sábado, 15 de outubro de 2011

O Homem Invisível

Assisti O Homem Invisível (1933) de James Whale no Telecine Cult. O canal colocou na programação vários desses filmes, tinha inclusive dúvida se já tinha visto esse. Eu adoro filmes desse gênero, adoro ver esses primeiros que inspiraram outros, então acabei vendo alguns e não lembro quais. Esse é fantástico. O que mais me agradou é que O Homem Invisível já aparece logo no início, na verdade no início. Muita neve, um homem caminhando na neve, chega em uma taberna, pede um quarto e lá já vemos que ele não tem a parte debaixo do rosto. O Homem Invisível é baseado no livro de H. G. Wells.

Pelo filme ser bastante antigo as interpretações são bem exacerbadas como nos filmes mudos. As cenas cômicas também são engraçadas, um pouco tragicômicas.  No elenco estão Claude Rains, Gloria Stuart e William Harrigan.


Beijos,
Pedrita

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Lunar

Assisti Lunar (2008) de Duncan Jones na HBO Plus. Eu procurava na grade de programação pelo controle remoto o que assistir. Olhei o nome desse filme, li pouco da sinopse, elenco e diretor, continuei na dúvida. Vi na internet que é um filme do Reino Unido, resolvi assistir. Eu gosto bastante de ficção científica e gostei bastante de Lunar, me surpreendi. Logo no início o astronauta fala com um robô e fiquei com receio de copiar o famoso Hal, mas não é. Nosso protagonista trabalha na lua. Ele acompanha a extração de um minério, quando fica pronto tem que enviar a terra.

O trabalho dele está prestes a acabar. Ele ficou três anos na lua, faltam alguns dias e outro irá chegar para substituí-lo.O resto é bom descobrir. Lunar surpreende o tempo todo, tem um roteiro incrível, debate questões incríveis, gostei muito. O filme é praticamente o tempo todo só o nosso protagonista interpretado incrivelmente por  Sam Rockwell, eu gosto demais desse ator. Os outros personagens que vemos são em vídeos, da comunicação da base. O filme todo passa nessa base na lua. Outros do elenco são:  Kevin Spacey (voz),  a bela Dominique McElligott e  Kaya Scodelario. Lunar ganhou vários prêmios em vários festival. Duncan Jones ganhou BAFTA de diretor iniciante, merecidamente.

Beijos,
Pedrita

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Grandes Poetas, Grandes Canções - Manuel Bandeira

Assisti ao recital Grandes Poetas, Grandes Canções - Manuel Bandeira na Biblioteca Mário de Andrade. Esse foi o segundo recital do projeto e como perceberam as composições eram de poemas de Manuel Bandeira. Inicialmente a compositora Kilza Setti fez uma palestra, ela comentou que quando foi convidada para fazer a curadoria literária do projeto, foi orientada a escolher palestrantes que tivessem alguma ligação com a música, portanto a palestra dela não ia ser um estudo literário de Manuel Bandeira e sim musical. Gostei muito! Ela mostrou inclusive em áudio duas composições do poema Estrela da Vida Inteira. um de Almeida Prado. E Adélia Issa interpretou um terceiro da Kilza Setti, tendo ao piano outro incrível músico, Ricardo Ballestero. Gostei demais de ver possibilidades tão diferentes sob um mesmo poema. Adélia Issa interpretou duas obras para canto e flauta de Camargo Guarnieri, Acalanto e Cunhantã, com a ótima flautista Cássia Carrascosa .
Essa foto é de João Pires.

Gostei bastante também do tenor Luiz Tenaglia, entre o que ele cantou estava a versão de Azulão composta por Camargo Guarnieri. Ele é brasileiro e vive na Suécia. O repertório era muito bonito como as obras que já mencionei. Nesse recital, os belíssimos poemas de Manuel Bandeira ainda foram compostos por César Guerra Peixe, Antonio Tavares Ribeiro, Helza Camêu, Marlos Nobre, Jayme Ovalle, Frutuoso Vianna e Franscisco Mignone. Como comentei essa série acontece gratuitamente todos os sábados no mês de outubro.


CÉSAR GUERRA PEIXE - Vou-me embora pra Pasárgada
           (1914-1993)


KILZA SETTI - A estrela
      (1932)


CAMARGO GUARNIERI  - Desafio (canto, piano e flauta)
            (1907-1993)           - Duas canções para canto e flauta
                                                  - Acalanto
                                                  - Cunhantã

HELZA CAMÊU -  Desencanto
   (1903-1995)

                                                                                                                     
ANTONIO TAVARES RIBEIRO - Belo, Belo
                     (1971)


CAMARGO GUARNIERI - Azulão
                                           - És na minha vida
                                             Dona Janaína


JAYME OVALLE - Modinha
         (1894-1955)


MARLOS NOBRE - Boca de forno
         (1939)


FRUTUOSO VIANNA - Canção da Jamaica
       (1896-1976)              


FRANCISCO MIGNONE  -  Quatro Líricas
      (1897-1986)                         - Berimbau
                                                   - Solau do Desamado    
                                                  - Pousa a mão na minha testa
                                                   - Desafio (em duo)

Fiquei muito feliz que acabaram surgindo vídeos do recital antes de eu postar no blog, então algo que é raro, vou dessa vez colocar exatamente vídeos com trechos dessa apresentação.



