sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Entidade 2

Assisti Entidade 2 (2015) de Ciáran Foy no TelecinePlay. Estava na dúvida se já tinha visto o primeiro. Aí achei aqui o post do primeiro e fui ver o segundo. Li que não tinha gostado muito do primeiro, é bom, mas exagerado na violência, esse não é diferente. Adoro o gênero, funciona, mas não é o que já vi de melhor sobre o tema.

Esse ainda tem um outro problema, cada criança morta pede a criança viva que veja em cada noite um filme e cada filme conta o horror vivido por uma dessas crianças mortas. Então são vários curtas de tragédias pro filme dar o tempo de duração. 

Gostei da história da protagonista. Uma amiga empresta a casa e é a casa amaldiçoada. Ela tem dois filhos. Ela precisa se esconder porque tem um marido violento e poderoso, pai dos meninos. Um menino copia o jeito violento do pai e inferniza a vida do mais sensível. Um homem que pesquisa esses casos misteriosos vai a casa para por fogo e aí depara com essa família vivendo lá. Ela é interpretada por Shanynn Sossamon. As duas crianças são irmãs, muito parecidas mesmo: Robert Daniel Sloan e Dartanian Sloan. O rapaz que acaba ajudando a mãe é interpretado por James Ransone.
Beijos,
Pedrita

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Adeus, Columbus de Philip Roth

Terminei de ler Adeus, Columbus (1962) de Philip Roth da Companhia da Bolso. Faz muito tempo que comprei esse livro em uma promoção. Ficou bastante tempo aguardando para ser lido. É fantástico! São cinco contos, vários falam de religião, com a ironia clássica do autor. É o primeiro livro do autor e já incrível.

Obra Wall Drawing #1113 de Sol LeWitt


Acho fascinante como Philip Roth sabe escrever diálogos. Em um conto o rapaz tem vergonha de sua situação financeira e é fascinado pela menina atleta bem nascida. Incrível a história dos moradores que querem que mudem de bairro os judeus ortodoxos, muito inusitada a solução e como uma solução anárquica é vista como loucura.

Obra Equivalente VIII (1966) de Carl André

Ou o conto do garoto que sofre perseguição na escola, inclusive do professor e para fugir de apanhar sobe no telhado. A surrealidade desse conto é impressionante. Enfim, é um livro incrível!




Marcador de origami que acompanhou a leitura.

Aqui estão outros posts de livros do Philip Roth aqui no blog.
Beijos,
Pedrita

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Peer Gynt

Assisti a peça Peer Gynt de Henrik Ibsen no Sesi-SP. A direção é de Gabriel Villela. Peer Gynt é um jovem que adora contar histórias. Os textos são todos poéticos, de difícil execução inspirados no folclore norueguês. Impressionante como Chico Carvalho guardou tanto poema, com excelente dicção, empostação de voz e interpretação.
As fotos são de João Caldas.

São histórias mirabolantes. A peça original dura 5 horas, mas o diretor compilou algumas tramas em mais ou menos duas horas. Também muitas canções são interpretadas. Muitas vezes com teclado e violão. O elenco auxilia às vezes com percussão. Boa parte das músicas são dos Beatles.

Os figurinos são simplesmente maravilhosos, com muitos bordados, alguns com influência peruana, foram feitos por Maria do Carmo Soares, José Rosa e Nour Koeder. Os tecidos da casa milanesa Lisa Corti, que mesclam influências asiáticas e releituras de Matisse. Há máscaras colombianas e uma manauara. 

 Ótimo elenco: Chico Carvalho, Mel Lisboa, Maria do Carmo Soares, Nabia Vilela, Letícia Medella, Mariana Elisabetsky, Marco França, Dagoberto Feliz, Romis Ferreira, Daniel Maia, Marco Furlan, Leonardo Ventura, Rogerio Romera, Luciana Carnieli e Daniel Mazzarolo.

Canções da peça:

Help! (John Lennon/ Paul McCartney)
Bohemian Rhapsody (Freddie Mercury)
Girl (Lennon/ McCartney)
Yellow Submarine (Lennon/ McCartney)
The Windmills of Your Mind (Michel Legrand/ Alan/ Marilyn Bergman)
Lucy in the Sky with Diamonds (Lennon/ McCartney)
Here Comes the Sun (George Harrison)
Hallelujah (Leonard Cohen)
All My Loving (Lennon/ McCartney)
fOne (Marvin Hamlisch)
Allah-lá-ô (Haroldo Lobo/ Nássara)
Pierrô Apaixonado (Noel Rosa)
Strawberry Fields Forever (Lennon/ McCartney)
The End (Jim Morrison)
All You Need Is Love (Lennon/ McCartney)

Peer Gynt fica em cartaz até 18 de dezembro. É de graça, mas precisa pegar o ingresso no site após o cadastro. Os ingressos ficam disponíveis no dia 10 e 25.




Beijos,
Pedrita

terça-feira, 11 de outubro de 2016

Spotlight

Assisti Spotlight (2015) de Tom McCarthy no HBO On Demand. Eu queria muito ver esse filme quando esteve nos cinemas. Une dois temas do meu interesse, jornalismo investigativo e religião. Mas infelizmente não consegui ver. Fiquei impactada demais, me chocou muito mais. Mesmo eu sabendo da hipocrisia da igreja católica, não sabia a profundidade do tema. Spotlight é baseado em uma história real.

