sexta-feira, 2 de junho de 2017

Show de Carlos Navas e Swami Jr.

Fui ao show de Carlos Navas (voz) e Swami Jr. (violão) no Sesc Consolação. Adorei! Que belas canções. Começou com Swami Jr. sozinho ao violão. Ele contou que tocou com músicos cubanos como o Buena Vista Social Club e que viajou muito por isso. Então nas longas esperas das turnês compôs duas músicas que ouvimos nesse show. Uma chama El Puro, já que em Cuba, os filhos chamam os pais de puros e ele acha muito poético, realmente. Com Carlos Navas interpretaram lindas canções. Fiquei fã da Palavras de Vento de Alzira E. escrita sobre o belo poema do português Tiago Torres da Silva. Cantou também a que adoro Velho Realejo de Custódio Mesquita. Foram lindas as canções. No hora do bis pediram Ícaro de Fred Martins e Marcelo Diniz e Carlos Navas disse que é a música que sempre querem ouvir com ele. Carlos Navas cantou essa a capela, muito linda. Foi um belíssimo show! Excelentes músicos!
Foto de Victor Soldano

Beijos,
Pedrita

quarta-feira, 31 de maio de 2017

Tudo Vai Ficar Bem

Assisti Tudo Vai Ficar Bem (2015) de Wim Wenders no Telecine Cult. Há um tempo pus esse filme para gravar já que gosto desse diretor. O nome melhor seria Nada Será Como Antes. Não sei o que o autor, Borj Olaf Johannessen, e o diretor pensaram, mas eu não acho que Tudo Fica Bem depois, muito pelo contrário.
Nosso protagonista sofre um acidente. Ele vive em um relacionamento que já ia mal e só piora. O que mais me assustou foi a total incompreensão das pessoas no entorno ele. Ele não suporta tudo o que sente e tenta suicídio. A ex, bem sarcástica, diz que o médico contou que não chegou a ser um suicídio, porque ele não morreria, que ele fez o ato de tal forma que sobreviveria. Sim, há suicidas que fazem o ato parcialmente, pensando em fazer completo. Pode até ser que inconscientemente só queiram pedir socorro e não morrer. Mas algo pode sair errado e morrer. E julgar alguém que tenta se matar, deixando brechas ou não, é muito, mas muito perverso. Essa mulher inclusive foi só para maltratar mais alguém tão frágil emocionalmente. Era melhor nem ter ido, podia ter enviado outra pessoa. E esse médico também, melhor teria sido ficar calado. Outra também julga a forma como ele lida com a sua história. Uns acham que ele não sentiu nada, sem saber de toda a história e ele sendo reservado, acham que ele viveu tranquilamente e não que estava sofrendo. James Franco está muito bem. sua ex é interpretada por Rachel McAdams.

No outro núcleo está a personagem da Charlotte Gainsbourg e Robert Naylor. Charlotte inclusive interpreta uma mãe relapsa, desligada. Mesmo depois de toda a tragédia ela vive esquecendo o outro filho sozinho em lugares perigosos.  Parece até que queria ser sozinha e se livrar dos filhos inconscientemente. Apesar de toda a tragédia que ela passa, ela continua só, sem o apoio de ninguém. A solidão das pessoas no filme incomoda profundamente. Ainda no elenco está Maria Josée-Croze.  Quem gosta de filmes psicológicos, Tudo Não Vai Ficar Bem tem muito a analisar.

Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 29 de maio de 2017

O Pequeno Príncipe

Assisti O Pequeno Príncipe (2015) de Mark Osborne no Telecine Pipoca. No Now esse filme só está dublado, como só vejo no som original, assisti no Pipoca. É muito lindinho. Não chega a ser a história do Pequeno Príncipe. Na verdade é a história de uma menininha que tem uma mãe alta executiva e que deseja o mesmo para a filha.

A mãe leva a menina ao bairro ao lado da melhor escola, uma instituição que cria máquinas, não seres humanos. Cria um quadro absurdo de tarefas a serem cumpridas, a menina nem comeu a maçã do café da manhã e o despertador já exige outra tarefa. Muito inteligente, muito atual, o quanto pais estão esquecendo que as crianças precisam brincar, de ter atividades culturais e liberdade para inventar. O bairro é quadrado, tudo é quadrado, as casas são iguais. 

Há um vizinho fora do padrão, com uma casa anárquica que todos fingem ignorar. Inclusive é o único idoso da região. Há várias críticas a essa sociedade consumista que ignora a criatividade, a cultura e os mais velhos. A menina fica encantada com a quantidade de objetos na casa do vizinho e ele diz que é acumulador. Sem culpa, sem exagero, mostrando que não há mal algum em gostar de objetos e ser feliz vivendo entre eles. Que a vida pode ser mágica, sem ser exageradamente arrumadinha. A menina, escondida, começa a ler o Pequeno Príncipe. Uma graça quando entra a história do livro. Muito bem feita a animação. Quando é no mundo da menina tudo parece real.

Quando entra no mundo do Pequeno Príncipe tudo parece animação. Muito lindo e bem feito. É nesse momento que aparece a história de Antoine Saint-Exupéry.

Me emocionei muitas vezes. A solidão dessa menina dói. A mãe já definiu os presentes que a menina vai ganhar de aniversário que ela passa sozinha. Que objeto é importante para cada idade e que função terá no seu aprendizado. Mas acho que o pior presente é o do pai. Eu não entendi porque ela tinha tantos globos de neve com prédios. Bom, esse é o presente anual do pai. A menina passa a festa sozinha. Tem bolo, os dois presentes, mas é totalmente ausente de afeto. 

