Obra de Ismail Shammut
Quando Richard Zimler vai participar de um evento conhece uma mulher que se mata no dia seguinte. Ele conhece ela muito rapidamente e ela diz ter lido o livro dele O Último Cabalista de Lisboa. Ele fica muito chocado com o suicídio, ele não tem certeza, mas tudo indica que foi um suicídio e começa e tentar saber um pouco mais dessa mulher. Desse fato então começa À Procura de Sana e uma mistura de ficção e realidade. Conhece então Helena, e é ela que começa a contar um pouco a história dessa mulher. São histórias cheias de mistérios e segredos já que elas nasceram em uma região de muitos conflitos. O tempo todo ficamos na dúvida se realmente o que contam a ele é como aconteceu, porque os segredos é que protegem as pessoas. O fato do Richard Zimler ser judeu, dá muita propriedade a obra. É um judeu falando de palestinos, de violência, contando a história dessas duas mulheres pelo olhos de quem procura. Ele não conta como um judeu, e sim como o relatam, mas o fato dele ser judeu, fortalece a narrativa, já que o interesse dele é tentar entender um pouco o que pode ter acontecido e não de fazer uma apologia a qualquer conflito. Em meio as investigações acontece o ataque a 11 de setembro, o que dificulta muito obter informações, já que aqueles com quem Zimler falava precisam sumir por uns tempos por segurança, mesmo que não estivessem envolvidos, só por serem palestinos.
Obra Paisagem sobre a Lua de Jumana El Husseini
À Procura de Sana é um livro muito triste e dramático. Essas duas amigas passaram maus bocados com a violência a seu povo. Helena, amiga de Sana, acha que não é possível acordos de paz, e com a leitura do livro essa sensação fica bem forte. Há muita intolerância em todos, muito ódio. O que a família de Sana passa é aterrorizador. A violência com a sua mãe e com o seu irmão especial é assustador. Raramente e família é avisada que algum parente foi preso, ele simplesmente desaparece. Basta alguma denúncia, com fundamento ou não, para uma pessoa ser presa, torturada e massacrada. E o ódio vai se expandindo. Os judeus também sofrem com os ataques e a violência, mas o ódio que alguns policiais usam contra palestinos suspeitos é revoltante.
Obra de Sliman Mansour
Em vários relatos fica clara a angústia dos palestinos de não poderem viver em suas terras. Na infância a família dessas mulheres precisa sair de onde vivem. E voltam clandestinamente. Uma família consegue os documentos para se fixar, a outra não. Depois, por questões de segurança, alguns precisam viver em outros países, mas sempre falam do desejo de voltar, de viver entre os seus.
Todos os pintores do post são palestinos.
Beijos,
Pedrita