sábado, 21 de abril de 2018

BBB18

Assisti ao BBB18 (2018) da TV Globo. Eu adoro esse programa e adorei essa edição. Eu participo de um grupo onde nós ficamos falando do programa, então vou usar nós de vez em quando. Nós adoramos os participantes e sim, odiamos vários.

Inacreditável a capacidade das pessoas de ficar falando mal de quem não está presente. Caruso inclusive disse na Maratona BBB que é normal ficar falando mal dos outros, desculpe Caruso, não é normal não. Mas um grupo ia além de falar mal, eram perversos, perseguiam, viam maldade em tudo sendo que eles que eram maus. Atacavam sem piedade Gleici, Ana Clara e Paula, três participantes que adoro. 

O machismo no Brasil acredita que uma menina jovem deve ser doce e delicada, leia-se obediente. E Gleici é uma mulher de opinião. Sempre estudou, se informou, teve uma história difícil e sabe que precisa opinar e se impor. Mas era julgada por responder grosserias de forma atravessada, como se tivesse que aceitar agressões verbais sorrindo.

Outra que sofreu bombardeiros machistas foi a Ana Clara. Ela ficou com Breno e na edição inteira repetiam que foi só um beijo. Não, não foi só um beijo e mesmo que fosse, Ana Clara podia procurar o rapaz, falar com ele, ela não precisa ficar esperando obediente que venham falar com ela. E não, não foi só um beijo. Primeiro eles ficaram no banheiro após uma longa conversa. Depois passaram uma noite acordados conversando. E ainda Ana Clara procurou Breno no quarto e lá se beijaram muito, os dois se beijaram muito. E Breno ainda sentiu ciúmes quando Kaysar começou a rondar Ana Clara

Antes mesmo do BBB18 começar já falavam do alto faturamento em anunciantes. No ano passado li várias matérias dizendo que foi um ano ruim. A crise agora beira o insuportável, mas o BBB18 parecia ter bons anunciantes. No ano passado raras eram as provas patrocinadas e as ações de marketing. Mas eu percebi uma diferença esse ano, talvez tenham mudado a equipe que ia atrás de patrocinadores porque os produtos esse ano eram mais populares. Sim, como sempre os produtos para cabelo, esse ano era Novex, e os de corpo, Sundown e Johnson & Johnson. Mas surgiram outros produtos. Amei os óculos das Óticas Diniz, até fui olhar o site na internet e um modelo mais lindo que o outro. Bacana que as promoções eram na piscina, com aquelas boias que estão na moda, bebidas, ficava tudo muito sofisticado. E a Usaflex patrocinou várias vezes, amava as botinhas, vermelhas e verdes, e os meninos elogiaram muito os tênis, falavam que além de bonitos eram muito confortáveis. 
Amei o paredão falso, a brincadeira com a novela O Outro Lado do Paraíso e de ser a Gleici a falsa emparedada. Além de ser ótimo para o jogo é muito bom ver participantes se divertirem. Tinham uns nessa edição que só reclamavam. Um inclusive, o Viegas, pobre, desdenhava de tudo, comida, roupas das festas. Reclamava de tudo, dizia que só tinha ido pelo dinheiro, adorava fingir erudição, mas o que gostava mais mesmo era fazer propaganda da banda e de uma de suas músicas, pena o BBB18 ter sido tão permissivo com ele, deixava ele fazer tudo, foi muito protegido.
Adorava o Big Treta Brasil. Eram muito bem feitos. Engraçados os discursos do Lucas. Depois dele sair outros discursaram no whatsapp. Bacana que também usavam memes que o público fazia, pena que não usaram do carro da Fiat fugindo da mais longa prova de resistência da história. Adorava os bonequinhos dos participantes. Os produtos agregados funcionaram muito bem. Que bom que a Globo parou de querer competir com o twitter criando um produto em paralelo como fez em outras edições. Bombaram o twitter. Os Raios-X foram ótimos, os participantes dormiam, se divertiam, faziam micagens. E a Globo divulgava os melhores do twitter.

