terça-feira, 8 de julho de 2025

Umma

Assisti Umma (2022) de Iris K. Shim na Netflix. Mais um filme de fantasminhas e que filme. Que grata surpresa!

Eu gosto demais da Sandra Oh, igualmente linda e talentosa a Fivel Stewart. Elas são mãe e filha, muito amorosas, o carinho das duas é lindo. Elas meio que se bastam, ou a mãe acha que se bastam. A mãe tem trauma de eletricidade, então elas vivem em uma pequena fazenda onde criam abelhas, fazem mel, tem árvores frutíferas e não tem energia elétrica. Até tem todos os equipamentos, mas eles ficam desligados. Só tem um amigo, Dermot Mulroney, o dono da venda, que tem uma filha, Odeya Rush. Eu fiquei pensando como a adolescente podia suportar viver naquele isolamento e o filme fala exatamente sobre isso. Apesar de amar a mãe, a fazenda, ela pensa em ir para uma universidade.
O filme tem fantasminha, mas é muito profundo na abordagem da relação mãe e filha. Elas se amam muito, mas a mãe deseja que a filha viva só ali, que as duas se bastem. O filme fala muito de posse, controle. Gostei demais!
Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 7 de julho de 2025

A Spy Among Friends

Assisti a série A Spy Among Friends (2022) na Film&Arts. Essa série se arrasta tem anos, meses, nem sei quando tempo atrás eu comecei a ver. Só segui em frente porque estava curiosa, mas não muda muito, é logo o que se apresenta. A história é baseada no livro de Ben Macintyre.

É inspirada na história real de dois espiões Nicholas Elliott and Kim Philby. Depois de décadas de amizade, Elliott descobriu que o Philby era um espião russo. Será mesmo? É o que a série tenta mostrar. Elliot é investigado se foi enganado mesmo por décadas ou não. Chegaram a conclusão que não, mas será mesmo? Ou Elliot se enganou direitinho? Ou preferiram fingir que se enganaram. A premissa é essa, termina chegando a "conclusão" que Elliot não sabia, mas sinceramente, acho que continuaremos sem saber. Espiões sempre foram mestres na arte de enganar. Histórias de espiões dão bons produtos, livros, filmes, mas na prática é tudo uma grande bobagem. Os países gastaram fortunas em mão-de-obra, equipamentos e armamentos, enquanto podiam investir na miséria humana, no meio-ambiente, enfim, em algo que realmente a humanidade precisasse. A série meio que mostra isso. O que mudou para os países descobrir que um agente era espião duplo? Para uma maioria privilegiada pode ter mudado algo, mas pra a população, foi dinheiro gasto com algo desnecessário. Damian Lewis e Guy Pearce estão ótimos. A amizade deles emociona, isso sim muda o mundo, amizades genuínas. Inteligentes, tinham ótimas conversas culturais, o que é um deleite.
A melhor personagem da série é Lily Thomas, da ótima Anna Maxwell Martin, mas ela não existiu hahahaha, isso mesmo, a melhor personagem é ficcional. Ela é designada para ouvir as gravações de escuta para saber se Elliot sabia ou não do amigo espião russo. Interessante que quase nada se perdeu das gravações. Era uma época que os aparelhos eram muito precários, muito se perdia, mas na série nada se perde. Fizeram mágica. Além de ouvir as gravações, tentar interpretar as conversas, ela tinha que interrogar Elliot e eles criam uma bela relação de amizade. Culta, brilhante, ela gera fascínio nele. Ela é bem realizada profissionalmente e pessoalmente. É bem casada com um médico, que claro, não sabe do trabalho da esposa e respeita, bem ficcional mesmo. Criteriosa, ela demora pra dar pareceres da investigação e é maltratada por outra agente que critica o jeito despojado da investigadora. Pra ela, a profissional não conseguiu nada com Elliot porque é desprovida de encantos, não se veste adequadamente, não usa maquiagem, não é sedutora. Como se a aparência fosse mais importante que os conhecimentos. É um dos melhores diálogos da série, muito atual, onde acham que o que importa em uma mulher é a sua capacidade de sedução e não o seu conhecimento.
Na verdade, se é que há alguma verdade, só deixam nós mortais sabermos de espiões por algum interesse político. Provavelmente queriam mostrar que não é possível amizades entre espiões, olha o perigo, mas o fato é que também tinham espiões estrangeiros infiltrados na URSS. Há um interesse político em vilanizar os russos, mas espião era tudo igual não importa o país de origem. Viviam vendo pelo em ovo em qualquer conversa, gastavam rios de dinheiro com a melhor tecnologia da época para escutas, rios de dinheiro com mão-de-obra, que na maioria das vezes servia pra nada ou pra justificar compras absurdas de armamentos. A literatura e o cinema tentaram mostrar que isso tinha alguma função importante, mas no fundo só servia para uma maioria privilegiada. Qual era o intuito da história? Mostrar que um amigo foi décadas enganado por um espião russo e o que isso na prática implicou? Nada né? O russo deve ter passado informações sigilosas, mas também devia ter um espião inglês infiltrado em algum lugar fazendo o mesmo, era o jogo.
Beijos,
Pedrita

