quinta-feira, 17 de maio de 2018

Nos Países de Nomes Impronunciáveis

Assisti a peça Nos Países de Nomes Impronunciáveis no Sesc Ipiranga. A direção foi de Magali Biff, sua estreia na direção. Que peça! Estou ainda impactada com ela, inesquecível! É baseado no texto da Paula Autran. Eu coloquei o banner da peça que vai começar agora no Teatro Arthur Azevedo. Eu vi o último dia da temporada no Sesc.

Eu sempre fico curiosa como a produção chegou nesse projeto, no texto do programa tirou essa minha dúvida. A atriz e produtora Stella Tobar dava aula em um CEU e se deparou com esse texto. Incrível como caminhos fazem a arte encontrar as pessoas. Às vezes há tanto malabarismo para chamar a atenção de um bom trabalho, e um encontro casual, faz essa obra se transformar nesse maravilhoso espetáculo. 

A peça Nos Países de Nomes Impronunciáveis traz a encenação de três cartas, com as três respostas. Minha amiga Liliane do blog Paulamar iria amar, ela ama obras de cartas. É genial! São três cartas de despedidas, os protagonistas foram para Países de Nomes Impronunciáveis. A carta da partida é cheia de adrenalina, esperança, empolgação com o que está por vir. As cartas dos que ficaram são cheias de sentimentos complexos como tristeza, raiva, rejeição, desprezo. Sentimentos tão controversos com a energia de quem parte. Fantástico!
As três cartas foram encenadas de modo original, seis cartas na verdade, e eu pensei: "o espetáculo vai acabar". Mas não, tem uma surpreendente reviravolta, que peça incrível, quanta genialidade. No palco estão os excelentes atores Stella Tobar e Antonio Salvador. Bruno Garcia é o músico que participa do espetáculo e em determinado momento o público também. Incrível! Gostei muito também de como a tecnologia está inserida no espetáculo, de modo fluido, quase uma extensão do elenco ou mais um personagem. Amei ainda os figurinos e cenários de Paula di Paoli, como o vestido da protagonista. Nos Países de Nomes Impronunciáveis fica em cartaz até 17 de junho. Os ingressos vão custar bem menos que o cinema, R$ 20,00 e meia entrada.
Beijos,
Pedrita

quarta-feira, 16 de maio de 2018

Minha Prima Raquel

Assisti Minha Prima Raquel (2017) de Roger Michell no TelecinePlay. Eu adoro a Rachel Weisz, é filme de época, resolvi ver. Não gostei. Algo não convence. O tio cuida sozinho do sobrinho órfão, vai se tratar, se casa e manda uma carta assustadora. O sobrinho vai visitar o tio e descobre que ele já morreu e era de problemas mentais. O filme é inspirado no livro de Daphne de Maurier. Há um filme preto e branco inspirado nesse livro que não vi. Quero ler o livro para ver se há também as lacunas que me incomodaram no filme.

O sobrinho passa a odiar a prima que não conhece, mas quando a vê se apaixona. É bem folhetim clássico. Eu estranhei a prima se hospedar na casa do rapaz sem uma dama de companhia. Mulheres não se hospedavam sozinhas onde homens viviam sozinhos. Logo no início já sabia o desfecho, o mistério, então o filme se arrastou. O desfecho deixaram na dúvida e em aberto. O sobrinho é interpretado por Sam Clafim. Alguns outros do elenco são: Holliday Grainger, Iain Glen, Pierfrancesco Favino e Simon Russell Beale. As locações são maravilhosas!

Beijos,
Pedrita

terça-feira, 15 de maio de 2018

A Amiga Genial

Terminei de ler A Amiga Genial (2011) de Elena Ferrante da Editora Globo. Eu tinha muita vontade de ler essa autora tão comentada. Inclusive até hoje não sabem quem é que escreve os livros. Só a autora e a editora na Itália. Eu comprei na feira da USP que vendem os livros pela metade do preço, mas depois li que poderia ser um homem o autor, e desanimei, o livro ficou ali aguardando. Mas foi só especulação. Sim, pode ser, como pode também não ser. Eu tinha vindo de leituras densas, impactantes e profundas, esse livro foi uma profunda decepção. Achei raso, não senti credibilidade, não gostei. O livro me lembrou aqueles livros melosos e mal escritos, de fácil assimilação, que se vendiam em bancas antigamente. Uma amiga também disse que não gostou nem um pouco, mas que o marido dela gostou tanto que logo comprou todos os outros e devorou. Geocrusoé também leu vários livros da autora, logo vou ver o que ele disse. E o post dele sobre esse livro está aqui.

Obra de Salvatore Garau

A protagonista conta a história da Amiga Genial. Na verdade a protagonista morre de inveja da amiga que é absolutamente desprezível. A inveja é tanta que ela abre mão de vários anseios, amores, só porque não estão a altura do que a amiga conquista. E a Amiga Genial é uma tremenda chata e pouco conquista. O livro vai até o casamento da Amiga Genial. Interessante mesmo é a vida da amiga que inveja a outra. Ela é estudiosa, inteligente, ela sim tem uma história  um pouco mais interessante. Mas as duas histórias são superficiais e não trazem credibilidade, muito mal inventadas ou mal contadas. Os outros devem seguir a narrativa, mas não quero continuar.


Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 14 de maio de 2018

Sobre Ratos e Homens

Assisti a peça Sobre Ratos e Homens de Kiko Marques no Galpão do Folias. Tinha tempo que queria ver esse espetáculo tão elogiado e premiado. Finalmente consegui. Gostei muito! É baseado no texto de John Steinbeck que não li. Adoro esse autor, mas esse texto não conhecia.

Como muito de seus textos a trama é muito forte. Dois amigos estão indo procurar trabalho em outra fazenda. Um deles parece uma criança, ama ratos, mas quando faz carinho, os mata. A relação com os bichos é desconfortável, mesmo os animais sendo de pelúcia, causa desconforto. E acho que essa é a sensação que permeia o espetáculo. As relações são desumanas na maior parte do tempo, só a amizade dos dois que é imbatível. 

Não há possibilidade de melhorar de vida, de não ser explorado, humilhado, de ser melhor pago. Todos vivem em más condições. A amizade é o único alento naquela vida miserável. Ando Camargo está incrível como o rapaz infantil. Seu amigo inseparável também está muito bem, interpretado por Ricardo Monastero. Essa peça tem voltado constantemente em cartaz, então mudam alguns atores do elenco. Eu vi com: Erika Altimeyer, Tom Nunes, Cássio Inácio Bignardi, Roberto Borenstein, Pedro Paulo Eva e Daniel Kronenberg. Todos estão ótimos. Adorei também os cenários de Marcio Vinicius. Sobre Homens e Ratos fica em cartaz até 27 de maio.

Beijos,
Pedrita