quinta-feira, 25 de março de 2010

JK

Assisti em DVD a minissérie JK (2006) de Maria Adelaide Amaral e Alcides Nogueira. A direção é de Dennis Carvalho. A minha mãe me emprestou e vinha assistindo há um tempo. São 5 primorosos DVDs contando esse importante período histórico brasileiro antes mesmo do Juscelino Kubitschek ficar conhecido no próprio Brasil. Gostei muito, a produção é impecável, passa por várias décadas o que demandam muitos estilo de moda diferentes. Gostei muito dos dois atores que interpretaram JK, José Wilker e Wagner Moura e também das duas atrizes que interpretaram a esposa de JK, Sara, Marília Pêra e Débora Fallabela.

JK foi um brilhante médico, mesmo de origem humilde, ele conseguiu estudar, trabalhando à noite no telégrafo para se sustentar e pagar os estudos. JK sempre foi um homem obstinado, que parecia gostar muito de dinheiro, não por ser um homem ganancioso, mas por ser um homem ambicioso. Acho que se apaixonou realmente pela Sara, mas acho que ele não olharia para uma mulher mau vestida, sem elegância, ele sempre gostou de tudo o que era bom. A minissérie transformou JK em herói e acho que é um dos poucos pecados dessa obra. Seus feitos e tudo o que passou já eram suficientes para admirar essa personalidade, mas ele tinha defeitos também e seu desejo de fazer muito, fazia ele exagerar em obras em seus governos desde o início. Ainda tentaram minimizar as traições de JK em uma única amante, quando no mínimo foram três. E tentaram romantizar demais a traição para não turvar a imagem de JK e ficou forçado. 

Esse olhar exagerado já fica claro quando ele congela o noivado e vai pratica-mente sem dinheiro a Paris e faz uma viagem enorme, inclusive nas pirâmides do Egito. Ele nunca se contentava com pouco nem quando não tinha dinheiro. Não seria diferente com Brasília. Havia na constituição a mudança da capital federal que JK fez questão de construir. É uma bela cidade, com belas arquiteturas, promoveram excesso de dívidas ao Brasil, mas eu ainda acho que não foi uma boa ideia levar os políticos tão longe dos eleitores. Sempre que falam que deveríamos cobrar quem votamos eu penso como, se eles ficam tão distantes. E também o fato deles ficarem mais só entre eles, sem o convívio com a maioria da população, os deixa livres demais e acabam achando tudo normal, já que todo o grupo age da mesma forma. Se estivessem em uma cidade que tivesse uma vida além da política, nas ruas poderiam ser abordados e questionados, o que seria bem melhor.

Gostei de algumas histórias paralelas, outras nem tanto. Acho importante haver ficção mesclada com a realidade porque mostra o momento político em que estavam inseridos, dando contexto. No início o Coronel Licurgo, interpretado pelo masgistral Luís Melo, mostra como os coronéis decidiam em quem seria votado e ganhar, mas depois exageraram um pouco em sua história, bem como a da Salomé, interpretada pela Deborah Evelyn

Como a minissérie passa em vários períodos e estados, há muitas perso-nalidades históricas, o elenco é enorme e excelente. Eu não conhecia o poeta Augusto Schmidt, um dos grandes personagens dessa minissérie interpretado magistralmente pelo Antonio Calloni. Sua bela esposa foi interpretada pela ótima Alessandra Negrini. Gostei muito também do elenco da pensão, a dona da pensão é a maravilhosa Nathalia Timberg, uma mulher nobre, que teve muito dinheiro, mas para sobreviver monta uma pensão em sua casa enorme e luxuosa, como muitos ricos na época. Na pensão circulam jornalistas e principalmente atores e cantores que cantavam em casas noturnas, depois no rádio e em seguida na televisão. Nesse elenco estão: Débora Bloch, Camila Morgado, Claudia Netto, Ana Carbatti, Patrícia Werneck, Domingos Meira, Betty Goffman e Lucci Ferreira.

A caracte-rização e inter-pretação dos persona-gens históricos estavam incríveis, alguns deles foram: Carlos Lacerda (José de Abreu),  José Maria Alckmin (Paulo Betti e Ranieri Gonzales), Oscar Niemeyer (Rodrigo Penna), as filhas de JK (Samara Fellipo e Andréia Horta), a mãe de JK (Júlia Lemmertz e Ariclê Peres), a irmã de JK (Denise Del Vecchio e Juliana Mesquita).