domingo, 6 de julho de 2025

Pedro Páramo

Assisti Pedro Páramo (2024) de Rodrigo Prieto na Netflix. Nunca tinha ouvido falar e é baseado no livro de Juan Rulfo. Não é de terror, mas tem fantasminha que não acaba mais, é só ver o pôster. É de realismo fantástico que amo e quero muito ler o livro.
 

Um filho, Tenoch Huerta, vai a uma cidade fantasma saber de seu pai. É em uma cidade fantasma e ele encontra poucas pessoas pra conhecer a história do pai que teve inúmeros filhos, com inúmeras mulheres.

O pai, Manuel Garcia-Rulfo, enriqueceu e manda na cidade. Faz inúmeros absurdos, manda matar, não costuma sujar suas próprias mãos. O que faz com as jovens mulheres é absurdo. Um monstro.

São lindas demais as mulheres que o cercam. Ele vive rodeados de mulheres já que ele governa em casa, os seus homens que vão fazer o que tem que ser feito. Então tem a esposa, filhos e funcionárias. São poucos filhos que ele registrou, a maioria é bastarda. A primeira esposa é interpretada por Ishbel Batista.
O padre. Roberto Sosa, é uma das pessoas mais abjetas. Como Pedro, vive rodeado de mulheres e fazendo um inferno na vida delas. Sim, todas vão ao inferno segundo seus preconceitos, mas acho que ele é o primeiro a chegar lá, tão monstruoso que é. Cheio de moral é o que menos a pratica. Pedro pode ter todos os pecados, ouve barbaridades no confessionário sobre o líder da cidade, mas o padre sempre crucifica as mulheres. Ambicioso e ávido por dinheiro, faz o que pode para conseguir mais cobres, principalmente encobrindo as vilanias de Pedro Páramo.

O grande amor de Pedro na adolescência, Sarah Rovira, foi Susanna. A vida os separa e ele consegue aproximá-la no futuro, mas ela já está abalada mentalmente, entre delírios e muito sofrimento. Pedro paga em vida todo o mal que fez só vendo o sofrimento dessa pobre alma. Ilse Salas está maravilhosa.
Que filme belíssimo! Fotografia, edição, história, elenco. Maravilhoso!

Beijos,
Pedrita

quinta-feira, 3 de julho de 2025

Vera - 5ª Temporada

Assisti a 5ª Temporada (2015) de Vera no Film&Arts. É a primeira temporada com o novo parceiro, Kenny Doughty.

No primeiro episódio ele chega antes de Vera ao local do assassinato. Uma jovem estava dentro de um trailer que pegou fogo. Vera conhece ele ali e não é lá muito simpática, do jeito dela. Ele acaba sendo muito eficaz em uma descoberta e ela o elogia. Achei estranho que assim que eles saem do local dos trailers, ele entra no carro dela. Ele não foi com ela, achei meio esquisito. Essa prática de sempre o parceiro ir no carro pessoal dela teria que ter algum convite, introdução, ficou meio esquisito, até porque não é o carro policial e sim o particular dela.
No segundo episódio o corpo de uma jovem aparece em uma floresta. A família é hostil com a polícia. Eles fizeram manifestações no trabalho no passado, então não tem boas relações com a polícia, que inclusive disse no passado que a jovem fugiu. Agora Vera tenta entender o que aconteceu e descobriu que a jovem fotografava a manifestação que o pai participava. Gostei bem da trama.
No terceiro um homem é achado dentro de um fosso de uma fazenda. Mais uma trama de intolerância. Se a família não tivesse impedido a aproximação de um pai para ver seu filho, talvez a morte não tinha acontecido. Esse tem muitas mentiras e silêncios, inclusive dos pais do garoto, que preferem dizer que ele era dependente químico do que revelar que ele era homossexual. Preferem um filho viciado a um que ama pessoas do mesmo sexo.
O quarto é também bem triste. O pai vai buscar a filha adolescente, vai em outro andar pagar o estacionamento, despenca e morre. Os dois filhos adolescentes estão em processo de adoção. E como em investigações todos são suspeitos, o conselho tutelar acompanha. Interessante Vera não pode esconder as suspeitas, mas se incomoda que vai interferir na adoção. Brenda Blethyn está sempre ótima. Sempre que há questões de família ela fica muito mexida já que ela teve uma relação bem conturbada com seu pai. Em todas as temporadas há alguns comentários, compreensão e vamos entendendo aos poucos a relação conflituosa com o pai.

