quinta-feira, 28 de maio de 2009

Prêmio Carlos Gomes, Uma Retrospectiva (1996-2006)

Terminei de ler Prêmio Carlos Gomes, Uma Retrospectiva (1996-2006) de João Luiz Sampaio. Esse livro é da Algol Editora e como o nome mesmo diz, fala de todos os vencedores desse prêmio nesses dez anos. Mesmo que não mostre todo o segmento clássico brasileiro, fala de alguns de nossos músicos. O livro é muito bonito e traz muitas fotos de vencedores, várias de cenas em apresentações. João Luiz Sampaio escolheu uma narrativa ácida onde faz elogios aos artistas e questiona algumas decisões dos prêmios. É um importante registro histórico do cenário musical clássico brasileiro.


Anotei alguns trechos de Prêmio Carlos Gomes, Uma Retrospectiva (1996-2006) de João Luiz Sampaio:


“Para que serve um prêmio? São muitas as respostas. De um lado, pode-se querer honrar alguém, concedendo, em seu nome, gratificações a membros dos mais diversos setores; de outro, há simplesmente a busca por estimular e compensar alguém ou algum setor, financeiramente ou em termos de prestígio e reconhecimento; e por que não usar um prêmio como chamariz, uma celebração – ou busca por perpetuação – de um momento histórico, de uma atividade específica, de uma determinada indústria? Foi com um pouco de cada um desses objetivos que, em 1996, surgia o Prêmio Carlos Gomes.”

"Se fazer música, arte em geral, é em certa medida dialogar com as questões propostas
por seu tempo, o artista deve estar em constante transformação. Nesse sentido, manter sua individualidade, uma personalidade bem definida e rica em possibilidades expressivas, é o grande desafio – e Gilberto Mendes passou por ele desde os primeiros passos como compositor."

"Conheci Lauro Machado Coelho nos primeiros meses de 2000, quando, recém-chegado à redação do Estadão, sugeri a meu editor uma entrevista sobre o livro que ele acabara de lançar, A Ópera Barroca Italiana*. Lembro de ter sido recebido em sua casa em meio a centenas de livros, CDs, LPs. Conversamos sobre o livro, mas também sobre a situação da ópera no Brasil e sua experiência como responsável pelos corpos estáveis do Municipal de São Paulo."






Beijos,

Pedrita

terça-feira, 26 de maio de 2009

O Violino Vermelho


Assisti em DVD O Violino Vermelho (1998) de François Girard. Eu ganhei esse DVD da minha mãe. Ela me presenteou no Natal com DVDs que tinham vários idiomas dos que ela tinha. Esse foi um deles. Não gostei muito! O roteiro é inteligente, conta a trajetória de um violino especial, desde o momento que é feito por um luthier no século XVIII até nos dias de hoje em um leilão, mas as questões musicais e das trajetórias de músicos são muito equivocadas. Também não gostei dos clichês e exageros no mistério da confecção do violino. Gostei de mostrar o orfanato, onde os padres ensinavam as crianças música e eles tocavam. Seria muito bom que instituições de crianças órfãs ensinassem vários ofícios e profissões. Os instrumentos que os religiosos utilizavam eram conseguidos por doações.
Achei de mal gosto o violinista que só compõe quando está fazendo amor, além de equivocado. E também o concerto que o maestro se retira, a orquestra continua no palco e o violinista toca uma composição que acabou de compor, mas não escreveu na partitura, há vários equívocos nessa cena. Primeiro uma orquestra não fica no palco se o maestro se retira. Depois o maestro é o líder de uma orquestra e é ele que pede para o solista se retirar.
E depois não se compõe música clássica dessa forma tão leviana, sem escrever, sem pensar, sem passar muito tempo debruçado sobre uma obra. Alguns do elenco são: Samuel L. Jackson, Carlo Cecchi, Irene Grazioli, Jean-Luc Bideau, Sylvia Chang e Don McKellar. O violinista do filme é Joshua Bell.



