quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

O Idiota

Terminei de ler O Idiota (1868) de Fiódor Dostoiévski da Editora 34. Exatamente essa edição da capa, peguei emprestado de uma amiga. As ilustrações são de Oswaldo Goeldi e a tradução de Paulo Bezerra. Belíssima edição! Gostei demais, mas ainda são meus preferidos Os Irmãos Karamazóv e Memórias do Subsolo.

Obra Retrato de Olga e Varvara Arapova de Ivan Makarov

Começa com nosso protagonista indo a uma cidade procurar um de seus parentes distantes. Ele chega com uma pequena trouxa e roupas simples, se apresenta como príncipe. Demora um pouco para o aceitarem. É uma família com várias filhas, que pedem que ele conte histórias. Ele relata então como é a guilhotina na França, como são os últimos momentos do condenado, são várias páginas de relatos detalhados. Depois ele fala um pouco de sua vida, é chamado de idiota, é epilético e por ser simplório acredita que nunca casará porque é um homem simples. Sua sinceridade costuma assustar. Dostoiévski cria então um homem aparentemente muito mais sábio e humano que os que encontra.

Obra de Karl Pavlovich Briullov

Duas mulheres interferem na vida de nosso protagonista. A mimada filha de seus parentes distantes e uma outra mulher com reputação abalada mas muito mais nobre que muitos outros personagens. Inicialmente nosso protagonista é muito pobre, ganha uma pequena herança que esbanja ajudando muitas pessoas e pobres. Fica com um pouco de dinheiro, mas não mais com tanto. São retratados vários momentos desse personagem. Todos os personagens tem uma riqueza surpreendente de sentimentos, muitas vezes contraditórios. O texto é simplesmente maravilhoso.

Tanto os pintores bem como o compositor são russos.

Beijos,
Pedrita

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Concerto de Natal

Assisti ao Concerto de Natal dos Concertos CCBB de Música Clássica no Centro Cultural Banco do Brasil. Foi com a Camerata Solistas Paulistas sob regência de Júlio Medaglia, de graça, no saguão do CCBB. Quanta gente, que belíssimo concerto. No repertório obras conhecidas, algumas sacras, outras de Natal, tudo muito lindo.

Foto de Deborah Schcolnich

Programa
H. Purcell – Trompet Volumptary (Fanfarra) orquestra
Anônimo medieval – Gloria (coro e orquestra)
João IV de Portugal – Adeste Fidelis (Marta Dalila Mauler e coro)
Gruber – Noite Feliz (coro e orquestra)
J. S. Bach – Jesus Alegria dos Homens (coro e orquestra)
Folclore – Pastoril Alagoano (coro e orquestra)
Cesar Frank – Panis Angelicus (Marta Dalila Mauler, coro e orquestra)
Albinoni – Adagio (orquestra e poema natalino)
F. Schubert – Ave Maria (Jarbas Taurino e orquestra)
Assis Valente – Boas Festas (coro e orquestra)
F. Händel – Aleluia (coro e orquestra)


Aproveito esse post para desejar um Feliz Natal!



Beijos,
Pedrita

domingo, 21 de dezembro de 2014

Bling Ring

Assisti Bling Ring (2013) de Sofia Coppola na HBO. Eu queria muito ver esse filme, tentei inclusive ver nos cinemas, mas não consegui. Foi muito elogiado e eu adoro essa diretora. O olhar dela sobre o interior do ser humano, principalmente o ser humano vazio é impressionante. É baseado no livro de Nancy Jo Sales e livremente inspirado em uma gangue que assaltava casas de celebridades que invejavam.

São garotos de uma certa posição social, classe média com bons recursos, não a do Brasil. Eles vivem em casas grandes, estudam em um bom colégio, um colégio que recebe alunos expulsos. O que mais me assustou é a falta de opções e assunto dessa turma, muito atual. Só falam em marcas, em beleza, obviamente em um padrão de beleza imposto e em celebridades. Assustador como olham algo em alguma revista ou casa e sabem exatamente qual marca é, como se isso tivesse alguma importância.

Essa loucura por celebridades, como se isso desse significado a alguma existência. Fúteis, com famílias fúteis. Em uma família, quiseram que elas estudassem em casa, e a base de ensino foi o livro O Segredo. Tudo simplista, medíocre. Eles não tem outro assunto. Todos estão ótimos: Katie Chang, Israel Broussard, Emma Watson, Claire Julien, Taissa Farmiga, Georgia Rock, Leslien Mann e Carlos Miranda. Fazem participações como elas mesmas Paris Hilton e Kirsten Dunst.

Começa com um casal entrando em casas. Ele tem baixa estima, de repente se vê valorizado, respeitado, parte de um grupo. Ele não se acha bonito e nessa sociedade que só valoriza um único tipo de beleza, imagino como ele devia se sentir excluído. Ela gosta do desafio. Quando uma celebridade avisa na mídia que vai viajar, eles entram na casa deles. Invadiram várias vezes a casa da Paris Hilton e saíam com objetos. O grupo começa a aumentar. Usam algumas peças, outras guardam como troféus. O que querem é se exibir, então postam fotos nas redes sociais dentro das casas, com dinheiro na mão, objetos. Querem ser celebridades também. O culto ao nada, a futilidade, ao que não tem significado algum. Lembrei das entrevistas com integrantes dos Rolezinhos no Brasil, onde todos os jovens da periferia e de família pobres gastavam rios de dinheiros em pequenos objetos de marca.

Beijos,
Pedrita