Assisti no cinema
O Leitor (2008) de
Stephen Daldry. Uma co-produção entre
Estados Unidos e
Alemanha. De todos os filmes que concorrem ao
Oscar esse era o que mais queria ver, mas é o que está em menor número de salas, mesmo tendo estreado nessa sexta-feira. Eu e minha mãe acabamos indo no
Cinemark do
Shopping Eldorado. Eu adoro a
Kate Winslet, ela é uma grande atriz, entre as minhas preferidas.
Kate Winslet ganhou por esse filme
Globo de Ouro de
Melhor Atriz Coadjuvante e concorre ao
Oscar de
Melhor Atriz. Não entendi porque o
Globo de Ouro colocou a atriz na categoria de
Atriz Coadjuvante já que ela é a protagonista do filme. Falei para o
007 não perder e ele disse o mesmo que eu, que é o que mais quer ver dos filmes que concorrem ao
Oscar.
O Leitor é maravilhoso! Tem uma trama complexa, com temas tabus.
O Leitor é baseado no livro de
Bernhard Schlink que quero muito ler agora.
Vou falar detalhes do filme! Gostei do início de conhecermos a delicadeza e cuidados dessa mulher. Nos afeiçoamos a ela, e só depois que conhecemos o seu passado.
O Leitor fala exatamente dessa questão do julgamento. Do quanto nos achamos no direito de julgar e condenar outro ser humano, como se fôssemos melhor do que eles, e não percebendo que nos igualamos a eles. Não que devemos perdoar pecados, que sim devam ser julgados e condenados, mas não de forma parcial. Há conversas nas aulas de direito que entram em todas essas questões tabus. Que foram milhares de campos de concentração na Europa, 8 mil funcionários. Como podemos condenar funcionários que tinham um emprego e agiam sob ordens? Muitos de nós nos recusaríamos, mas não acho que seria a demissão que eles sofreriam se negando a um trabalho. Muito provavelmente o funcionário passaria a ser um "hóspede" do campo sofrendo tudo como todos os outros. E muitos podem ter se silenciado aos horrores que inclusive eram obrigados a praticar para não se tornar um desertor e morador do campo. Haviam milhares de carrascos, monstros que se divertiam de modo sádico com o poder sob aquelas pessoas que julgavam inferiores. Mas devia haver um número muito maior de outras vítimas desse sistema horroroso que só cumpriam as sórdidas ordens. É muito irônico quando 40 anos depois um homem vai na casa de um judeu que conseguiu enriquecer novamente e muito, que vive muito confortável, enquanto muitos desses funcionários continuaram vivendo com muito pouco, em situações muito precárias e marginalizados. Não que as pessoas não mereçam superar suas dores e viver dignamente, viver financeiramente muito bem. Mas todos aqueles que não puderam esconder o seu passado por serem pobres, talvez viveram a margem da sociedade.
Outra questão que é abordada é o direito de alguém de não revelar o seu segredo. O rapaz leva ao professor de direito que tem uma informação que liberará a ré da condenação maior. O professor diz que ele tem um direito moral em falar isso no tribunal, mas o rapaz diz que a ré não quer revelar a vergonha do seu segredo. O direito individual de um ser humano de arcar com as consequências, do seu silêncio. A escolha de cada um e o quanto nós temos ou não o direito de intervir.
O rapaz trabalha maravilhosamente e é interpretado pelo David Kross. Kate Wislet interpreta todas as fases do seu personagem. A maquiagem só segue no seu envelhecimento. David Kross já é substituído na idade adulta pelo ator Ralph Fiennes. Alguns outros do elenco são: Bruno Ganz, Susanne Lothar, Ludwig Blochberger, Jonas Jägermeyr, Lena Olin e Kirsten Block.
Beijos,
Pedrita