sábado, 26 de setembro de 2009

Camargo Guarnieri


Assisti ao documentário Camargo Guarnieri (2008). É um projeto com patrocínio da Petrobras e na caixa há um documentário Notas soltas sobre um homem só e um concerto em DVD. No documentário há depoimentos de familiares e músicos sobre esse grande compositor. No concerto, uma apresentação no Theatro Municipal de São Paulo, com a Orquestra Sinfônica Municipal sob a regência de Lutero Rodrigues e o solista Luiz Felipe Coelho ao violino. As músicas de Camargo Guarnieri que apresentam são: o Concerto nº 1 e nº 2 para violino e orquestra e o Choro para violino e orquestra. Gostei demais de todo o projeto que ainda traz um CD com partituras digitalizadas. Gostei muito de conhecer mais sobre esse compositor e ouvir essas obras tão bem executadas, com esses grandes músicos. Adorei ter esse DVD.

Vou colocar uma música do Camargo Guarnieri no música do post, mas não é desse DVD e essa composição também não tem no DVD. É só pra ilustrar o post e vocês conhecerem um pouco da obra de Camargo Guarnieri.

Música do post: Ponteio nº50 - Camargo Guarnieri




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Beijos,

Pedrita

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Trópico de Câncer



Assisti Trópico de Câncer (1970) de Joseph Strick no Telecine Cult. Eu descobri esse filme na programação por um acaso. Eu via o que ia passar e me deparei com essa raridade. Avisei o 007, mas ele não poderia ver. É por essas raridades que adoro tanto os canais Telecine. Volte e meia eles me surpreendem com algum filme raro na programação. Esse filme é baseado no livro homônimo do Henry Miller que eu tinha lido há vários anos, emprestado de uma biblioteca, não me lembro qual biblioteca, eu era sócia de 6 bibliotecas gratuitas. Li esse e um da Anais Nin depois de ter visto o maravilhoso filme Henry e June. Eu me identifico mais com o texto da Anais Nin, não tanto com o tom sarcástico do Henry Miller.
Adorei esse filme. É estranho imaginar que esse filme seja americano, em uma época de muito mais ousadia e originalidade. As tomadas da câmera são incríveis.
Nosso protagonista é um bon vivant, sempre atrapalhado financeiramente ele resolve escrever aos amigos pra tentar visitas e jantar todas as noites. Só que ele ou se envolve com as mulheres dos amigos, ou se mete em discussões e o plano precisa mudar. Nosso protagonista é o ótimo Rip Torn. As mulheres são belíssimas e bem mais naturais, com seus corpos nus belíssimos em diferentes idades: Ellen Buyrstyn, Dominique Delpierre, Gisèle Grimm, Ginette Leclerc e Françoise Lugagne. Alguns de seus amigos são interpretados por James T. Callahan, David Baur e Phil Brown. Henry Miller faz uma participação, mas não localizei. Adorei também os figurinos.





Beijos,

Pedrita

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

O Amante de Lady Chatterley


Assisti a peça O Amante de Lady Chatterley de Rubens Ewald Filho no Espaço Satyros 2. Eu tinha lido o livro e visto a última adaptação para o cinema, queria muito ver a peça. Gosto de ver diferentes expressões culturais sobre o mesmo tema. O texto é de David Herbert Lawrence. Gostei demais da peça. Gostei muito do Rubens Ewald Filho, que dirigiu a peça, focar na censura que a obra teve quando foi lançada e a peça é voltada bastante para esse tema. Os atores são ótimos: Ana Carolina Lima, Germano Pereira e Ailton Guedes. A adaptação do texto é do Germano Pereira.

