sexta-feira, 9 de maio de 2008

Orchestra d’Archi Italiana

Fui ao concerto da Orchestra d’Archi Italiana no Memorial da América Latina. O regente é um excelente violoncelista, Mario Brunello. Gostei muito. Adorei a interpretação da obra de Giovanni Sollima, Spasimo para Violoncelo Amplificado e Ensemble (1995). No início Sergio Casoy comentou que essa obra foi encomendada ao compositor para a inauguração de um centro cultural que foi uma igreja inacabada por vários anos. Como a obra está em um bairro com grande concentração de árabes, o compositor colocou vários registros musicais em sua obra. Adorei inclusive a fusão da percussão com o violoncelo, de uma beleza maravilhosa. O ótimo percussionista é Pompei Pietro.

A Orchestra d’Archi Italiana finalizou o concerto com a interpretação da obra Oteto para Arcos em Mi Bemol Maior op. 20 de Felix Mendelssohn. O público insistiu e a Orchestra d’Archi Italiana fez dois bis, um com Mozart e outro com um trecho de uma obra de Vivaldi. Infelizmente foi uma única apresentação e grátis, portanto não posso falar pra vocês tentarem ver.
Para ilustrar o post não achei exatamente as obras nem a orquestra, mas está uma obra do Mendelssohn e uma interpretação no Mario Brunello em um vídeo no Youtube.
Música do post: Mendelssohn - Symphony No 4 in A-maj -Italian- 3.Con moto moderato


Youtube: Carmignola- Brunello BRAHMS DOUBLE CONCERT third movement




Beijos,
Pedrita

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Fica Comigo Esta Noite

Assisti Fica Comigo Esta Noite (2006) de João Falcão no Cinemax. Eu adoro esse diretor e queria ver muito esse filme, tentei inclusive ir no cinema. Entrou para o rol dos meus filmes preferidos. Já revi trechos duas vezes e verei muito mais. Tinha amado A Máquina desse diretor, outro filme entre os meus preferidos que não canso de rever. Adoro esse diretor utilizar vários estilos de linguagens em seus filmes que são esteticamente impecáveis. Ele também utiliza muito a música como recurso de linguagem. Em Fica Comigo Esta Noite há inúmeras versões da música título do filme, que por sinal é a única utilizada na trilha sonora. Eu não conheço o texto original da peça do Flávio de Souza, sei que o João Falcão pediu para fazer algumas alterações, portanto não sei dizer o que foi mudado, mas o texto é genial.

São quatro personagens principais e cinco atores. Todos estão ótimos: Vladimir Brichta, Alinne Moraes, Gustavo Falcão, Laura Cardoso e Clarice Falcão. Achei muito lindo o diretor escolher duas atrizes para fazer um personagem. Vladimir vê a sua amiga idosa intepretada pela Laura Cardoso. E Gustavo vê a sua amada jovem interpretada lindamente pela Clarice Falcão. Fica Comigo Esta Noite é poesia pura, é um filme cheio de metalinguagem, fantasia e beleza.


Alguns outros atores que complementam o elenco são: Milton Gonçalves, Rodrigo Penna, Marly Bueno, Alessandra Mestrini e Zéu Brito.
Música do post: Fica Comigo Esta Noite:

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Clipe do filme


Beijos, Pedrita

quarta-feira, 7 de maio de 2008

5 Mulheres Marcadas


Assisti 5 Mulheres Marcadas (1960) de Martin Ritt no Telecine Cult. O roteiro de Ugo Pirro é bastante complexo e as cinco mulheres são grandes interpretadas pelas grandes atrizes: Silvana Mangano, Jeanne Moreau, Vera Miles, Barbara Bel Geddes e Carla Gravina. É a Segunda Guerra Mundial e na Iugoslávia, um soldado nazista sedutor guarda fotos de suas conquistas. Quando é preso pelo grupo da resistência essas cinco mulheres são humilhadas, raspadas suas cabeças. Os nazistas não querem condená-las já que estariam condenando um dos seus, então traçam o horrível destino dessas cinco mulheres, libertá-las fora da cidade, com a roupa da corpo, para que sobrevivam nas estradas, em meios aos conflitos e a própria sorte.