Beijos,
Pedrita

domingo, 28 de maio de 2017

A Biografia Íntima de Leopoldina

Terminei de ler A Biografia Íntima de Leopoldina (2015) de Marsilio Cassotti da Planeta. Eu fui na feira do livro da USP comprar uma encomenda de uma amiga. Fui determinada a levar só dois livros, já estava indo embora e me deparei com essa capa. Foi antes de eu saber que a TV Globo ia fazer a novela Novo Mundo e comprei. Marsilio Cassotti é um biógrafo e escreveu sobre outras personalidades. Confesso que me surpreendi dele ser argentino. Claro, qualquer escritor pode construir biografias, mas é interessante que mesmo Leopoldina sendo austríaca, casada com um português e vivido no Brasil tenho uma biografia de um argentino. Há outras biografias sobre Leopoldina.

Obra Dona Leopoldina de Luis Schlappriz

Quando a novela começou, senti urgência em ler. Que história incrível! Fiquei me perguntando que parte das aulas de história que eu perdi. Eu tive péssimos professores de história, descobri isso na própria escola quando tive contato com um professor de outra turma e vi que as aulas podiam ser bem mais completas e instigantes. Há uns anos venho tentando minimizar essa deficiência histórica nas artes. Qual não foi a minha surpresa de saber que Maria Antonieta era tia-avó de Leopoldina e que uma irmã de Leopoldina foi casada com Napoleão. Austríaca, muito católica, veio feliz ao Brasil para se casar com Dom Pedro que achou lindo na pintura do camafeu que recebeu.

Obra Dom Pedro I (1830) de Simplício Rodrigues de Sá

Leopoldina chegou no Brasil com 20 anos, apaixonou-se por Dom Pedro e tiveram um casamento feliz mesmo o príncipe tendo vários relacionamentos extra conjugais. Assim que Leopoldina chegou, Dom Pedro envolvia-se com uma dançarina. Leopoldina viveu poucos anos no Brasil, somente 9 anos, onde teve um filho atrás do outro e muitos dissabores. Leopoldina tinha um pai muito diplomático, acompanhou todos os conflitos da guerra de Napoleão, o sofrimento de sua irmã, as negociações de países em épocas de guerra. Teve ótimas preceptoras. Sua madrasta disse que precisavam domar o gênio de Leopoldina que conseguiu conter seus ímpetos, mas continuou uma mulher de personalidade forte e decidida. Dom Pedro começou seus estudos em Portugal, mas no Brasil não se entendeu com os seus professores. Seus pais, alheios a formação de seu filho, deixaram que Pedro fosse criado solto, cheio de vontades. Foi Leopoldina que tanto ajudou o príncipe a lidar com o período conturbado após a volta de Dom João VI a Portugal. Foi ela que influenciou a Dom Pedro a ficar no Brasil quando Portugal exigiu que a família voltasse a Portugal. Foi Leopoldina também que influenciou o grito de independência junto com José Bonifácio.

Leopoldina foi uma máquina de fazer filhos, tiveram sete filhos em 9 anos. Apesar dos casos extra conjugais de Dom Pedro, a vida íntima do casal parecia intensa. Mal o filho nascia ela já se via grávida novamente. Estava grávida quando Dom João VI voltou a Portugal, na época do Fico, novamente na época da Independência. Muito triste a morte do primogênito. Foi no seu último parto que sofreu profundamente e morreu. Sua primeira filha Maria da Gloria tornou-se Rainha de Portugal. Leopoldina sofreu muito com a separação da filha. Antes da viagem a imperatriz empenhou-se muito na educação da menina e conseguiu uma professora inglesa.


Eu acho que Dom Pedro amou profundamente Domitila, acho que foi uma tórrida paixão. Os dois eram sedutores, e em geral sedutores estão o tempo todo deixando seus parceiros inseguros para que eles não os esqueçam. Provavelmente esse ambiente de insegurança fez com que eles tivessem um tórrido amor. Leopoldina sofreu muito com esse relacionamento até porque no final de sua curta vida Dom Pedro vivia só com Domitila há umas quadras do palácio. Domitila já tinha três filhos e era casada quando conheceu Dom Pedro. Ela o procurou para que ele tentasse resolver judicialmente o fim de seu casamento. Era comum as pessoas procurarem os líderes para questões judiciais. Como Leopoldina foi outra máquina de fazer filhos, só com Dom Pedro teve cinco filhos, já tinha três do primeiro casamento, somam-se então 8 filhos. Igualmente vivia grávida. Domitila teve 14 filhos em sua vida. É monstruoso o que Dom Pedro fez com Leopoldina. Colocou nomes iguais em seus filhos com Domitila. Quando nascia Isabel, Domitila tinha uma Isabel de Alcântara Brasileira. Os filhos então tinham o mesmo nome dos oficiais, na mesma época, com de Alcântara Brasileiro. O livro para na morte de Leopoldina, mas com curiosidade, fui ver o que acontecia. Dom Pedro sentiu-se muito culpado com a morte de Leopoldina, então seu relacionamento com Domitila degringolou. Tanto que ele casa-se novamente, em outro casamento arranjado com Amélia de Leuchtenberg


Beijos,
Pedrita