quinta-feira, 8 de junho de 2023

Vale dos Isolados

Assisti Vale dos Isolados (2023) de Sônia Bridi na Globoplay. Vi que esse documentário tinha estreado. É um excelente trabalho de investigação e pesquisa. 

Com base no horrível assassinato de Bruno e Dom, a produção procura o histórico do Vale do Javari desde Getúlio Vargas, quando levaram trabalhadores para a extração da borracha e foi o começo da escravização dos indígenas, às vezes em trocas de objetos e cachaças. 

O documentário vai mostrando as buscas por informações do desaparecimento. Sônia Bridi estava quando eles acham objetos na mata, documentos e o celular com as últimas imagens deles. Depois vai entrevistando pessoas e mostrando o histórico do lugar, das ações de preservação, assassinatos e impunidade. Um entrevistado era parente de um assassino confesso de um indígena no passado. O assassino de Bruno e Dom tinha parentesco com homens que cometeram crimes e ficaram impunes no passado. Mesmo alguns que trabalham pela preservação estavam no passado acompanhando os pais no trabalho. Conta a trajetória do Bruno na região, primeiro como funcionário da Funai e depois como treinador dos indígenas na utilização dos equipamentos de fiscalização. Fala muitos os indígenas, das inúmeras etnias na região, dos que permanecem isolados, inclusive aqueles que voltaram a se isolar porque perderam a confiança nos brancos. E da preservação que os indígenas fazem pelo seu modo de vida do habitat da floresta, pela recuperação da fauna e flora, por não terem um modo predatório de existência dos brancos. Bruno era um dos maiores especialistas em indígenas isolados.
Mostram vídeos do Dom. Ele estava escrevendo um livro, foi conhecer melhor a região e ver detalhes da natureza. Tem vídeos dele com os indígenas explicando o projeto e em uma reunião com Bolsonaro em Brasília.

O documentário mostra que a investigação chegou no crime organizado que faz fronteira com o Brasil. Que eles contratam caboclos pra pesca ilegal. Fala inclusive que com a preservação aumentou a fauna e a flora e a cobiça. Um caboclo diz que quase não tem pesca ali no rio onde ele mora, mas na região de preservação indígena tem muito peixe. Claro que não tem mais peixe, acabaram com tudo, com a pesca ilegal desenfreada, aí não tem como ainda ter peixes. E claro que onde há indígenas tem porque eles só pescam pra sobrevivência.

Sônia Bridi vai ao país vizinho, já que todos circulam tranquilamente entre os três países, Colômbia, Peru e Brasil, fica um tempo aguardando até ser convidada a se retirar. Eu tenho uma admiração incrível por pessoas como Bruno Araújo, agente indigenista, Sônia Bridi, jornalista, que pela informação e preservação, colocam suas vidas em risco. O documentário mostra ainda a produção de cocaína que é intensa no país vizinho, mas já começa a adentrar no Vale do Javari, escravizando indígenas pra trabalhar no local. Belíssimo documentário! Estou muito triste e emocionada!
Beijos,
Pedrita

terça-feira, 6 de junho de 2023

Hotel Coppelia

Assisti Hotel Coppelia (2021) de José Maria Cabral no HBOMundi. Vi que esse filme ia começar e coloquei pra gravar. Que filme lindo! É na República Dominicana, na Guerra Civil em 1965. O filme é dedicado a todas as mulheres que resistiram às guerras.

É um hotel de prostituição, mantido pelas mãos firmes de sua proprietária (Lumi Lizardo). Ela tem um filho, seu herdeiro.
Que lugar lindo, o hotel fica em frente ao mar. Pela localização, quando a guerra explode, o hotel é tomado por revolucionários. A proprietária negocia e as mulheres que ficaram podem permanecer, mas precisam cozinhar e cuidar dos ocupantes. Depois o exército dos Estados Unidos chega e igualmente ocupa o hotel. Excelentes todas as atrizes: Nashla Bogaert, Camila Santana, Jazz Vilá, Lisa Briones e Cindy Lundy. Que filme triste!
Beijos,
Pedrita

domingo, 4 de junho de 2023

Concerto da Osusp

Fui ao concerto da Osusp sob regência de Lígia Amadio no  Ciclo II - Esculpir o Tempo no Auditório Camargo Guarnieri. Que apresentação! Inesquecível! Lígia está entre os maiores maestros do Brasil e sua interpretação das obras, repletas e emoção e precisão, foram majestosas!

Primeiro a excelente Osusp tocou o Concerto para 7 instrumentos de sopro, tímpanos, percussão e cordas do compositor suíço Frank Martin e com os ótimos solistas Renato Kimachi, flauta, Gizele Sales, oboé, Tiago José Garcia, clarinete José Eduardo Flores, fagote, Vítor Ferreira, trompa Amarildo Nascimento, trompete Carlos Freitas, trombone e Leopoldo Prado, tímpanos. Que obra instigante e difícil. Muito bonita! E que interpretação!
Após um intervalo, a orquestra tocou a belíssima Sinfonia nº 2 de Brahms. Lindo demais e o concerto foi gratuito. O teatro estava lotado!

O vídeo é de outro concerto.

Beijos,
Pedrita