sábado, 22 de junho de 2019

Recital do Centro de Música Brasileira

Fui ao recital do Centro de Música Brasileira no Centro Britânico Brasileiro. Primeiro tocou o duo de flauta e violão com Eduardo Monteiro e Giácomo Bartoloni. O violonista contou que os dois integravam um grupo, mas que as distâncias os separaram. Eduardo vive no Rio de Janeiro e Giácomo em São Paulo. Foi um belíssimo repertório. Giácomo contou que na década de 70 foram solicitadas obras para flauta e violão de vários compositores, e que o repertório da noite era com várias dessas obras. Contou que Osvaldo Lacerda não tinha obras para flauta e violão, então eles adaptaram uma que era pra harpa e flauta. Belíssimo programa!

A foto é de Fábio Bartoloni.

Programa:

João de Souza Lima - Peça para Flauta e violão

Breno Blauth - Enigma

Sergio Vasconcellos Corrêa - Desafio

Achille Picchi - Prelúdio (violão solo)

Osvaldo Lacerda - Improviso nº 2 (flauta solo) e Balada (transcrição de Giácomo Bartoloni)

Edmundo Villani-Côrtes - Cinco Miniaturas (prelúdio, toada, choro, cantiga de ninar e baião)

Depois Tânia Guarnieri ao violão e Araceli Chacon tocaram a segunda parte. Foi um belíssimo repertório, com muito virtuosismo, mas mais triste. Tânia tocou obras do seu pai, o compositor Camargo Guarnieri e vários outros compositores que adoro como Ronaldo Miranda, Liduíno Pitombeira e Osvaldo Lacerda. Não conhecia o compositor Alexandre Schubert que é de Minas Gerais e gostei muito também.

Programa: 

Ronaldo Miranda - Moderato Cantabile


Liduino Pitombeira - Fantasia sobre a "Muié Rendera"

Osvaldo Lacerda - Acalanto Pentafônico e Invocação (dedicado à Tania Camargo Guarnieri)

Alexandre Schubert - Só 

Camargo Guarnieri – Cadência e Sonata nº 6 (Tranquilo-Allegro, Misterioso e Grandeoso)

Em todo o recital foram interpretadas obras de 10 compositores brasileiros e tudo isso de graça.


Beijos,
Pedrita

quinta-feira, 20 de junho de 2019

Vazio Coração

Assisti Vazio Coração (2013) de Alberto Araújo no Canal Brasil. É mais ou menos, mas tem umas questões interessantes. Murilo Rosa faz um cantor de música popular cafona e é bem famoso. As fãs gritam, correm. As músicas são baladinhas românticas melosas e ruins, medíocres mesmo, com letras e ritmos óbvios e Murilo Rosa canta bem mais ou menos. Vazio Coração é mais um filme melodramático.

Ele tem uma relação ruim com o pai que é embaixador e tenta uma reaproximação. Aos poucos vamos entendendo o que aconteceu. O pai é interpretado pelo excelente Othon Bastos. Acho que eu também seria muito desgostosa se tivesse um filho cantor de música romântica ruim, de sertanejo universitário. O pai não se conforma que o filho faça versos tão ruins e que ainda use a sua história para expor a família nas letras. Acho que eu teria pavor também. A música Vazio Coração que o filho faz ao pai é de chorar de ruim.

Gostei de saber que o filme foi realizado com incentivo a cidades fora dos grandes centros, visando um possível retorno turístico. Eu fiquei com muita vontade de conhecer Araxá. As cidades mineiras são lindas. O Brasil tem tanta cidade linda, é muito bom que elas tenham patrocínio para filmes.

Fazem participações Lima Duarte e Bete Mendes, são avós maternos do cantor. Larissa Maciel é a esposa do cantor. Oscar Magrini o braço direito do cantor. Patrícia Naves a mãe. 

Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 17 de junho de 2019

O Caso Makropulos

Assisti a ópera O Caso Makropulos de Leoš Janáček no Theatro São Pedro. O compositor é tcheco e é uma obra interessantíssima baseado no texto cômico de outro autor tcheco,  Karel Capek. A direção cênica é de André-Heller Lopes e a direção musical e regência de Ira Levin. Toda a ópera foi para reverenciar a maravilhosa soprano Eliane Coelho. Absurdamente impressionante! Ela fica praticamente o tempo todo no palco, destrinchando a trama policial.
Fotos de Helena Bortz
Começa em um escritório, é uma questão de herança. A burocracia nos é muito familiar. Os cantores são: Eric Herrero, Vinicius Atique, Michel de Souza, Daniel Umbelino, Luisa  Francesconi, Giovanni  Tristacci, Mauro Wrona, Anderson Barbosa, Nathalia Serrano e Fernanda Nagashima. Ainda terão récitas até o dia 23 de junho. Teaser da ópera no Facebook.




Beijos,
Pedrita

domingo, 16 de junho de 2019

A Floresta de Pigmeus de Isabel Allende

Terminei de ler A Floresta de Pigmeus (2004) de Isabel Allende da Bertrand Brasil. Eu queria muito ler esse livro, achei em um sebo. É o último da trilogia As Aventuras da Águia e do Jaguar. Os anteriores eu comentei aqui: A Cidade e a as Feras e O Reino do Dragão de Ouro.

O marcador de livro é de couro e do Peru. A autora nasceu no Peru, mas é considerada chilena por ter ido logo morar no Chile. Mas por viver nos Estados Unidos também é considerada americana. Os pintores da postagem são chilenos.
Obra Painel Floresta Mágica de Enrique Rodriguez

Agora a jornalista Kate é designada  pela International Geographic a fazer uma matéria na floresta africana. Ela diz que só pode ir com o neto e a amiga. Eles seguem então para uma aventura. Lá conhecem uma aviadora até que um missionário pede que essa aviadora o leve ao meio da floresta para resgatar dois missionários desaparecidos.

Obra O Rei do Bosque (1982) de Patricio de la O 

Antes da obra começar a autora fala do seu compromisso com as florestas. É perceptível na obra, em meio as aventuras, o cuidado com os animais, as florestas e as pessoas. E Isabel Allende escreve muito bem aventuras. Gosto muito de toda a trilogia.

Obra Reconstruindo pela Água (2016) de Alejandro Escribano

A autora é muito irônica. O tempo todo ela questiona o missionário e a não aceitação as crenças das aldeias e sobre a arte também. 

Trecho de A Floresta de Pigmeus de Isabel Allende:

"Para Kate, formada na sobriedade de uma igreja protestante, o culto católico parecia tão pitoresco quanto as cerimônias religiosas dos povos africanos.
-Eu também tenho um amuleto, mas não creio que ele seja capaz de me salvar dos dentes de um crocodilo - disse Angie, mostrando sua bolsinha de couro.
-Não compare seu fetiche de bruxaria com um escapulário! -irmão Fernando protestou, ofendido.
-Qual é a diferença? - Alexander perguntou com muito interesse.
- O primeiro representa o poder de Criso, o segundo é uma superstição pagã.
- Às nossas crenças chamamos de religião, às dos outros, superstição - Kate comentou.
Sempre que surgisse uma oportunidade, ela repetia essa frase em presença de seu neto, para que ele aprendesse a respeitar as culturas diferentes da sua. Outras frases favoritas de Kate eram as seguintes: "Falamos um idioma, os outros falam dialetos"; "O que os brancos fazem é arte, mas o que as pessoas de outras raças fazem é artesanato"."


Beijos,
Pedrita