Beijos,
Pedrita

quarta-feira, 2 de julho de 2025

Janeiro de Sara Gallardo

Terminei de ler Janeiro (1958) de Sara Gallardo da Moinho Editora. Não sei porque decidi comprar esse livro. Tenho vários critérios, listas, indicações em feiras, esse não faço ideia. A escritora foi uma jornalista argentina. Gostei muito!

O marcador de livro ganhei de um amigo e é de vaquinhas.

Obra de Josefina Robirosa

A protagonista é Nefer e acompanhamos alguns de seus pensamentos. São pinceladas, fragmentos, conseguimos juntar um pouco as peças. Nada fica claro, tudo parcialmente subentendido. Entendemos que logo a barriga dela vai crescer e todos vão ficar sabendo. Ela gosta de Negro e está sempre olhando os movimentos dele. É uma região rural.
 

Obra Herbolario (2009) de Gabriela Aberastury

Em uma festa um homem se aproxima, ela fica olhando o Negro de longe e pensando que era ele que ela queria, não aquele homem que está pegando nela. Mas nada é claro, muito interessante o texto. 

Infelizmente a orelha do livro tenta colocar exatidão nos fatos e fala demais. O trunfo do livro é exatamente a falta de clareza.

Beijos,
Pedrita

terça-feira, 1 de julho de 2025

Echo Valley

Assisti Echo Valley (2025) de Michael Pearce na AppleTV+. Está entre os filmes mais vistos desse streaming e vale pela maravilhosa Julianne Moore. O roteiro é de Brad Igelsby. É um filme super estimado. Tem um bom desfecho, com alguns aspectos incoerentes. Funciona dramaturgicamente!

Na internet falam erradamente de ser sobre amor condicional, não, não é verdade, é um filme sobre falta de amor próprio. A mãe está mal porque perdeu recentemente o amor de sua vida. Viúva, ela tem dificuldade de levar a vida adiante. Como o telhado da casa está desmanchando e ela não tem recursos, ela vai pedir emprestado pro ex-marido que é um grosseiro. Bom, pessoas que não se impõe se rodeiam de pessoas autoritárias. Ele aponta o dedo, acusa ela de não estar dando aulas de hipismo, como se umas aulinhas daria pra pagar uma reforma de um telhado, quando muito ajudaria nas despesas da casa, alimentação, combustível. E mesmo assim, todo dia de manhã ela cuida dos animais, é um trabalhão.
A filha é dependente química e só aparece pra infernizar a vida da mãe. Ela é Sydney Sweeney. Concordo com o pai que diz que a mãe só passa a mão na cabeça dela, mas bem confortável o pai julgar à distância, sem dar suporte e muito menos ser pai. Fácil apontar o dedo de longe. A filha sabe que a mãe está deprimida e à noite bebe um pouco pra relaxar. Se aparecesse de manhã suas mentiras não teriam tanto impacto. Mas à noite, a mãe exausta do trabalho da fazenda, com um pouco de vinho, é mais fácil ser manipulada. E a filha sabe manipular a mãe brilhantemente. Sim, a mãe é meio tonta, é fato, não se posiciona, outro fato, mas a filha é muito ardilosa. Domhall Gleeson também está no elenco como outro mau caráter.
Ela tem uma amiga que emociona, da maravilhosa Fiona Shaw. Diferente do ex-marido, ela acolhe a amiga. Aparece pra visitar e resolve ficar um dia, ajuda no trabalho na fazenda, prepara uma comida, bebem, dançam e não julga. Até fala que está preocupada, mas não aponta os dedos. E diz que a amiga está em luto, que é difícil mesmo. É essa amiga que aparece sempre que ela precisa, atende sempre que a amiga liga. Leva a amiga pra passar uns dias com ela e a companheira, mas arruma ajudantes pra fazenda pra amiga poder se ausentar. Literalmente pensa em tudo! Acaba sendo fundamental para o desfecho do filme.