Beijos,
Pedrita

terça-feira, 11 de outubro de 2011

AVPD

Fui a exposição AVPD na Galeria Leme. Recentemente a Anamaria do blog Simplesmente Anamaria comentou se eu ia em exposições de artes plásticas. Não por ela, mas eu me senti em débito com essa expressão artística que realmente é a que menos vejo. Fiquei atenta então para diminuir essa falta e me deparei sem querer com essa galeria.


Essa mostra é dos irmãos dinamarqueses Aslak Vibæk e Peter Dossing. As obras provocam várias imagens com ilusão de ótica, pelos reflexos. Essa exposição é gratuita  vai até o dia 12 de novembro. É a última exposição desse espaço. A Galeria Leme está em um quarteirão que está sendo construído um prédio, ela será a última a ser demolida. A outra já está em construção e será pelo mesmo arquiteto Paulo Mendes da Rocha.

Beijos,

Pedrita

domingo, 9 de outubro de 2011

O Continente

Terminei de ler O Continente (1949) de Érico Veríssimo. Como perceberam fiquei meses degustando essa maravilha que é a primeira parte de O Tempo e O Vento. Eu comprei O Continente em um sebo. É um livro que foi dado pela filha a um pai de presente e está lá a dedicatória datada em 1949, bem que minha amiga comentou que possivelmente seria a primeira edição da obra, acho que ela tinha razão, é a mesma data do lançamento. O que tenho é da Editora Globo. As páginas nem estavam amareladas, estavam quase marrom. Já estou com os seguintes,  O Retrato e O Arquipélago, em uma edição bem mais recente que peguei emprestado da minha mãe. Não devo ler na sequência. Vou ler outras obras no meio antes. Eu sou fascinada por Érico Veríssimo, adoro obras extensas onde acompanhamos a história de uma família. Eu havia visto a minissérie que saiu em DVD e comentei aqui. Além da minissérie reduzir um pouco o DVD tirou uma parte bem grande de O Continente que era interpretado pela Lilian Lemmertz como Bibiana e Carla Camuratti como Luzia. Embora adore Érico Veríssimo foi a minissérie que me instigou em ir atrás de todos os livros de O Tempo e o Vento.

Obra Capão de Oscar Boeira

O DVD começa com Ana Terra, mas O Continente começa muito antes. Há várias capítulos em uma tribo indígena. Trecho das Missões. Depois que Ana Terra passa por muitos dissabores, ela resolve ir com um grupo para um povoado que está sendo formado. Nós estudamos na escola os conflitos no Rio Grande do Sul, mas eu particularmente só tive a dimensão das sucessivas guerras com O Continente. Eles guardavam fatos e os mencionavam definindo em que guerra que aconteceu. Foram anos e anos de guerras, mortes. Gerações e gerações que as mulheres perdiam seus pais, irmãos, filhos, netos e gerações seguintes. O Continente começa exatamente como o DVD, com O Sobrado. Depois entre a trama o conflito no Sobrado volta. É fascinante ver que no início mal temos simpatia pelos personagens, assim que vamos conhecendo a história deles e dos familiares, o sofrimento da família no Sobrado parece mais próximo.

No meio da obra tem o livro mais conhecido de O Tempo e o Vento, Um Certo Capitão Rodrigo, que eu não precisei ler nas folhas marrons de letras muito miúdas e sim na edição da Folha que comprei há uns anos. Confesso que não entendo muito essa ideia de picotar uma obra. No meio de Um Certo Capitão Rodrigo há várias referências a outras partes da obra que quem não leu não irá compreender. Quando um dos filhos de Ana Terra pensa que ela teve coragem, nós sabemos o que houve, ele vagamente. E quem só ler essa obra ficará com a ideia vaga, uma pena. O bom é conhecer toda a obra. O Capitão Rodrigo foi interpretado brilhantemente pelo Tarcísio Meira, mas na descrição da obra, o Capitão Rodrigo tinha belos olhos azuis.

Obra de Glênio Bianchetti

Eu anotei vários trechos de O Continente de Érico Veríssimo, chegou uma hora que achei melhor parar de anotar. 

“Era uma noite fria de lua nova.”

Um Certo Capitão Rodrigo

“Toda a gente tinha achado estranha a maneira como o cap. Rodrigo Cambará entrara na vida de Santa Fé.”

“Os velhos diziam “Foi na guerra de 1800...” ou “foi na de 1811... ou 1816... ou 1825”. Mas no espírito da maioria, principalmente no das mulheres – que faziam o possível para esquecer as guerras -, essas datas se misturavam.”

“Ao pensar na Corte, Pedro pensou em governo. Para ele era uma palavra que significava algo de temível e ao mesmo tempo odioso. Era o governo que cobrava os impostos, que recrutava os homens para a guerra, que requisitava gado, mantimentos e às vezes até dinheiro, e que nunca mais de lembrava de pagar tais requisições... Era o governo que fazia as leis – leis que sempre vinham em prejuízo do trabalhador, do agricultor, do pequeno proprietário.”



O compositor e as duas obras da ilustração do post são de artistas do Rio Grande do Sul.






Beijos,
Pedrita