Assisti a peça
A Alma Imoral no
Teatro Cultura Artística Itaim. O projeto é da
Clarice Niskier que leu o livro homônimo do rabino
Nilton Bonder e resolveu produzir a peça. A supervisão de direção é de
Amir Haddad. Eu e minha mãe gostamos demais. Um texto complexo com frases sobre verdade, religiosidade, justo, bom, correto, perverso, obediente, desobediente. Há uma relação entre tradição e traição de arrepiar. O texto todo é de arrepiar. No início coloca questões que as inverte no final. Se há dúvida e nenhuma certeza é porque embarcamos na obra. Eu adoro essa atriz e ela está majestosa, dá para entender porque ganhou o
Prêmio Shell 2007 de Melhor Atriz.
Gostei do pano que se transforma em várias vestimentas e dá o movimento a peça, genial! Entre narrações do texto há parábolas, piadas e conversas de como o livro chegou até a atriz. O público pode também escolher uma palavra para ela repetir a frase. Na vez que assisti pediram o da visão, da vergonha alheia e mais um outro. Eu tinha vontade de pedir o texto sobre o nazismo. Como disse minha mãe, poderíamos ver várias vezes e sempre nos atentarmos a outros trechos O cenário é de Luis Martins, a iluminação é de Aurélio de Simoni. A trilha sonora de José Maria Braga . A Alma Imoral é um espetáculo que transforma, mesmo sem mudar efetivamente. Mesmo sendo um monólogo com um texto de um livro, sem efetivamente ação, agrada tanto que apesar de ser reestreia e já ter passado por outros teatros tinha praticamente 80% de ocupação. A Alma Imoral fica em cartaz no Teatro Cultura Artística Itaim até o dia 1º de março.
No programa há um trecho: "Não há tradição sem traição assim como não há traição sem tradição. Duas palavras de escrita e fonética tão semelhantes em nossa língua quanto o são interligadas em seu significado mais profundo. As tradições trazem o poder das instruções do passado. As traições trazem o poder das instruções do futuro."
Beijos,
Pedrita