Beijos,
Pedrita

domingo, 29 de junho de 2025

Garota do Momento

Assisti Garota do Momento (2024-2025) de Alessandra Poggi na TV Globo e GloboPlay. Gosto de ver na hora que passa, quando perdia um pouco, voltava pelo controle remoto. Só quando perdia mesmo que ia na GloboPlay. Que novela! Que perfeição! Que revolucionária! Quanta saudade! Eu me incomodo profundamente com o desprezo às novelas das 18h que vem sendo muito mais inovadoras e transgressoras. A emissora e muitos ainda vem como um produto menor e usam frases como simpática, engraçadinha, etc.A própria emissora não reprisou o capítulo no sábado, só será na segunda.

Ficamos estupefatas com a trama da Clarice defendida incrivelmente por Carol Castro. Ela é viúva de Petrópolis, vem para São Paulo expor seus trabalhos e se apaixona pelo pérfido Juliano do ótimo Fábio Assunção. Ele por acidente mata a mulher da sua filha, Julia Stockler, e Clarice vê. Sua mãe da incrível Lilia Cabral arma um plano de tirar o fôlego, nós nem conseguíamos acreditar. Falo sempre no plural feminino porque acompanharmos a novela junto com um grupo de noveleiras no whatsapp. 

Clarice é atropelada por um bonde, acorda e não se lembra de nada. Maristela resolve então criar uma nova vida pra ela, irmã falsa, outra filha no lugar da verdadeira, que plano. Clarice é afastada sem saber de sua filha verdadeira, pela excelente Duda Santos. Pra fechar o plano com chave de ouro, se unem a um médico inescrupuloso que receitas medicamentos que confundem mais ainda a cabeça da Clarice e ainda dão uma dor de cabeça dos infernos. Que trama bem amarrada. Mirabolante, mas impecável!
Amava as empresas da novela. A Perfumaria Carioca era dos vilões. A empresa de propaganda, a boate, a escola de estilo. Zélia era a irmã falsa de Clarice. Que personagem e que interpretação de Letícia Colin. Amamos odiar Zélia, mas nos emocionamos muitas vezes porque seu personagem era muito complexo e com tantas mas tantas camadas. A autora resolver matar Zélia ao final. O Twitter ficou inconformado, irritado, e com razão. Ela tinha acabado sua vingança justiça, merecia outro desfecho. E novela é bom por isso, nós adoramos concordar e discordar da trama, escrever do nosso jeito, essa é a delícia de ver novela, palpitar em tudo, reclamar do que não gostamos, nos apegar a personagens.
E como amamos o outro vilão Basílio. Cauê Campos estava impressionante. Amamos e odiamos o tempo todo. Um trambiqueiro fez um par romântico caliente com Maristela, que química dos dois. Ele amava Beatriz, e vivia com ela no orfanato da avó de Beatriz, da ótima Solange Couto.


Adorava o clube Gente Fina, gerenciado por Sebastião (Cridemar Aquino) e Vera (Tatiana Tiburcio), que davam um duro danado para manter o lugar, pagar as contas. No clube passaram Ruth de Souza (Eli Ferreuira), Alaíde Costa, Alcione, Pixinguinha. Onde falou-se muito do cinema novo.

Os donos do clube eram pais do Ulisses (Ícaro Silva) que tinha o boliche mais batuta da novela. Era onde os jovens iam rosetar.


Vera trabalhava na casa da família Sobral. A mãe da incrível Paloma Duarte foi atrás dos seus sonhos que era cantar e os filhos ficaram com o marido e Vera os assumiu, quando eram muito pequenos. A novela falou demais de machismo, responsabilidade afetiva. O pai era muito conservador, que incrível personagem da Danton Mello. Ele não deixou a ex se aproximar dos filhos, não entregava presentes e cartas. Se ele permitisse que ela convivesse com eles, tudo seria muito diferente. Os filhos se traumatizaram muito com o afastamento da mãe. E que atores que fizeram os filhos. A autora defendeu muito carreiras para as mulheres. Celeste queria ser escritora e conseguiu, Débora Ozório estava incrível. João Vitor Silva fazia o invisível filho. Pedro Novaes o filho eleito, jornalista, talentoso e o mocinho da trama. É ele que se torna cineasta do cinema novo.