Adorei a solução de colocar o escritor na peça e o Germano Pereira lembrou muito da imagem que tenho do escritor. David Herbert Lawrence conversa com os seus juízes, fala que seu livro já foi reescrito três vezes e narra trechos durante a peça. Rubens Ewald Filho fala no texto da peça que inclusive há várias versões do livro
que vieram depois da censura. Enquanto eu achei o Germano Pereira muito parecido com as fotos que vi do David Herbert Lawrence, ele já é bem diferente do que imaginava para interpretar o Mellors. Visualmente eu gosto muito do ator Jean-Louis Coullo´ch que fez a última versão para o cinema, ele tem uma beleza diferente, não é tão bonito quanto o Germano Pereira, é mais rústico. Gostei também da solução da peça em não colocar o nu e há um único beijo no final. Apesar disso, a peça consegue mexer profundamente com nossos sentidos. Todos estão muito bem! Como no filme, gostei que o Ailton Guedes é um homem bonito, para interpretar um personagem na cadeira de rodas. E o personagem conseguiu igualmente nos irritar e não dar pena, como eu sentia exatamente no livro. Gosto que essa obra dismistifica vários clichês sobre o tema e que também debate bastante as diferentes classes sociais, a burguesia que menospreza as classes mais baixas. O Clifford aceita que sua mulher tenha filho de outro homem, desde que seja com um homem da classe social deles. Ele aceita quebrar uma regra da sociedade, mas não aceita que seja de alguém considerado inferior. Gostei de escolherem a cena que os amantes se amam ao ar livre, gosto dessa cena no livro e no filme. A trilha sonora é do maestro Marcello Amalfi e Ivam Cabral.
Gostei muito do texto do Rubens Ewald Filho no programa da peça. O programa está muito bonito e tem ótimos textos. Vou separar alguns trechos pra vocês:

Texto de Rubens Ewald Filho do programa: "Então Lady Chatterley não é apenas um livro, virou um fato histórico, um ícone. O que, de certa maneira, prejudicou a própria avaliação da obra e do autor."

"Seria muito fácil partir para uma versão explícita, com muita nudez e franqueza sexual. Mas os tempos mudaram e, hoje em dia, o ousado é justamente o oposto: falar de sexo, sem tirar a roupa de ninguém."

Deixei nos links os posts sobre o livro e o filme que escrevi há um tempinho nesse blog.

É a última semana da peça em cartaz.
Música o post: Astor Piazzolla y Villa Lobos - Invierno porteño


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Beijos,

Pedrita

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

As Aventuras do Sr. Pickwick

Terminei de ler As Aventuras do Sr. Pickwick (1836) de Charles Dickens. Faz tempo que eu não falo de livros, esse genial que li é bastante extenso e levei bastante tempo pra terminar. Vocês não vão acreditar, mas comprei essa obra por R$ 2,00 em um sebo há uns anos. Gostei demais desse nosso protagonista, o Sr. Pickwick e como ele gosta de anotar as histórias que contam, cada capítulo é praticamente uma crônica, que pode até ser lida de forma independente. Com isso ouvimos muitas histórias, bem características da época, fantasiosas, algumas fantasmagóricas. E as aventuras que o Sr. Pickwick se enfia são muito divertidas e irônicas!

Obra The Eve of the Battle of Edgehill 1642 (1845) de Charles Landseer
Logo no início nosso aventureiro parece só se meter em confusões, e tudo meio que ao acaso. E se envolve muito rapidamente em duelos. É hilário a cegueira da sociedade e a crítica as honras. Adorei também quando nosso protagonista vai preso. Ele se irrita com o valor de uma indenização, não paga e vai preso. A prisão parece uma piada. Ele anda por onde e quando quer e basta ele pagar para conseguir um quarto com escrivaninha e todo o conforto. Ele mostra quantos pobres são presos só porque não pagaram contas, mesmo que seja por miséria. Como aqui, quem tem dinheiro compra o que quer e fica melhor instalado. Foi uma leitura deliciosa, rica, foram meses muito prazeirosos.

Obra Windsor Castle in Modern Times (1841-45) de Edwin Landseer

Anotei alguns trechos de As Aventuras do Sr. Pickwick de Charles Dickens, embora é uma obra que apesar de extensa é uma delícia de desvendá-la. Mesmo que demore, vá aos poucos, há tantas maravilhas nela que acredito não ser possível ficar distante de tanta genialidade:

“O primeiro raio de luz que ilumina a treva e converte em brilhante a claridade a escuridão em que pareciam envolvidos os primórdios da carreira pública do imortal Pickwick nasce do exame da seguinte ata dos trabalhos do Clube Pickwick, que o editor destes escritos tem o máximo prazer em apresentar aos seus leitores, como prova da cuidadosa atenção da infatigável diligência e da sagacidade pesquisadora com que procedeu à investigação dos muitos documentos que lhe foram cometidos.”

