sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

Brightburn

Assisti Brightburn (2019) de David Yorevsky na HBOGo. Que filme tosquinho! Nem posso dizer que vi até o fim porque queria saber o que ia acontecer porque logo a gente entende e já sabe o que vai acontecer. O roteiro é de Brian e Mark Gunn.

Começa com um casal querendo ter um filho e depois com o filho que vai passando as idades. Quando está com 12 anos fatos estranhos começam acontecer. Mas acho que o fato mais estranho pra nós é ele ganhar uma arma de aniversário de uns parentes. Depois as pessoas ficam se perguntando como adolescentes nos EUA tiveram acesso a armas. No meio do filme a gente entende o que aconteceu, e aí o filme se arrasta no previsível. Coitado do garoto (Jackson A. Dunn) em fazer esse personagem.

A mãe (Elizabeth Banks) sofre o diabo, literalmente o diabo. O pai (David Denman) é mais lúcido. O policial é interpretado por Terence Rosemore. A paixão do garoto por Emmie Hunter. A mãe dela por Becky Wahlstrom.
Beijos,
Pedrita

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

No Fundo do Poço de Buchi Emecheta

Terminei de ler No Fundo do Poço (1972) de Buchi Emecheta da Dublinense Editora. Eu fui no stand da editora na Feira de Livros da USP procurar um livro, os vendedores ótimos, logo perceberam os meus gostos e me indicaram essa autora nigeriana que era a "Chimamanda deles". Depois eu descobri que foi a Chimamanda que indicou essa autora. É uma bela edição com ilustrações de Luiza Zardo.

O marcador de livros é magnético e parte de uma obra de Tomie Ohtake

Buchi Emecheta (1944-2017) escreve parte da sua história nesse livro de nome original Na Vala, misturada a ficção. Conta a história que viveu em um condomínio miserável na Inglaterra com seus 5 filhos. Vala era o buraco no colchão que um filho ficava no apartamento anterior que era lotado de ratos. Um assistente social consegue outro apartamento. As vizinhas acham o lugar ruim que ela iria, mas ela fica muito feliz com o apartamento porque agora tem um banheiro. O anterior o banheiro era coletivo. Imagine usar um banheiro coletivo com 5 crianças.
Obra de Joseph Eze

O estilo da autora é impressionante, que qualidade de texto. No condomínio ela trabalhava de dia em um museu e estudava sociologia à noite. A assistente social a procura, os vizinhos reclamam que ela deixa os filhos sozinhos. E claro, o preconceito e a curiosidade fazem eles quererem saber o que ela faz toda noite. A autora acaba falando muito de preconceito, miséria. Ela não queria largar o emprego e viver do dinheiro social, queria ter dignidade, trabalhar, mas as regras na Inglaterra a impedem. Ela sente que nunca mais vai sair daquele lugar de dependência e miserabilidade. A assistente social arranja jovens pra cuidar dos filhos dela à noite.

Obra de Akpokiere Karo.

Apesar da hostilidade inicial dos vizinhos, ela acaba se adaptando e tendo apoio. Quando o condomínio vai ser desativado ela reluta demasiadamente em se inscrever para outros apartamentos. Buchi fala muito da situação da mulher. Ela casou aos 16 anos e foi viver com o marido na Inglaterra, vieram os cinco filhos e a separação. Ela se vê sozinha para criar os filhos e estudar. O olhar sociológico, dos estudos, estão em seu texto, há um olhar aprofundado dos fatos que é muito impressionante. É daquelas obras que eu fico querendo que todo mundo leia, por ser tão fundamental.
Obra de Rufus Ogundele

Trecho de No Fundo do Poço de Buchi Emecheta:

“A polícia não podia fazer muito por uma esposa espancada. Às vezes parecia que o matrimônio, além e ser uma maneira dos homens conseguirem sexo gratuito quando quisessem, também uma forma legalizada de cometer agressões e sair impunemente”.

Os pintores são nigerianos como a autora.


Beijos,
Pedrita

terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

A Princesa de Montpensier

Assisti A Princesa de Montpensier (2016) de Bertrand Tavernier na HBO Mundi. O 007 que me avisou desse filme e coloquei pra gravar. É baseado no livro de uma escritora francesa, Madame de La Fayette (1634-1693).

Renée d´Anjou tem 16 anos e está prometida para um Guise, mas gosta do irmão dele. Aparece então o Duque de Montpensier e arranja casamento com família dela. Ele a leva para um castelo isolado, deixa um desertor para ensiná-la comportamentos da corte, literatura, latim, para ela estar preparada quando fosse para Paris. Dê uma beleza estonteante, ela gera muitas disputas.

Belíssima Mélanie Thierry. O filme coloca a princesa como a culpada pelas disputas, a beleza é a culpada, não os homens que a desejam. O elenco é formado por: Lambert Wilson, Gaspart Ulliel, Raphael Personnaz e Grégorier Leprince-Ringuet.

Beijos,
Pedrita

domingo, 23 de fevereiro de 2020

Chernobyl

Assisti Chernobyl (2019) de Craig Mazin na HBOGo. Eu queria muito ver essa série, mas relutei porque sabia que provocaria muito sofrimento. Acho muito importante conhecer a história. Já tinha visto dois filmes que falavam um pouco do horror que foi esse acidente: A Terra Ultrajada e O Tradutor. Depois terminando de ver a série, fui ler matérias, falam de algumas licenças poéticas, mas continua sendo uma grande série e tudo o que disseram sobre ela. E fundamental, porque aqueles horrores não podem ser esquecidos, para que novos não aconteçam. Estranhamente acabei vendo quando um outro país ditador tenta encobertar tragédias.

Sim, foi horrível, violento, catastrófico, mas eles poderiam ter evitado muitas mortes. Logo que a explosão do núcleo aconteceu não evacuaram a cidade que inclusive não tinha um treinamento específico por viver perto de uma usina nuclear. Só quando os outros países verificaram por satélite, pela radiação que caminhou aos países vizinhos, e o mundo todo ficou sabendo, que começaram a evacuar, tarde demais. Países ditatoriais são monstruosos porque querem esconder suas tragédias e provocam muitas outras. Mas interesses econômicos também. O ser humano é torpe.
Chernobyl concentra-se na equipe que foi a cidade tentar diminuir os estragos. São reais Valery Legasov (Jared Harris) e Boris Schcherbina (Stellan Skarsgard). Emily Watson representou os inúmeros cientistas incansáveis que tentavam descobrir o que aconteceu mesmo correndo todos os riscos e ameaças do governo. Os cientistas sabiam que precisavam entender o que provocou o acidente para evitar outros.

Achei que Lyudmilla Ignatenko (Jessie Buckley) era uma personagem fictícia, mas não. Ela realmente era esposa de um dos primeiros bombeiros, Vasily Ignatenko (Adam Naigatis), que foram para a usina achando que era um incêndio e não radiação. Ele sofreu barbaramente com a deterioração do corpo. Muitos moradores de Chernobyl não tinham ideia dos riscos da radiação, também não foram informados que não era um incêndio e sim a explosão do núcleo, Lyudmilla achava mesmo que o marido sofria das graves queimaduras e não que a radiação comia o seu corpo. Ela ficou então ao lado dele mesmo todos proibindo e estava grávida. Seu filho absorveu toda a radiação, morreu uns dias após o parto e ela sobreviveu. Disseram que ela nunca mais engravidaria, não só engravidou como não morreu e vive com o filho.
A série tem 5 episódios e é muito bem realizada, mereceu mesmo os prêmios que vem abarcando como Globo de Ouro de Melhor Série.

Beijos,
Pedrita