sábado, 1 de junho de 2024

A Metade de Nós

Assisti no cinema A Metade de Nós (2024) de Flávio Botelho. Eu queria muito ver esse filme desde que vi o cartaz. Sou fã do trabalho da Denise Weinberg. Ela e Cacá Amaral estão gigantes no filme. 

Só depois que li a temática e mesmo sabendo que não seria um filme fácil, continuei querendo assistir, ainda bem, porque é um delicado e sensível filme sobre os que ficam após o suicídio de um familiar. Li que o diretor pensou em fazer o filme após o suicídio de sua irmã. Foram dez anos até o filme estrear. Ele escolheu como personagens os pais de um jovem que se suicida. O filme começa com os pais indo ao psiquiatra do filho tentando entender o que aconteceu.
Como acontece em tragédias, as pessoas sofrem profundas mudanças e não é diferente com esse casal. O pai chora muito, bebe, quer falar no assunto, ver fotos e vídeos do filho, mergulhar em seu universo. A mãe quer o silêncio e fica com a raiva. Apesar de tudo o casal é harmonioso. Em alguns momentos percebemos que eram próximos do filho e entre eles. Com esse descompasso dos dois, o marido resolve ir viver onde era o apartamento que o filho morava. A esposa fica com o cachorro do filho. Parecia que o cachorro era da atriz tanto que ficava perto dela. É linda demais a cena final, com os dois em maior harmonia e menor dor, viajando para uma cachoeira onde o filho amava ir.

Eu sempre tenho uma curiosidade enorme de ver os bastidores dos projetos. Em caso de filmes de baixo orçamento, de saber das locações, escolhas. As principais locações desse filme são uma bela casa e um apartamento. Claramente a casa foi emprestada porque é bem funcional. E o apartamento que o filho vivia e era artista plástico. Parece mesmo que é um ateliê de algum artista. Alguns outros que aparecem no elenco são Kelner Macêdo, Clarice Niskier e Henrique Schafer.
O Brasil tem realizado muitos filmes sensíveis sobre o suicídio. O contundente Por que você não chora? e o documentário Elena, onde a irmã tenta refazer os caminhos da que se foi.
Eu assisti A Metade de Nós no Espaço Augusta, que resiste bravamente. Volte e meia de movimentos para que não seja derrubado ou finalizado. Os cinemas da Augusta são os meus preferidos em São Paulo. Quantas memórias! Fui a inúmeras estreias, com debates no final, onde pude conhecer muitos cineastas. Sempre fico emocionada quando estou lá! E agora com a tentativa de destruir esse local tão precioso, fiquei mais emocionada ainda. Que resista!
 
Beijos,
Pedrita

quinta-feira, 30 de maio de 2024

Integrais

Ouvi o álbum Integrais (2024) de Edelton Gloeden no Spotify. Eu tinha visto o  recital de lançamento e adorado. Agora ouvi com calma todas as obras, belíssimas!! Que trabalho! Que interpretação! Que violonista! O álbum foi gravado pelo Selo Sesc com primor. São duas horas e meia de músicas belíssimas! Eu já tinha comentado essa linda capa feita pelo artista plástico Marcelo Guimarães Lima.

Eu adoro as obras do Guerra-Peixe e o álbum tem várias dele. Incríveis as Lúdicas, intensas, diferentes, e que interpretação. Acho que Edelton Gloeden é tão fã do compositor que eu. É audível a paixão no tocar. Gosto muito dos Prelúdios também.

Foto de Ricardo Ferreira

1. César Guerra-Peixe (1914-93) – Sonata – I. Allegro (1969)

2. César Guerra-Peixe (1914-93) – Sonata – II. Larguetto (1969)

3. César Guerra-Peixe (1914-93) – Sonata – III. Vivacissimo (1969)

4. César Guerra-Peixe (1914-93) – Prelúdios – I. Lua Cheia (1968)

5. César Guerra-Peixe (1914-93) – Prelúdios – II. Isocronia (1975)

6. César Guerra-Peixe (1914-93) – Prelúdios – III. Dança Fantástica (1970)

7. César Guerra-Peixe (1914-93) – Prelúdios – IV. Canto do Mar (1970)

8. César Guerra-Peixe (1914-93) – Prelúdios – V. Ponteado Nordestino (1966)

9. César Guerra-Peixe (1914-93) – Suíte – I. Ponteado (1946)

10. César Guerra-Peixe (1914-93) – Suíte – II. Acalanto (1946)

11. César Guerra-Peixe (1914-93) – Suíte – III. Chôro (1946)

12. César Guerra-Peixe (1914-93) – Lúdicas – I. Fantasieta (1980)

13. César Guerra-Peixe (1914-93) – Lúdicas – II. Dança Negra (1980)

14. César Guerra-Peixe (1914-93) – Lúdicas – III. Organum Acompanhado (1980)

15. César Guerra-Peixe (1914-93) – Lúdicas – IV. Berimbau (1980)

16. César Guerra-Peixe (1914-93) – Lúdicas – V. Modinha (1980)

17. César Guerra-Peixe (1914-93) – Lúdicas – VI. Ponteado com Ligaduras (1980)

18. César Guerra-Peixe (1914-93) – Lúdicas – VII. Diálogo (1980)

19. César Guerra-Peixe (1914-93) – Lúdicas – VIII. Diferencias Brasileñas (1980)

20. César Guerra-Peixe (1914-93) – Lúdicas – IX. Notas Repetidas (1980)

21. César Guerra-Peixe (1914-93) – Lúdicas – X. Urbana (1980)

22. César Guerra-Peixe (1914-93) – Caderno de Mariza – I. Entrada / II. Violão a Bordo / III. Caprichosa / IV. O Menino da Congada (1983)

