sábado, 2 de outubro de 2021

Desobidiência

Assisti Desobediência (2017) de Sebastián Lelio na Netflix. É um filme complexo, difícil e muito profundo. O roteiro é baseado no livro de Naomi Alderman que quero ler. Interessante que o filme é uma coprodução entre Irlanda, Reino Unido e Estados Unidos e o diretor é chileno. Amo a Rachel Weisz e a Rachel McAdams.

Em uma comunidade judia ortodoxa, uma mulher se rebela e parte, a outra se condiciona. Com a morte do rabino, o pai de uma delas, elas voltam a se encontrar. Belíssimo filme!


 

Beijos,
Pedrita

quinta-feira, 30 de setembro de 2021

Holocausto Brasileiro de Daniela Arbex

Terminei de ler Holocausto Brasileiro (2013) de Daniela Arbex da Intrínseca Editora. Eu comprei esse livro na última Feira do Livro da USP presencial. Queria muito ler, mas adiava porque sabia que seria um grande sofrimento, mas necessário. Desde Bicho de Sete Cabeças sou da luta antimanicomial.

O marcador de livros é um trecho de uma matéria de jornal.

Foto do Hospital Colônia de Barbacena (1961) de Luiz Alfredo

O Hospital Colônia de Barbacena foi criado em 1903 com tudo o que há de mais retrógado no tratamento a doentes mentais, se é que só existiam doentes no hospital. Criado para abrigar 200 pacientes chegou a 5 mil rejeitados, porque é isso o que o local era, um lugar de rejeitados e condenados à prisão perpétua porque foram pouquíssimas altas em muitos anos. Com a lei de Getúlio Vargas qualquer um podia pedir a internação de alguém. Maridos se livravam de esposas, delegados de presos sem julgamento, mulheres estupradas e grávidas de patrões, por tristeza, por timidez. Muitos médicos enviavam doentes ao Hospital Colônia para diminuir a lotação dos hospitais que trabalhavam. E os doentes eram levados de trem, o trem de doido como ficou chamado, exatamente como na época dos campos de concentração. Crianças e adultos se misturavam mesmo sendo proibido por lei. 

Foto de Luiz Alfredo

Pra caber mais criaram uma grama para os internos viverem no chão. A água que bebiam era do esgoto. Eles conviviam com as moscas, a fome, a sujeira, o frio, nem sempre tinham roupas, quando davam sorte tinham alguns trapos e os urubus. Em geral não eram tratados. Quando tinham força de se rebelar, mesmo com a inanição que viviam, levavam choques e eram severamente medicados. Em dias muito frios se amontoavam nus no pátio e os que ficavam por baixo costumavam morrer. Mortes diárias eram comum e eram levados em carroças a valas comuns. O hospital não tratava os doentes que viviam lá até sua morte. O hospital teve mais de 60 mil mortos entre 1903 a 1980.

Na década de 60, o fotógrafo Luiz Alfredo conseguiu fazer imagens do hospital que foi publicada na famosa revista Cruzeiro em várias páginas. Provocou muita comoção, muitos debates, mas é estarrecedor que nada mudou. Foram muitas outras tentativas. Depois de muitos anos conseguiram criar casas e passaram a dar um pouco de dignidade aos internos.  O Brasil ainda tem 200 manicômios e ainda trabalha com a internação em muitos casos, mesmo já existindo muitos outros tratamentos mais eficazes.
O livro fala de um curta que rodou o mundo mostrando os horrores da instituição. Recentemente o Canal Brasil disponibilizou uma série que vou assistir.

Beijos,
Pedrita

terça-feira, 28 de setembro de 2021

Synchronic

Assisti Synchronic (2019) de Justin Benson no TelecinePlay. O diretor também é o roteirista do filme. Que filme interessante! Que filme lindo! O começo é bem estranho, mas vale cada segundo! E que pôster lindo!

Nós vemos pessoas tomando drogas em pílulas e tendo alucinações estranhas, como pesadelos. Dois paramédicos vão sempre atender mortes estranhas, de mordidas de cobras que não existem mais, espadas diferentes. Um dos paramédicos está com um tumor no cérebro, mas não quer contar ao parceiro e amigo. A amizade deles é linda, são muito unidos. Os dois são interpretados por Anthonie Mackie e Jamie Dornan. Alguns outros do elenco são Ally Loannides, Kate Aselton e Ramiz Monsef. O filme é estranho e muito bonito!
Beijos,
Pedrita

domingo, 26 de setembro de 2021

Cine Marrocos

Assisti ao documentário Cine Marrocos (2018) de Ricardo Calil no Festival É Tudo Verdade no Canal Brasil. Eu ansiava por ver esse filme, tinha visto e lido várias matérias e ficado fascinada! É genial! Um dos melhores filmes que vi esse ano!

No poster Valter Machado.


 

O Cine Marrocos foi inaugurado em 1951 como O Melhor e Mais Luxuoso Cinema da América Latina. O documentário traz imagens de um festival em São Paulo que trouxeram muitos atores e diretores de Hollywood como Joan Fontaine e Errol Flynn. O prédio foi tombado em 1992 e ficou fechado por 20 anos. O filme entra no prédio após a ocupação em 2013 com a desocupação em 2016. Como aconteceu em muitos cinemas históricos, em um determinado momento o Cine Marrocos foi dividido em duas salas. Em uma dessas salas a equipe passou para os moradores alguns filmes clássicos como O Crepúsculo dos Deuses de Billy Wilder, A Grande Ilusão de Jean Renoir, Júlio César de Joseph L. Mankiewicz, entre outros. 
Volusia Gama na cena de Crepúsculo dos Deuses.
Depois fizeram oficinas com os moradores, com técnicas de teatro, cinema, até culminar na gravação de algumas cenas dos filmes que eles tinham visto. Absolutamente genial! Muito bem editado, o documentário mostra as oficinas, as cenas, os filmes, as histórias dos moradores, os fatos do jornalismo. Uma obra de arte!
Tatiane Oliveira e Fagner Oliveira em cena de Noites de Circo de Ingmar Bergman
Beijos,
Pedrita