Outra que tinha uma família nada convencional era Marlene, da maravilhosa Ana Flávia Cavalcanti. Perfumista, ela sofria um bocado com o filho irresponsável que não queria saber nem de estudar nem trabalhar. Caio Cabral estava ótimo. Até que ele conhece seu pai de Silvero Pereira. Ele leva um tempo para descobrir que Silvero era na verdade a internacionalmente conhecida Verônica Queen e se rebela. A perfumista teve sua fórmula roubada pela perfumaria da novela. Depois passou a criar e vender seus próprios produtos para cabelos de quem tem pele negra, cremes para pele negra e fez muito sucesso. 

Iolanda da ótima Carla Cristina, dona da pensão criava sozinha a Ana Maria, amei a Rebeca Carvalho. Iolanda tinha um romance escondido com Ulisses. Ela acaba engravidando e eles vão casar. Ela desiste porque ele ama Glorinha da incrível Mariana Sena. Todos na pensão a apoiaram. A novela era muito acolhedora, as mulheres se apoiavam, ajudavam umas as outras. O que é muito transgressor. Ana Maria então emocionava, ela é a primeira a perceber que o amigo é homossexual e o acolhe. Moderna, a frente do seu tempo, foi a primeira a usar maiô de duas peças, um biquini amarelo de bolinhas. 
O casamento mais lindo foi de Gloria e Ulisses. Como os dois são lindos e que noiva maravilhosa. Foram dois casamentos com líderes religiosos de matrizes africanas. Glorinha montou um salão para cabelos encaracolados e fez muito sucesso.


Bia era uma das vilãs da novela da ótima Maisa Silva. Ela era amigas da Eugênia de Klara Castanho e de Celeste. Bia na verdade era Isabel e não sabia. Por ter problema no coração, foi mimada até e só pensava nela. O Twitter queria que ela sofresse muito, até chegou a ser presa, mas eles queriam muito mais. Bete Mendes arrasou como a avó que achava que a filha e a neta viajavam. Figurinista de mão cheia, ela que fazia boa parte das roupas da TV Ondas do Mar. A mãe de Eugenia de Maria Eduarda Carvalho tinha mania de limpeza depois de um trauma, com a terapia resolve cursar Psicologia. Nos resultados do vestibular muitos personagens passaram. Uma pena Topete não, outro personagem incrível de Gabriel Milane.

E como amamos as fofoqueiras nas janelas. Matérias diziam que elas gastariam uma fortuna fofocando direto ao telefone, as ligações eram caríssimas na época e a autora brincou com isso no último capítulo. Elas tiveram a linha cortada porque não pagavam há meses as contas. Mariah da Penha e Arlinda de Baio arrasaram. O bordão Cala-te boca agradou tanto que elas criaram um instagram. As redes sociais bombavam com a novela e seus capítulos perfeitos. Os atores gravavam vídeos, o público fazia memes e mais vídeos. Era um estouro!
Como nós amávamos Guto e Vini de Pedro Goifman e Elvis Vittorio. Guto demorou para perceber que não gostava de meninas, até namorou a doce Eugênia. É quando surge Vini que o amor explode. Eles amavam musicais, iam sempre ao cinema e arrasaram nos números musicais que criavam, eu me emocionava sempre. Maria Flor fazia a doce mãe de Guto e o acolhe. Mas a cesura chegou, a emissora alegando reclamações do núcleo conservador, separou os rapazes. A autora bancou que não era censura, mas ficou claro e infelizmente o retrocesso tem ficado claro na emissora. Arrumaram um namorado pro Guto como prêmio de consolação ao final, mas o público continuou reclamando.

Amei que tinha a TV Ondas do Mar com o ótimo Eduardo Sterblich e seu carismático Alfredo Honório. Adorava seu sócio também que criou a novela dentro da novela, Senhora. O sócio Sergio de Sergio Kaufmann era um dos melhores partidos da novela, mas infelizmente se sucumbiu a insuportável Jacira de Flávia Reis. Como disse uma amiga, só a autora gostava da personagem. A novela precisou se esticada, a autora escolheu enrolar com o núcleo nada cômico e os capítulos perfeitos desapareceram. Foi muito triste e insuportável aguentar as bobagens repetitivas de Jacira e cia. E pior, muitas tramas foram apagadas como a da Marlene, muitos núcleos raramente apareciam. Depois de muita reclamação, alguns personagens surgiam só de elenco de apoio, muito triste.
A novela foi um primor, estou com tanta saudade. Veio o fim no casamento de Beatriz e Beto e começaram as dancinhas, foi demais, não canso de ver vídeos de cenas que não foram, finais diferentes, ensaios, uma explosão de emoção nas redes. Melhor novela da TV Globo do Momento!








Beijos,
Pedrita