso. Na mostra de cinema exibiram um documentário sobre esse cineasta e eu ainda não vi. Na prisão ele começou a fazer cinema com colagens de imagens. Ele disse que colar imagens era uma forma de continuar a fazer cinema. Nunca entendi muito essa mania das pessoas interferirem na arte e na genialidade dos artistas.

As obras são lindas, ele mistura vários objetos. Adorei umas com pedaços de porcelana quebrada, há uma série da Monalisa. Tudo criativo, revolucionário e alguns tristes. Na entrada há um texto sobre a vida de Paradjanov. A exposição é gratuita e vai até o dia 20 de novembro.


Beijos,
Pedrita


domingo, 13 de novembro de 2011

Capitães da Areia

Assisti no cinema Capitães da Areia (2011) de Cecília Amado. É o segundo ano que vou no Projeta Brasil onde os filmes brasileiros estão por R$ 2,00 e entram em cartaz filmes do ano todo. Um casal ao meu lado já estava no segundo filme, acho que vou tentar no ano que vem ver mais de um porque nesse ano já tinham outros dois filmes que queria ver. Coincidentemente vi no Projeta Brasil outro filme baseado em uma obra de Jorge Amado, no ano passado vi Quincas Berro D´Água que gostei igualmente.. Eu amei Capitães da Areia. Confesso que não entendi porque esse filme não foi tão elogiado. Pensei que poderia ser porque a diretora é nova, mas fui ver o currículo dela, ela começou como assistente de direção em Tieta do Agreste e depois trabalhou em vários filmes. Depois pensei que talvez fosse porque ela fez esse filme em homenagem ao avô, ela é neta de Jorge Amado, que bela homenagem. O filme tem uma assinatura muito personalizada, é muito autoral. E esse olhar, as tomadas de câmera são belíssimos em Capitães da Areia. Eu quis ver esse filme depois que vi o trailer com minha mãe no começo do ano passado e fiquei impactada com tanta beleza.

Eu li o livro há muitos anos, tinha adorado, mas achava que não ia lembrar da trama e não foi o que aconteceu. É muito bem construído o filme. Os meninos que interpretaram os Capitães da Areia são incríveis. Gostei da diretora escolher fazer o filme na época que foi escrito, 1937, aquele jeito dos meninos é típico daquela época, ficaria estranho trazer o filme para os dias de hoje. Todos os meninos estão incríveis:  Jean Luis Amorim interpreta Pedro Bala majestosamente, que menino talentoso. Adorei também o que interpreta o professor Robério Lima. A Dora é interpretada por Ana Graciela. Todos os outros ótimos são interpretados por Paulo Abade, Israel Gouvêa e Jordam Mateus. Gosto muito da Ana Cecília Costa que está no elenco. A trilha sonora é de Carlinhos Browm. A fotografia de Guy Gonçalves é belíssima! 
Beijos,

Pedrita