Elas ficam então unidas por esse destino trágico, pela falta de cabelo todos sabem quem são e as renegam onde vão. Juntas elas começam a roubar roupas de nazistas mortos, suas armas, comida. Uma delas inclusive está grávida, outra tem somente 18 anos. É um filme que fala muito sobre intolerância, arrogância. Elas acabam se unindo a resistência mais por sobrevivência e descobrimos que eles são tão cruéis e desatinados quanto aos seus inimigos. Questiona o tempo todo se os inimigos são todos mal e bons são os partidários. É um filme triste e complexo. Me incomodou um pouco só o grand finale, mas o filme é muito bom.

Música do post: Addio alla madre (Pietro Mascagni)





Beijos,

Pedrita

terça-feira, 6 de maio de 2008

Desejo Proibido

Assisti Desejo Proibido de Walter Negrão na TV Globo. Eu adoro novela das seis e essa foi apaixonante! Um texto maravilhoso, um elenco incrível, uma produção caprichada. Vai ser difícil falar de tudo sem esquecer detalhes importantes, mas vou tentar. Eu gostava muito dos casais protagonistas, acompanho o Murilo Rosa desde a extinta TV Manchete e ele é sempre maravilhoso e Fernanda Vasconcellos, que já gostava muito em Malhação, também arrasou. Os dois personagens mudaram muito durante a trama. Murilo interpretava Miguel, um padre, e ela uma menina independente.

Gostei muito das mulheres fortes e determinadas em Desejo Proibido, foram várias interpretadas pelas atrizes Letícia Sabatella, Eliana Fonseca, Eva Wilma, mesmo que essa tenha sida uma vilã, era uma mulher que nunca esmoreceu aos infortúnios, Nívea Maria, corajosa ao lado de um marido nem sempre previsível, Deborah Evelyn, Sthefany Brito que teve uma personagem que estudava apesar das pressões contrárias da mãe, terminou inclusive indo estudar engenharia como tanto sonhou, só não sei se mulheres podiam estudar engenharia nesse época.
Os personagens masculinos eram igualmente complexos. Daniel de Oliveira arrepiava em seu vilão. José de Abreu interpretou um homem amargurado e antiqüado, mas havia tanta complexidade em seu personagem que nos fascinava. Pedro Neschling estava ótimo como o oportunista Diogo. Gostei demais dos personagens e dos atores Rodrigo Lombardi, Alexandre Borges, Emílio Orciollo Neto, André Arteche e Thiago Martins.
Só me me incomodou um pouco foi quando a Ana foi mantida em cativeiro em um buraco sem luz. Infelizmente só se preocupam com questões afetivas impróprias para os horários, até questiono algo que julgam impróprio e não se preocupam com a violência exacerbada em horários que crianças assistem.
O núcleo cômico era uma delícia. Eu amava os sonhos da Florinda interpretados maravilhosamente pela Grazi Massafera, quem podia imaginar que ela se desse tão bem em um papel cômico? Marcos Caruso era outra preciosidade com seu Padre Inácio. Os diálogos do padre também eram muito bons e revolucionários quando falavam da complexidade da fé, dos milagres e sobre amor. Lima Duarte teve um personagem incrível, o prefeito que amava discursos cheios de palavras difíceis e vazias. A pensão da Dona Purezinha foi outro achado. Ela trabalhava cozinhando para a cidade, cuidando da pensão, dos filhos, enquanto o marido vivia cansado interpretado incrivelmente pelo Othon Bastos.

Adorava muito o casal Brasil e Cidinha. Adorei os atores Nando Cunha e Mary Sheyla. Mais uma vez o texto era elaborado e com o nome do Soldado Brasil fizeram várias alusões a situação do país, o mesmo recurso era utilizado nas falas do Prefeito Viriato. Adorava o Galileu Boticário interpretado maravilhosamente pelo Pedro Paulo Rangel, sua bela esposa foi interpretado pela linda Júlia Lemmertz.

Outra preciosidade era o Delegado Trajano interpretado muito bem por Cássio Gabus Mendes, nunca ri tanto. Eu adorava a sua filha menor interpretada otimamente pela Bruna Marquezine, me diverti demais quando ela leu Marx e saiu citando para as irmãs que igualmente adorava e foram atuadas por Camila Rodrigues e Fernanda Paes Leme.
A trilha sonora era linda e vou colocar a música de um belo momento de Desejo Proibido, a da noite de núpcias de Argemeiro e Eulália, da bela e talentosa estreante Aninha Lima.


