Assisti A Divisão (2020) de Vicente Amorim no TelecinePlay. Só depois que estava assistindo é que vi que era uma série e compilaram em um filme. Até pensei em parar de ver e ir ver a série, mas eu não sou muito fã do gênero, já comecei a ver vários e acabo largando pelo caminho ou se arrastando por meses até terminar, mesmo sendo excelentes como esse, então continuei a ver. A criação é de José Luiz Magalhães e José Júnior.
O elenco é incrível. A Divisão é inspirada na infinidades de sequestros que aconteceram em 1997. Uma filha de um deputado está em cativeiro, então a polícia une dois grupos de investigadores. Silvio Guindane é um, ele tortura presos pra conseguir informações. O outro grupo faz acordos com bandidos e é liderado com o personagem do Erom Cordeiro, que trabalha junto com os de Thelmo Fernandes e Natália Lage.
O policial que une as equipes é interpretado por Marcos Palmeira.
O deputado é Dalton Vigh, sua esposa Vanessa Gerbeli e a filha, Hanna Romanazzi. Alguns outros do elenco são Osvaldo Mil, Bruce Gomlesvsky, Rafaella Mandela, Marcelo Gonçalves, Cinara Leal, Paulo Reis, Nill Marcondes e Augusto Madeira. Eu discordo do texto final. Eu ouvi um especialista em crimes que disse que os bandidos agem no que está dando certo, se os sequestros passaram a dar errado, eles vão escolher outro crime mais lucrativo.
Terminei de ler O Alegre Canto da Perdiz (2008) de Paulina Chiziane da Dublinense. Eu queria muito ler esse livro pelas críticas que vinha recebendo. A autora moçambicana ganhou Prêmio Camões. Que escritora! Daqueles livros que queremos que todos leiam! Foi o primeiro que peguei pra ler da última compra na Feira do Livro da USP.
O marcador de livros é um detalhe da obra Le Matin Clair Aux Saules de Monet.
O quadrinho de ponto cruz foi bordado por uma amiga.
Obra A Imperatriz III (2018) de Maimuna Adam
O livro é ambientado em Moçambique, no período colonial, quando há homens escravizados. Começa falando de Maria das Dores, mas conta a história das mulheres da família dela, alternando no tempo. Eu fiquei tão impactada, não parava de anotar trechos. Chiziane tem um texto poético e narrativas secas, da vida dura, de quem não teve a chance de escolha e para poder escolher, acaba destroçando tragicamente quem amam.
Obra Lembrança Fugaz de Carmen Maria Muianga
A mãe de Maria das Dores, Delfina, era de uma beleza estonteante, então sua mãe prepara a filha para ser prostituta. Com isso todos podem ter uma vida melhor, mais dinheiro e dar conforto aos pais. Mas ela se apaixona por um negro. É uma vida toda conturbada, de amor, dor. Sobre a tragédia que colônias promovem em seus viventes, tirando a paz e a vida digna. Confundindo a lógica, levando negros a atitudes insanas pra melhorar de vida, porque como Delfina diz, dignidade só aos brancos que tudo tem.
Obra de Malangatana
O livro é tão forte, me revirou tanto por dentro que eu não parava de anotar trechos. Vou trazer alguns poucos aqui, o bom mesmo é ler a obra toda.
Trechos de O Alegre Canto da Perdiz de Paulina Chiziane:
“As pessoas gostam muito de
identidades. Chegam a exigir uma certidão de nascimento para uma pessoa
presente. Haverá melhor testemunha do que a presença para confirmar que nasceu”?
“Lembra-se de tudo, da terra
e do mundo. Onde a cultura dita normas entre homens e mulheres. Onde o dinheiro
vale mais que a vida. Onde o mulato vale mais que o negro e o branco vale mais
que todos eles. Onde a cor e o sexo determinam o estatuto de um ser humano.
Onde o amor é uma abstração poética e a vida se tece com malhas de ódio”.
Assisti A Esposa (2017) de Björn Runge no TelecinePlay. Eu adiava ver esse filme porque me confundi com a sinopse. É excelente! E bem o gênero de filme que gosto. O filme é baseado no livro de Meg Wolitzer que quero muito ler.
O marido é um grande escritor e ganha o Prêmio Nobel de Literatura, o casal segue para a Suécia para ele receber o prêmio. Que filme genial! Eles são perseguidos sistematicamente por um homem (Christian Slater) interessado em escrever a biografia do autor, mas o casal se recusa sempre. O marido é bem grosseiro, além de ser muito, mas muito promíscuo. A esposa sempre fingiu não ver ou relevou as traições. Glenn Close simplesmente arrasa, gosto muito também do Jonathan Pryce. Gostei de uma crítica que diz que apesar de ser o marido o escritor, só pelo título entendemos que é nela que devemos prestar atenção. Exato, é isso mesmo!
Em um momento o ego do pai fica mais evidente. Eles vão conhecer o ganhador de Nobel de Física e a família dele. Esse vencedor é muito orgulhoso dos filhos, em cada apresentação enaltece a capacidade de cada um. Uma vai descobrir a cura do Alzheimer e para cada um dá poderes inacreditáveis para suas profissões. O escritor diz que o filho (Max Irons) é um escritor em aperfeiçoamento.