sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford

Assisti O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford (2007) de Andrew Dominik no Cinemax. Vi esse filme na programação, fui ver do que se tratava e me interessei muito. Gostei demais! Eu gosto muito do Brad Pitt e não só ele arrasa nesse filme como também Casey Affleck. Jesse James teria sido um grande assaltante nos Estados Unidos, daqueles que ficam lendários. O roteiro é baseado no livro de Ron Hansen. Se aproxima dele um homem que o inveja, desde novo imitava tudo do outro, lia tudo sobre o outro, mas no filme percebemos que há mais inveja do que admiração.

A direção é cuidada, lenta e introspectiva. A fotografia de Roger Deakins é belíssima! O andamento do filme é muito interessante, gostei muito da forma como a história é contada.

Outros do elenco são: Mary-Louise Parker, Sam Rockwell e Paul Schneider.

Música do post: Just Like Jesse James



Beijos,

Pedrita

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Calígula


Assisti Calígula (1980) de Tinto Brass e Bob Guccione em DVD. Ganhei essa edição especial de 20 anos de Natal do 007. É impressionante! O roteiro é uma adaptação de Gore Vidal. É um filme ousado, dispendioso, épico e maravilhoso! Um elenco incrível. Calígula é interpretado divinamente por Malcom McDowell. Nessa edição de comemoração há um documentário feito na época que detalha como esse épico foi construído. Uns 64 cenários gigantes feitos na Itália, onde o filme foi realizado.

Gore Vidal explica no documentário como vê Calígula, não somente o louco, mas um homem obstinado, que teve muito poder, que queria ser adorado e que provoca sempre o Senado. O produtor mostra livros que encontraram na Itália onde mostravam esculturas sexuais e o quanto a sexualidade era vista como algo que rejuvenescia, era liberada e pública. Calígula é muito ousado nas cenas de sexo.
No elenco só grandes atores: Teresa Ann Savoy, Helen Mirren, Peter O'Toole e John Gielgud. Outros são: John Steiner e Guido Mannari.
Na trilha sonora há obras de Prokofiev.


Música: Prokofiev - I



Youtube: Caligula-Nerva Commits Suicide



Beijos,


Pedrita

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Deu a Louca na Cinderela

Assisti Deu a Louca na Cinderela (2007) de Paul Bolger e Yvette Kaplan no Telecine Premium. Quis muito ver, até avisei minha mãe para assistir, porque nós tínhamos adorado o Deu a Louca no Chapeuzinho. Ainda não perguntei se ela viu esse. Não gostei muito, faltou muita criatividade, esse é pra criança mesmo. Pega as histórias infantis e brinca um pouco com elas, há momentos fofos, mas não tem a criatividade e a originalidade do Deu a Louca no Chapeuzinho. É bem feitinho e bonitinho e só.

O Mago que equilibra a balança do bem e do mal vai tirar umas férias e deixa dois assistentes trapalhões cuidando da roda das histórias infantis. Obviamente tudo se atrapalha e Cinderela tenta ajudar a consertar.
Youtube: Happily N'ever After - Funny



Beijos,

Pedrita

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Glen ou Glenda?

Assisti Glen ou Glenda? (1953) de Ed Wood no Telecine Cult. Eu tinha assistido o filme Ed Wood que conta a vida desse cineasta que virou cult depois com filmes com pouquíssimos recursos, muita maluquice e genialidade. O filme fala muito desse filme Glen ou Glenda? e lembro que fiquei na dúvida porque teria sido tão elogiado por ser tão original e na década de 50. Ed Wood resolve fazer um filme sobre homens que gostam de se vestir de mulheres, junto ele coloca em uma cadeira o gênio do terror para dar um toque macabro no filme.

Ele une dois gêneros diferentes e faz além de um filme genial, muito delicado, mesmo com o tom macabro. Surpreendente! Várias vezes eu tento conversar com pessoas que têm dificuldade de entender diferenças, mas sem sucesso. Glen ou Glenda? consegue com uma delicadeza surpreendente. Há um suicídio de um homem que se sentia tolhido pela sociedade que não permitia ele andar vestido de mulher. O policial tentando entender porque alguém sofre e se mata por um motivo desses e procura um médico que estuda esses casos. O médico conta duas histórias totalmente diferentes. Um de um homem que ama a sua noiva, quer casar, mas quer continuar às escondidas em casa ficar vestido de mulher. E outro caso de um homem hermafrodita. O texto é cuidadoso. Claro, é nesse período que a psicologia explicava mais esses casos de forma mais conservadora, onde eram as atitudes familiares que levavam um ser humano a agir assim. Hoje não tenta se explicar de forma tão limitada fenômenos humanos. Mas Glen ou Glenda? é tão delicado e cuidadoso, que tem um importante papel no auxílio a famílias que têm dificuldade de entender as diferenças.
O ator famoso de filmes de terror que faz a narração é intepretado por Bela Lugosi. Ed Wood buscou esse ator que tinha sido esquecido, estava sem dinheiro, trabalho e infeliz. Ed Wood precisava de atores que aceitassem baixos cachês porque sempre tinha poucos recursos. No elenco estão: Lyle Talbot, Daniel Davis, Dolores Fuller e Timothy Farrell.
Youtube: Glen or Glenda? - Glen's Battle/Acceptance