23. César Guerra-Peixe (1914-93) – Breves – I. Prelúdio Alegre / Breve Cantiga / Em Cinco Tempos (1981)

24. César Guerra-Peixe (1914-93) – Breves – II. Ligaduras / Harmônicos Naturais / Arpejando (1981)

25. César Guerra-Peixe (1914-93) – Breves – III. Quatro Ligadas / Imperial / Repetidas (1981)

26. César Guerra-Peixe (1914-93) – Breves – IV. Uníssono / Segundas / Terças (1981)

27. César Guerra-Peixe (1914-93) – Breves – V. Quartas / Quintas / Sextas (1981)

28. César Guerra-Peixe (1914-93) – Breves – VI. Sétimas / Oitavas / Sucessivas (1981)

29. César Guerra-Peixe (1914-93) – Peixinhos da Guiné (1984)

A primeira parte tem obras mais recentes, inclusive uma de 2019, de Edino Krieger, Bela Luna. Dele eu adorei Prelúdio, que linda obra, não canso de ouvir. A Ritmata é bem conhecida e instigante. Adoro Claudio Santoro e Camargo Guarnieri, são muito bonitas as obras. A Valsa-Choro nº 1 de Camargo Guarnieri emociona. Igualmente interessantes as de Osvaldo Lacerda. O incrível álbum está disponível nas plataformas.


1. Edino Krieger (1928-2022) – Romanceiro (1984)

2. Edino Krieger (1928-2022) –  Ritmata (1974)

3. Edino Krieger (1928-2022) – Prelúdio (1955)

4. Edino Krieger (1928-2022) – Alternâncias (2008)

5. Edino Krieger (1928-2022) – Passacalha para Fred Schneiter (2002)

6. Edino Krieger (1928-2022) – A Bela Luna (2019)

7. Mozart Camargo Guarnieri (1907-93) – Ponteio (1944)

8. Mozart Camargo Guarnieri (1907-93) – Valsa-chôro nº 1 (1954)

9. Mozart Camargo Guarnieri (1907-93) – Estudo nº 1 (1958)

10. Mozart Camargo Guarnieri (1907-93) – Estudo nº 2 (1982)

11. Mozart Camargo Guarnieri (1907-93) – Estudo nº 3 (1982)

12. Mozart Camargo Guarnieri (1907-93) – Valsa-chôro nº 2 (1986)

13. Claudio Santoro (1919-89) – Prelúdios – I. Tempo libero (1982)

14. Claudio Santoro (1919-89) – Prelúdios – II. Moderato (1982)

15. Claudio Santoro (1919-89) – Estudo nº 3 (1982)

16. Claudio Santoro (1919-89) – Fantasia Sul América (1983)

17. Osvaldo Lacerda (1927-2011) – Ponteio (1959)

18. Osvaldo Lacerda (1927-2011) – Moda Paulista (1961)

19. Osvaldo Lacerda (1927-2011) – Valsa (1961)

Beijos,
Pedrita

terça-feira, 28 de maio de 2024

O Mistério do Selo do Dragão

Assisti O Mistério do Selo do Dragão (2019) de Oleg Stepchenko no TelecinePlay. No Brasil está com o nome do Máscara de Ferro, sim, tem um máscara de ferro no filme, mas ele aparece pouco. Eu vi com esse nome no TelecinePremium, fui na busca no Now e encontrei incluso no meu pacote. É um filme muito framboesa de ouro, mais tosco impossível. O filme é uma coprodução entre Rússia, China e Estados Unidos.

Isso mesmo, Arnold Schwarzenegger e Jackie Chan. Inclusive Arnold é produtor executivo do filme. Quiseram unir os dois e criaram esse roteiro muito, mas muito surreal. Começa em uma prisão na Europa. É muito tosco. O chefe é o personagem do Schwarzenegger. Ele promove lutas, quem conseguir lutar e subir uma escada está livre. Uma bobagem sem tamanho. São bobas demais as lutas e intermináveis. Lá no fundo da masmorra que está o Máscara de Ferro e o Jackie Chan, que seria um grande líder da China. O Máscara é o Czar e é Juri Andrejewitsch Kolokolnikow. Ele é tão importante na trama que nem foto tem.
O filme melhora consideravelmente quando chega na China. Uns vão de barco, outros por terra, devem ter levado um ano pra chegar lá, mas no filme é rapidinho. Umas três noites e chegam. A trama fica interessante. Junto com o líder na prisão na Europa estava a princesa chinesa que consegue fugir. 

Ela se une aos camponeses pra derrotar a falsa princesa. Ela é a linda Xingtong Yao. Alguns outros do elenco são Jason Flemyng, Anna Churina, Charles Dance e Li Ma.



Beijos,
Pedrita