O elenco primoroso continua: Letícia Sabatella, Hugo Carvana, Caco Ciocler, Dan Stulbach, Cássia Kiss, Paulo Goulart, Xuxa Lopes, Guilhermina Guinle, Otávio Augusto, Mila Moreira, Paulo Nigro, Regina Braga, Dudu Azevedo, Tato Gabus Mendes, Cássio Gabus Mendes, Mariana Ximenes, André Frateschi, Sérgio Viotti, Mateus Solano, Bukassa Kabengele e Louise Cardoso

Youtube: JK



From Mata Hari e 007
Beijos,
Pedrita

terça-feira, 23 de março de 2010

O Corajoso Ratinho Despereaux

Assisti O Corajoso Ratinho Despereaux (2008) de Sam Fell e Robert Stevenhagen. Eu procurava um filme pra ver e me deparei com essa animação que nunca tinha ouvido falar. Logo no começo aparece um ratinho e que ele falava de uma sopa, achei que seria mais um daqueles filmes que seguem atrás de um grande sucesso e são filmes irmãos, nem sempre talentosos como o original. Me enganei redondamente e descobri uma animação com um roteiro surpreendente. Não conheço a escritora do livro que originou esse filme, Kate DiCamillo. O roteiro tem tanta profundidade que fiquei arrepiada.

 O roteiro aborda muitas questões importantes como perdão, tolerância, precon-ceito, vingança, ódio, maldade, bondade, pobreza. Me emocionei várias vezes. Há várias histórias interligadas. A ratazana que mora em um barco e vai provar a famosa sopa. O ratinho que tem problemas com seu grupo social porque não tem medo. A empregada que é menosprezada pela princesa. Uma princesa que tem todos os lados, bons e ruins. São tantas questões que achei muito importante para as crianças. Não é um filme fácil, não é de absorção fácil e nem é previsível. Não tem um formato tradicional das animações atuais, mas é muito rico em detalhes, significados e ideias. Há muito o que debater depois de assistir O Corajoso Ratinho Despereaux.

Youtube: The Tale of Despereaux - Trailer HD



From Mata Hari e 007
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Pedrita

segunda-feira, 22 de março de 2010

Histórias de Amor Duram Apenas 90 Minutos

Assisti no cinema ao filme Histórias de Amor Duram Apenas 90 Minutos de Paulo Halm. Tinha lido várias entrevistas sobre o filme com o Caio Blat e queria muito ver. Gosto muito também da Maria Ribeiro. Gostei demais do filme. É sobre esses jovens, não mais tão jovens, que não amadurecem. Nosso protagonista tem 30 anos, mora há uns cinco com a namorada, vive do dinheiro que a mãe deixou pra ele que o pai controla, enfim, vive de mesada. Se diz escritor, mas nunca saiu da página 50 do livro e parece que nunca vai sair. Finge ficar em frente a tela branca como se estivesse escrevendo, enganando a quem aos 30 anos? Não tenta nem conseguir algum trabalho remunerado enquanto não tem inspiração para escrever o livro. Apesar dele estar estagnado, ele não parece se incomodar em viver de mesada e só pensar em questões adolescentes de afetividade.

Nas relações afetivas também se comporta como um adolescente. Faz uma confusão afetiva com a namorada e uma moça que é amiga dela. Se ao menos ele escrevesse essa experiência, mas não, deixa a vida passar. A namorada já é batalhadora, trabalha, estuda. Gostei muito das tomadas de câmeras e de várias questões subliminares que são apresentadas como as citações a Rubem Fonseca, que todo escritor parece querer copiar seus textos, ainda mais os jovens sem inspiração.

Gostei muito da atriz argentina que completa o triângulo, Luz Cipriota. O pai do nosso protagonista é interpretado pelo incrível Daniel Dantas, o personagem é um homem frustrado, solitário, que vê no filho a possibilidade de ser escritor que ele não teve por falta de aptidão. Gostei muito também da trilha sonora de André Moraes e a canção tema interpretada por Caetano Veloso. A ótima fotografia é de Nonato Estrela.

Youtube: Trailer: Histórias de amor duram apenas 90 minutos



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Pedrita

domingo, 21 de março de 2010

Nelson Freire

Fui ao concerto de Abertura do Ano Chopin no Brasil com Nelson Freire na Sala São Paulo. Teatro lotado, os lugares foram disputa-díssimos, inclusive com muitos represen-tantes da Polônia, onde nasceu Chopin. A Filarmônica Brasileira, orquestra de Ribeirão Preto, sob a regência de Cláudio Cruz tocou inicialmente o Hino da Polônia e o Hino Brasileiro. Depois interpretaram de Mendelssohn-Bartholdy, a Sinfonia nº 5 em Ré Menor, ”A Reforma “. Depois do intervalo, tocaram com o maravilhoso pianista Nelson Freire o Concerto nº 2 para piano e orquestra. Simplesmente maravilhoso! A realização foi da Sociedade Chopin do Brasil e da Sociedade Cultura Artística. Um concerto histórico em homenagem a esse sublime compositor Chopin


As programações do Ano Chopin 2010 acontecem no mundo todo, há um site com a programação de todo o mundo, incluindo essa do Brasil. Nelson Freire vai inclusive tocar na abertura do Concurso de Piano na Polônia com Martha Argerich. Fiquei muito emocionada de participar desse momento histórico aqui no Brasil.




Youtube: NELSON FREIRE Chopin Scherzo No.2 in B flat minor Op.31





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Beijos,
Pedrita