Beijos,

Pedrita

domingo, 18 de janeiro de 2009

1919

Terminei de ler 1919 (1932) de John dos Passos. Comprei esse livro em um sebo porque é daquela coleção caramelo da Editora Abril, Clássicos Modernos. Só depois que vi que integra uma trilogia U.S.A.. Esse é o livro do meio, fiquei curiosa de ler os outros. Eu gostei muito do estilo de narrativa, muito diferente. É período de guerra, sempre há capítulos com trechos de jornais, músicas e poemas da época, sempre com trechos mordazes e depreciativos. E depois personagens que se alternam, voltam ou não, se encontram ou não. Em 1919 todos estão entre 20 e 30 anos.

Obra The Fleet´s In (1934) de Paul Cadmus
Cada um tem um poder aquisitivo diferente e vivem situações diferentes. Mesmo alguns terem participado da guerra, eles trabalham pra Cruz Vermelha. Mostra a visão diferente de comportamentos, é a época que há uma liberação sexual, citam literatura que fala do despreendimento, de não casamento, de viver em liberdade, mas para a mulher não é bem assim, porque não há muito como se prevenir, então logo elas ficam envoltas com seus problemas de maternidade. Os homens ficam com pena delas, dos fardos que elas terão que carregar, como se eles não tivessem responsabilidade sobre os filhos, como se fosse um problema delas, nem imaginam aquela gravidez como algo que eles devam assumir. O máximo que fazem é se matarem pra conseguir dinheiro para dar a elas para que elas achem médicos que façam aborto. Nos seus pensamentos sempre eles acham que não é a hora, mesmo já tendo acontecido. Também é um período de muitas doenças venéreas. Esse livro é fácil de achar em sebos, vou tentar descobrir agora se consigo achar os outros.


Obra The Bathing Place de Edward Cucuel
1919 fala de política, guerra, filosofia, sexualidade sem discursos inflamados. Não se coloca claramente em posições. É um estilo de texto muito diferente de tudo o que já li, gostei muito. Gostaria muito de encontrar alguém que tenha lido ou estudado algo sobre ele.
Na biografia do autor nessa edição colocaram uma frase de John dos Passos que me impressionou muito e dá uma ideia de como é a obra dele:
“U.S.A. é a fatia de um continente. U.S.A. é um holding companies, alguns sindicatos, um sistema de leis encadernadas em couro, uma rede radiofônica, uma cadeia de cinemas, uma coluna de cotações da Bolsa apagadas e reescritas num quadro negro pelo contínuo da Western Union, uma biblioteca pública cheia de jornais velhos e livros de história amarrotados, com protestos escritos a lápis nas margens...U.S.A. é uma coleção de funcionários gabolas com demasiadas contas bancárias. U.S.A. é uma quantidade de gente enterrada em suas fardas no cemitério de Arlington. U.S.A. é as letras no fim de um endereço, quando se está no exterior. Mas U.S.A. é principalmente o falar do povo.”
Anotei alguns trechos de 1919 de John dos Passos:
“Oh a infantaria a infantaria
Com porcaria atrás das orelhas”

“Ir para a França a bordo do Chicago, nos princípios de junho, foi como ser de repente obrigado a abandonar a meio um livro que estivera a ler e que não chegaria a acabar. Ned e a mãe e Mr. Cooper e a escritora consideravelmente mais velha do que ele com quem dormira várias vezes, assaz inconfortavelmente no duplex que a dama possuía no Central Park South, os seus poemas, os seus amigos pacifistas e as luzes da esplanada refletindo-se tremulamente nas águas do Charles, desapareciam da mente de Dick como parágrafos de uma novela posta de lado antes do fim.”
Todos os pintores como o compositor são americanos e as obras são próximas ao lançamento do livro.

Música do post: Diverse - Soundtrack - West side story (Leonard Bernstein) - 01 - Prologue




Beijos,

Pedrita