Spotlight é uma equipe investigativa de um jornal de Boston. Muda o chefe do jornal, ele pergunta pela Spotlight e é informado que essa equipe fica livremente fazendo pesquisa de temas que podem chegar às vezes há um ano de investigação. O chefe quer então que a equipe investigue uma coluna e uma matéria recentes sobre os crimes de pedofilia de padres.

Eles começam a investigar e descobrem que o problema é muito maior do que imaginavam. Um psiquiatra que estuda o tema diz a eles que o problema todo está no celibato. Que 43% dos padres transam e 6% são pedófilos. Eles fazem as contas, 6% daria 90 padres pedófilos em Boston, só em Boston. Eles vão checar essa informação e descobrem nos próprios livros de registros de padres, 87 pedófilos, já que os padres escrevem licença médica e outros códigos. É muito abuso. Já é um horror imaginar que em Boston 87 crianças foram abusadas, mas entender que 87 padres abusaram de várias crianças, é assustador demais. 
Antes de saberem desses números assustadores, eles descobrem que os padres só eram transferidos quando os crimes ocorrem. Que os crimes nunca chegaram a justiça. A igreja procura a família, às vezes até na polícia, oferece um acordo, silencia os abusados e afasta o padre. Muitas vezes só muda o padre de cidade, que vai cometar abusos em outra cidade. Em alguns casos dão tratamento em clínicas próprias por um pequeno período e novamente o padre segue para outra paróquia e consequentemente para novos abusos. Nunca esses casos iam a justiça.

Eu já sabia que os padres escolhem crianças de famílias pobres que são ajudadas pela igreja. Como as famílias dependem do auxiliam, aceitam se silenciar. É muito perverso. Enquanto investigam, o chefe do jornal diz que não podem fazer uma matéria acusando os padres, mas sim a instituição. Que precisam demorar mais, porque a matéria só terá efeito se atacar a conivência da igreja. Que não são só umas laranjas podres como a igreja alega. A igreja sempre alegou que é um ou outro caso isolado. Mas a matéria mostra que é uma estrutura toda de abuso e conivência. Eles demoram um pouco mais nas investigações e foi muito acertada essa decisão, porque ela saiu de Boston e invadiu o mundo. 87 pedófilos só em Boston não é um caso isolado. 
O filme também mostra o silêncio da imprensa. O jornal de Boston já tinha sido procurado por um grupo que protege as vítimas e por advogados, mas não achou a pauta relevante. O filme mostra o quanto cada um de nós é responsável pelo silêncio e conivência com esses horrores. Essa matéria fez com que as vítimas tivessem coragem de falar. Os telefones do jornal não param de tocar. A repercussão ganha o mundo e no final aparecem os países e cidades que tiveram denúncias de pedofilia. O Brasil aparece algumas vezes. Acho que deve ser um número muito maior.
O elenco todo é muito grande: Mark Ruffalo, Michael Keaton, Rachel McAdams, Liev Schreiber, John Slaterry, Brian D´Arcy James, Stanley Tucci, Elena Wohl, Gene Amoroso, Doug Murray, Jamey Sheridan, Robert B. Kennedy e Billy Cudrup. A extensa matéria ganhou o mundo, mas o filme vem consolidar as denúncias. A visibilidade do filme ajuda na coibição da perpetuação das violências e do silêncio. Spotlight ganhou Oscar de Melhor Filme, Melhor Diretor no Festival de Veneza e inúmeros outros prêmios.
Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Coral Paulistano Mário de Andrade

Fui ao concerto do Coral Paulistano Mário de Andrade, sob regência de Naomi Munakata, na Sala do Conservatório, na Praça das Artes. É a Temporada 2016, intitulada Mosaico Internacional - Músicas da América Latina. Eu adoro essa maestrina e esse coral. Foi um belíssimo concerto. No repertório obras de compositores que adoro. Os brasileiros Antonio Ribeiro, Aylton Escobar, Gilberto Mendes, Nibaldo Araneda, Osvaldo Lacerda e Ronaldo Miranda. O argentino Alberto Ginastera, os venezuelanos Alberto Grau e Modesta Bór e o chileno Miguel Letelier. Foi um repertório especialíssimo, com interpretações incríveis. Momento inesquecível!

Programa:

ALBERTO GINASTERA

Lamentações de Jeremias, O Profeta (1946)
- O vos omnes qui transitis per viam
- Ego vir videns paupertatem meam
- Recordare domine quid acciderit nobis
AYLTON ESCOBAR

Ave Maria
ALBERTO GRAU

Pater Noster
RONALDO MIRANDA

Regina Coeli
MODESTA BÓR

Mariposa del Aire
MIGUEL LETELIER

Arbolé, Arbolé
NIBALDO ARANEDA

Ismália
GILBERTO MENDES

Inspiração
ANTÔNIO RIBEIRO

Momento
GILBERTO MENDES

Moteto in Ré
OSVALDO LACERDA

Ofulú Lorêrê

Beijos,
Pedrita