sexta-feira, 12 de agosto de 2022

J'ai Perdu Mon Corps

Assisti J´ai Perdu Mon Corps (2019) de Jeremy Clapin na Netflix. Esse filme eu já tinha separado pra ver. Devo ter lido algo a respeito em algum lugar, mas como faz tempo, não lembro. Ganhou muitos prêmios, inclusive César de Melhor Animação e o diretor ganhou prêmio em Cannes.

O roteiro é muito original. Uma mão foge do laboratório, enquanto caminha lembra de sua história. Como é uma mão, a música de Dan Levy é presente o tempo todo.


 

Acompanhamos a vida do rapaz. Muito triste. Ele amava os pais que o estimulava aos estudos, eram dedicados na educação, mas ele fica órfão e vive muito mal com quem passa a cuidar dele. Se aquilo era cuidar. Ele conhece uma jovem. É tão lindo, me emocionei muito, mas muito triste. Linda a canção principal também, Le Complainte du Soleil de Laura Cahen. Tem a playlist do filme no Spotify.




Beijos,
Pedrita

terça-feira, 9 de agosto de 2022

Irma Vep

Assisti a série Irma Vep (2022) de Olivier Assayas na HBO Go. Eu não tinha ideia do que era essa série, mas como amo a Alicia Vikander que vi no cartaz, comecei a assistir. Eu só ia dar uma olhada e dormir, se gostasse continuaria outro dia, e quando vi foi ficando tarde e eu não queria parar de ver. Genial! E pela efusão de curtidas nas redes sociais quando postei o cartaz, acho que é meio unânime a paixão por esse produto.

Eu não sei se o interesse é mais para quem é da área cultural, não conversei com leigos pra saber se amaram. Irma Vep é cheio de metalinguagens, do cinema dentro do cinema, dentro da série, com passagens de tempo e históricas, mas históricas do cinema. Uma grande atriz americana é convidada para ser Irma Vep para uma série francesa de um diretor conhecido. Ela está acostumada com altas produções, que tem muito dinheiro e vai para uma produção com poucos recursos. Não há dublês por exemplo. Além de ser um diretor que ela admira, ela está muito empolgada em ser a protagonista da série. Acostumada a filmes de ação, ela é sempre a amiga do super herói, musa, suporte. Recentemente eu li o quanto são raros filmes com mulheres protagonistas e passei a prestar atenção. É mesmo, ainda mais no segmento de ação e aventura, que é o segmento dessa atriz da série.

A série que será gravada é inspirada no filme Os Vampiros de 1915 de Louis Feuillade, inclusive passam cenas nessa série. Há um diretor da série, um alter ego de Olivier Assayas.



Pra aumentar a confusão, Assayas tinha gravado Irma Vep em 1996, um filme de baixo orçamento, onde Irma Vep era uma oriental, Maggie Cheung.


O diretor da série teria sido o diretor desse filme, mas ele na série chama René e é brilhantemente interpretado por Vincent Macaigne. Ele é intempestivo, toma remédio controlado e tem uma dificuldade de conseguir seguro para o filme por esse motivo. Volte e meia o filme tem o risco de não poder ser realizado, mas outros fatores atormentam a produção. Alguns outros do elenco são Lars Eidinger, Devon Ross, Jeanne Balibar, Vincent Lacoste, Alex Descas, Nora Hamzawi, Vivian Wu, Pascal Gregory, Adria Arjona, Byron Bowers e Fala Cheng. Kristen Stewart faz uma pequena participação.

Bom, problemas na produção não faltam. Gostei que mostra muito parecido o caos que são as produções culturais que envolvem muitas pessoas, muitas cenas e com pouco orçamento, tudo é pior, o que entendemos bastante aqui. Dá muita agonia os atores fazendo cenas perigosas. Claro que muito é encenado pra série, a loucura que teria sido a série é encenada pra nós vermos como se eles passassem riscos, mas de fato na gravação pra nós não ocorreu. Há uma cena que em 1915, Musidora fica embaixo do trem quando ele ficou em movimento. Eles repetem a cena na série, mas claramente nós vemos que para a série de fato, não foi feito de fato como aconteceu com Musidora e sim simulado e encenado sem riscos como fingiram nos mostrar. É bom que leigos vejam a quantidade de pessoas que trabalham nessas produções, imagine nas de alto orçamento. A quantidade de empregos em todas as esferas, motoristas, costureiros, maquiadores, hotéis, relações comerciais, patrocinadores, é uma cadeia gigantesca.
Muito interessante uma cena de dança. A protagonista ensaia com a coreógrafa, conversa com o diretor, ensaia, grava várias vezes pra se usar pouco tempo, um minuto no máximo. O quanto cada minuto que assistimos levou tempo de preparação. Em uma cena pedem pra sair logo um que limpava uma mesa, tudo é milimétrico, para que possamos nos envolver e nos apaixonar por cada produto cultural. E como disse, tem ainda as inúmeras conversas sobre as escolhas artísticas do diretor, dos atores, o quanto falam de arte, das produções anteriores. Fascinante! A série também flerta com o surrealismo. A protagonista encarna Irma Vep e começa a ter ações fantasmagóricas, genial!
Em vários momentos falam de Musidora. Atriz, escritora e diretora, ela conseguiu impedir uma censura ao seu filme de 1915. Influente, elegante e com bons argumentos, conseguiu interferir no filme. A série sofre também por parte da equipe e elenco a acusação de ser estupro uma cena. A atriz sugere que o diretor use de sua criatividade pra abordar a questão e menciona Musidora e seu livro que fiquei curiosa em saber qual é. O diretor então coloca cenas da personagem como Musidora, abordando a questão. É tudo genial demais, só vendo mesmo pra entender, fiquei fascinada.

Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 8 de agosto de 2022

Madame Claude

Assisti Madame Claude (2021) de Sylvie Verheyde na Netflix. Como há um fetiche com essa profissão, há vários filmes sobre essa empresária. Eu só resolvi ver porque a diretora é mulher. Há fetiche, os filmes são muito vistos, mas há preconceito na sociedade a essas mulheres que vendem o que é delas.
 



Madame Claude era uma grande empresária no final da década de 60. Como o ramo de negócios era ilegal, ela precisava de uma teia de proteção entre policiais, serviço secreto, grandes empresários e pra isso precisava distribuir a renda. E claro, quando foi conveniente, essa teia usou esse serviço como bode expiatório para condená-lo. Ela foi acusada de sonegação de impostos, bom, se uma profissão não é regulamentada, ela não tinha como recolher impostos. Os que usufruíam dos serviços, que pagavam em dinheiro, policiais, altos executivos, diplomatas, não eram infratores, muito conveniente. Karole Rocher está ótima como Claude.
Algumas outras do elenco são Garance Marillier, Roshdy Zem, Pierre Deladomchamps, Hafsia Herzy, Liah O´Prey e Paul Hamy. A trilha sonora é ótima e tem no Spotify. Interessante o roteiro colocar um jovem comentando com uma prostituta que esse serviço iria acabar. Ele pergunta se ela tinha ouvido falar de Woodstock, no amor livre. Esse serviço milenar pode ter mudado, mas mesmo hoje que as mulheres são livres para viver a sua sexualidade, ou pelo menos deveriam ser, esse serviço não acabou, e continua em muitos países ainda ilegal para facilitar a exploração. E não estou falando do profissional que administra o serviço, e sim dos que os contratam, aqueles que cumprimentamos sem o menor pudor, até os admiramos. Muitos fingimos não ver uma profissional do sexo como se ela não fosse uma pessoa. Quantas vezes você passou na rua e fingiu não ver o ser humano que estava trabalhando ali na rua só porque você se acha superior a ele? E quantos políticos e altos executivos você tem orgulho de cumprimentar e que você sabe que utiliza esse serviço?
Madame Claude (foto) morreu aos 92 anos.

Beijos,
Pedrita

domingo, 7 de agosto de 2022

Manifest - 1ª Temporada


Assisti a 1ª Temporada da série Manifest (2018) de Jeff Rake na Netflix. Um amigo comentou no Facebook que ficou fisgado nesse série nos primeiros 5 minutos, resolvi ver. Gostei muito! Não queria fazer outra coisa.


 

Em um aeroporto, informam que teve overbooking, então eles sugerem voluntários a ir no voo seguinte. Eles se dividem, famílias se dividem. Acompanhamos o segundo avião, há uma turbulência absurda, mas eles pousam. Quando chegam ao destino passaram-se 5 anos. Eles tinham desaparecido por 5 anos. Enquanto eles no avião tinham ficado ao menos uma hora.

Começa então a readaptação. Pra piorar, os do segundo avião passam a ouvir chamados. Os que tentam ignorar são atormentados até fazer o que ouvem. No começo eles tem certeza de que é para o bem, mas depois ficam na dúvida e chegam a conclusão que depende do que a pessoa quer fazer com o aviso. O roteiro é muito bem realizado, os diálogos são muito bons.
Eu adorei o elenco principalmente os dois irmãos interpretados por Melissa Roxburgh e Josh Dallas. Alguns outros do elenco são: Jack Messina, Luna Blaise, Athena Karkanis, J. R. Ramirez, Daryl Edwards, Parveen Kaur, Jared Grimes e Matt Long. Ansiosa pra ver a segunda temporada.

Beijos,
Pedrita