From Mata Hari e 007

Beijos,

Pedrita

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Sobre Café e Cigarros

Assisti Sobre Café e Cigarros (2003) de Jim Jamursch no Telecine Cult. Queria muito ver esse filme, mas não consegui ver nos cinemas. Quando eu quis ver nos cinemas eu não relacionava esse diretor com o maravilhoso Amor à Flor da Pele. Só depois de um vídeo do Marcelo Janot no Telecine Cult que conheci detalhes desse diretor, relacionei os filmes e conheci outros. Sou fã do Jim Jamursch agora. Esse foi rodado em 17 anos. São vários curtas em cafés regados a muito café frio e cigarros. Há de tudo, até mesmo um que fala do mal que o cigarro faz. Como muitos encontros em cafés as conversas são arrastadas, pouco criativas, ainda mais quando as pessoas se conhecem pouco.

O elenco é incrível. Cate Blanchett interpreta uma jornalista bem sucedidada e uma prima pobre. Os textos são afiados, uma critica a outra, mas ambas parecem ter razão no que dizem. O elenco estrelado continua: Iggy Poppy, Roberto Benigni, Bill Murray, Tom Waits, Steve Buscemi, RZA, entre outros. Adorei também o episódio do Alfred Molina e do Steve Coogan, outro que faz uma crítica ao estrelismo e oportunismo. Eles interpretam eles mesmos. Os dos gêmeos também é muito hilário e ácido com os astro pops americanos brancos em relação aos negros. Gostei bastante do inventor e dos comentários do garçom do bar e da garota. Os textos são sempre muito irônicos, sagazes e inteligentes. A trilha sonora é diversificada e bárbara! Fiquei com vontade de comprar o CD.

Música do post: Down on the Street

Youtube: Tom Waits & Iggy Pop - Coffee and Cigarettes



Beijos,

Pedrita

domingo, 24 de maio de 2009

O Orfanato


Assisti O Orfanato (2007) de Juan Antonio Bayona na HBO. A produção é do Guilherme Del Toro. Simplesmente maravilhoso! Como a maioria dos filmes do Guilherme Del Toro, há uma infância abandonada, desasistida. Começa no passado em um Orfanato, uma criança, a Paula, conseguiu um lar. Todos brincam. Vem os letreiros e o filme começa no presente. Ela volta ao Orfanato abandonado com o marido médico e um filho para morar no Orfanato e criar crianças especiais. Seu filho tem amigos invisíveis até que desaparece. Começa o sofrimento dessa mãe em localizar essa criança.

Novamente os fatos sobre-naturais podem ser um delírio de uma mãe deses-perada. Belén Rueda simples-mente arrasa, impressio-nante o desempenho dessa atriz que eu não conhecia. Vou falar detalhes do filme: Eu entendo perfeitamente o desespero dessa mãe que começa a tentar tudo para localizar o seu filho desaparecido. Um ano se passou e ele ainda não foi encontrado. Ela resolve contratar uma suposta equipe sensitiva e é condenada pela psicóloga e pelo marido, ambos da linha científica em acreditar naquilo. Eu acho que eu tentaria também tudo. Por mais impossível, por mais que alguém pudesse se aproveitar do meu sofrimento para ganhar dinheiro. Por mais que pudesse ser uma charlatanice. E se não fosse? E o final podia ser delírio da mãe porque a realidade era muito difícil de conviver com ela, perceber a culpa, ter parte na culpa, é insuportável viver com aqueles fatos, exatamente como em O Labirinto do Fauno. O sobrenatural, a fantasia é um pouco melhor do que a realidade. Como sempre a fantasia nunca é maravilhosa, é igualmente trágica, mas menos horrível porque a culpa fica no irreal, não na realidade.

Alguns do elenco são: Fernando Cayo, Roger Príncep, Mabel Rivera e Montserrat Carulla. E uma participação especial de Geraldine Chaplin.

O Orfanato ganhou 7 prêmios no Goya: Melhor Diretor Estreante, Melhor Desenho de Produção, Melhor Maquiagem, Melhor Direção de Arte, Melhor Roteiro Original, Melhor Som e Melhores Efeitos Especiais.

Youtube: Trailer "El Orfanato" elegida para representar España



Beijos,

Pedrita