Música do post e da novela : Silvio Caldas - A Deusa da Minha Rua







Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 5 de maio de 2008

O Caminho para Meca

Assisti a peça O Caminho para Meca de Yara de Novaes no Teatro Cosipa Cultural. Uma amiga em convidou para ver esse espetáculo e não titubeei. É com a maravilhosa Cleyde Yáconis que simplesmente arrasa! Tinha visto há uns anos ela deslumbrante em Longa Jornada de um Dia Noite Adentro e não queria perder esse espetáculo. O texto me surpreendeu, é fascinante, não conhecia nada desse autor Athol Fugard que nasceu na África do Sul. Gostei tanto das frases que fui procurar livros do autor, achei traduzido somente um na Livraria Cultura e já coloquei na minha lista de desejos.

O texto é inspirado em Helen Elizabeth Martins, que viveu entre 1897 e 1976 em um vilarejo na África do Sul. Ela recebe uma visita inesperada de uma amiga que viajou 12 horas de carro para vê-la. Helen está com bastante idade e relata a amiga que o pastor e moradores do vilarejo desejam enviá-la para um asilo. Esse pastor inclusive aparece mais tarde para buscar a assinatura de sua suposta amiga. O texto fala de preconceito, racismo, oportunismo, solidão. É de uma beleza inestimável. Essa senhora solitária é uma artista e é incompreendida pelos habitantes convencionais de onde mora. A amiga é interpretada por Lúcia Romano e o pastor por Cacá Amaral. Gostei demais do cenário de O Caminho para Meca de André Cortez e da belíssima iluminação de Telma Fernandes. As belíssimas fotos são de João Caldas.

Essa peça estreou um novo espaço cultural, o Teatro Cosipa Cultura. Fiquei muito feliz de ver mais um espaço cultural em São Paulo e fora dos locais tradicionais. Várias vezes ouço conhecidos dizerem que não vão ao teatro porque ficam longe. Acho muito importante a criação de espaços culturais em vários bairros da cidade. O Teatro Cosipa Cultura me impressionou pela facilidade de chegar. É um pouco longe de onde moro, mas é tão fácil e seguro que fiquei tranqüila. Fica em frente aos prédios do Itaú, ao lado do Metrô Conceição e com estacionamento dentro. O teatro fica dentro do Centro Empresarial do Aço que também não conhecia. E fiquei impressionada como o teatro é grande e bem dimensionado.
Música do post: Ladysmith Black Mambazo - Ngingenwe Emoyeni (South Africa)

Beijos, Pedrita

domingo, 4 de maio de 2008

Desde Que Otar Partiu

Assisti Desde Que Otar Partiu (2003) de Julie Bertucelli no Telecine Cult. Eu queria muito ver esse filme, tentei inclusive ver nos cinemas. Me emocionei muito! Gostei demais! O roteiro é da diretora com Bernard Renucci. Desde Que Otar Partiu se passa em Tbilisi, capital da Geórgia, que integrava a Europa Oriental. Uma família vive mal em todos os sentidos. A precariedade desse país é enorme, há muita sujeira nas ruas, constantemente falta água, luz e parece que há escassez de trabalhos. Em uma casa vivem precariamente a avó, a filha e a neta. Otar partiu clandestinamente para a França, um médico que vai trabalhar como operário em uma obra. Ele é o outro filho dessa avó, que como muitas dessa geração só tem olhos para o filho varão.

A avó e a filha só se desentendem. Quem tenta amenizar os conflitos é a neta. Me emocionei demais com a atriz que faz a avó, Esther Gorintin. A filha é interpretada por Nino Khomasuridze e a neta por Dinara Drukarova. Só trabalha a filha, ela tem uma banca em uma praça com vários outros onde vende objetos de pouco valor. Quem ajuda a família é um amigo que também vende objetos na mesma praça.

Mostra bastante as relações européias, os seus silêncios e segredos. Famílias que preferem omitir verdades a magoar seus entes queridos. O roteiro é de uma delicadeza maravilhosa!

Desde Que Otar Partiu ganhou o Cesar de Melhor Filme de Estréia, Prêmio da Semana da Crítica, no Festival de Cannes e prêmio de Melhor Roteiro - Filme Francês, no Festival de Deauville.


Música do post: droit devant soi





Beijos, Pedrita