Eu conhecia muito pouco da história de Galileu Galilei. É tão rica, tão pouco heroica, era um homem genial, humano e imperfeito. E são as imperfeições que tanto me fascinaram. Galileu queria que entendessem as suas descobertas, dizia que não era ele que tinha descoberto e sim o telescópio, esse recém descoberto. Incrível como a época lembra tempos obscuros de agora. A igreja não aceita que o sol fica parado e não a terra, porque isso mexeria com as teorias de onde Deus ficaria. A inquisição então o interroga e Galileu, com medo dos instrumentos, aceita renegar tudo. E é esse ato inteligente que faz com que ele possa escrever escondido outras descobertas e a humanidade aprender mais ainda com ele. O seu ato de "covardia" é que nos permite tê-lo mais um pouco vivo na terra e pesquisando escondido. Esse tema das consequências de atos que fazemos já esteve em um outro trabalho da Denise Fraga, no filme Hoje, que comentei aqui. De termos que viver anos após fazermos algo que nos envergonhamos. É um tema recorrente, fico curiosa em saber porque a Denise Fraga gosta de estudar esse tema.
Fotos de João Caldas.
Fotos de João Caldas.
A montagem é impecável. Cenários de Márcio Medina, figurinos de Marina Reis. Há músicas, atualizações. Há momentos que a Denise Fraga se despe do Galileu e conta histórias. Tudo muito inteligente. Belíssimo espetáculo. O elenco também é excelente: Ary França, Rodrigo Pandolfo, Lúcia Romano, Maristela Chelala, Vanderlei Bernardino, Jackie Obrigon, Luís Mármora, Silvio Restiffe e Théo Werneck, que também assina a trilha sonora com Lincoln Antônio. Galileu Galilei fica em cartaz até 30 de agosto.
Beijos,
Pedrita