“Quem conhece um pouco de teatro conhece o exército de andrajosos pobretões que vive a cercar o palco de um vasto estabelecimento desse gênero –atores sem emprego fixo, bailarinos, figurantes, comparsas, etc.”

“Mas o amor é cego: Natanael era vesgo e é possível que essas circunstâncias, reunidas, o impedissem de ver o assunto à sua luz apropriada.”

“-Eu gostaria muito de saber que foi que o presidente do júri, seja ele quem for, comeu hoje ao almoço – disse o Sr. Snodgrass, no intuito de manter a conversação, na memorável manhã do dia 14 de fevereiro.

-Ah! – disse Perder. –Espero que tenha sido coisa muito boa.
- Por quê? – perguntou o Sr. Pickwick

- Porque isso é muito importante; importantíssimo, meu caro senhor – replicou Perker. – Um jurado bom, satisfeito, bem almoçado, é de grande importância para nós. Os jurados descontentes e esfomeados, meu caro senhor, sempre acham que a parte queixosa tem razão.”
Tanto os pintores, bem como o compositor, são ingleses. Os dois pintores são irmãos. O compositor criou várias suítes para planetas.


Música: Gustav Holst - Jupiter




Beijos,

Pedrita

domingo, 20 de setembro de 2009

Batman - O Cavaleiro das Trevas

Assisti Batman- O Cavaleiro das Trevas (2008) de Christopher Nolan na HBO. Eu queria muito ver esse Batman pelo desempenho do Heath Leager, eu tinha visto alguns trechos e ficado impressionada. Eu gosto demais de filmes de quadrinhos, tenho fascínio por quadrinhos, ainda mais quadrinhos darks, que conheci muito recentemente. Sempre li mais quadrinhos fofos, e quando descobri quadrinhos pesados, violentos e trágicos, o estilo de desenho, me impressionaram. E gosto de tramas de super-heróis. Batman -O Cavaleiro das Trevas tem todo esse trágico, toda a dificuldade de ser alguém íntegro quando tudo desmorona a sua volta.

Vou falar detalhes do filme: Realmente esse Coringa impressiona e Heath Leger arrasa. Um pouco diferente do Coringa do Jack Nicholson esse é muito mais amargo, menos sarcástico. O que ele realmente deseja é se divertir com as pessoas e através de suas maldades fazer com que todos sejam parecidos e maus como ele. E é o que acaba acontecendo. A raiva é tanta, as maldades trazem realmente lados escuros que todos nós temos. Tinha ficado muito triste com a morte trágica de Heath Leger. Pelo que li ele se separou porque sua esposa já não aguentava a dependência dele por heroína e drogas que realmente destroem as pessoas. Muito
triste.

The Dark Night é todo obscuro e trágico. O Coringa é sempre mais vitorioso que todos os outros porque não tem lógica, é sempre imprevisível pela sua loucura. No final também é bastante complexa a solução de que uma mentira muitas vezes é melhor do que os fatos. Complexo tema, muito bem realizado a estrutura do roteiro, os questionamentos a aquilo que acreditamos, de ser verdade o melhor caminho. Gostei bastante de toda a complexidade da trama e o psicológico dos personagens.
O elenco é muito bom: Christian Bale, Michael Caine, Gary Oldman, Aaron Eckart, Morgan Freeman e Maggie Gyllenhaal.
Dark Night ganhou 2 Oscars de Melhor Ator Coadjuvante (Heath Ledger) e Melhor Edição de Som. Globo de Ouro de Melhor Ator Coadjuvante (Heath Ledger) e BAFTA de Melhor Ator Coadjuvante (Heath Ledger).


Youtube: Batman - The Dark Knight Movie Trailer HD



Beijos,

Pedrita