Tiago Leifert estava muito bem. Se soltou, brincou, ok, deu mais dicas do que deveria, mas se divertiu com os participantes e com o público. Gostei também em uma decisão da prova de resistência de 43 horas ele usar o termo "a produção decidiu", posso estar enganada, mas parecia mostrar que talvez não fosse a decisão individual dele.
Fiquei feliz demais que a Gleici ganhou, teria adorado se a Família Lima ganhasse também. Gleici não se fez de vítima, não ficou usando sua história difícil para ganhar o BBB. E principalmente, amei que Ana Clara e Gleici são mulheres de opinião, que acham o estudo fundamental. Ana Clara era a que mais lia na casa e nem por isso ficava com discursos superiores como muitos fizeram. Engraçado que tinham músicos na casa mas quem cantava bem mesmo é a Ana Clara.

Beijos,
Pedrita

quinta-feira, 19 de abril de 2018

Custódia

Assisti Custódia (2016) de James Lapine no TelecinePlay. Faz um tempo que vi na programação, adoro a Viola Davis, mas por se tratar de vara de família esperei. E mesmo quando comecei a ver parei várias vezes.

É um bom filme, mas algo não acontece, não consigo explicar o quê. Viola Davis é juíza da Vara de Família. Logo o filme começa com um caso trágico, uma menina morre de inanição porque a mãe desapareceu. Ficamos sabendo que deram a guarda a mãe que foi usar drogas e desapareceu e a menina morreu. Aí vem um segundo caso, uma mãe amorosa fica brava com o filho que vai em uma festinha regada a drogas e bebida, na briga ele cai e se machuca, a escola vê e tira a guarda da mãe. Como a equipe da vara de família estava traumatizada de ter acreditado na outra mãe, começam a duvidar demasiadamente dessa. 

Uma advogada loira e aparentemente rica vai defender essa mãe por ordem do sistema, já que a mãe não tem dinheiro para um advogado próprio. O filme passa a mostrar um pouco da difícil história dessas três mulheres, a juíza, a mãe que perdeu a guarda dos filhos e a advogada. Histórias difíceis. Mas achei tudo meio esquemático, algo não acontece, mas é um bom filme por tratar de temas importantes. Mesmo desfocado o discurso da mãe no final, o texto é muito bom. A mãe é interpretada por Catalina Sandino Moreno. A advogada por Hayden Panettieri. Alguns outros do elenco são: Ellen Burstyn, Tony Shalhoub, Raul Esparza, Dan Floger, Jaden Michael e Bryce Lorenzo.
Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 16 de abril de 2018

A História da Princesa Isabel

Terminei de ler A História da Princesa Isabel (2014) de Regina Echeverria da Versal. Eu tenho tido muito interesse em diminuir as lacunas sobre a História do Brasil e minhas péssimas aulas de história. Quando vi esse livro na Feira do Livro da USP, com 50% de desconto não exitei.

Preciso pedir inúmeras desculpas a memória da Princesa Isabel pelos equívocos. Sim, a Abolição da Escravatura aconteceu porque o mundo pressionava. O Brasil foi o último país a abolir os escravos e fez de tudo para evitar o ato. A Inglaterra já tinha proibido o comércio entre os dois países para pressionar e Dom Pedro II criou a Lei do Ventre Livre em uma tentativa de adiar mais ainda a abolição. Mas eu desconhecia que a Princesa Isabel sempre deu demonstrações de ser contrária a escravidão. Quando li nesse livro que em seu casamento pediu a abolição de escravos que a atendiam para continuar com eles, mas agora livres, achei que era somente um capricho, ou uma forma de resolver a mudança dos escravos de propriedade. Mas em vários outros momentos a Princesa Isabel se mostrou contrária a escravidão. Seu marido inclusive, o Conde D´Eu era contra a escravidão. Tanto que após a abolição, surgiu uma Guarda Negra para proteger a família real. Foi a abolição que causou a derrocada final da monarquia e a entrada da república. Mas para os negros, a monarquia teria sido muito melhor. Os republicanos eram ligados aos fazendeiros de café e mais conservadores.
Obra de Jean-Baptiste Debret

Recentemente há uma determinação que sejam incluídos nos livros de história do ensino histórias de negros e sempre ouço dizer sobre a dificuldade de levantar os fatos. Eu fico me perguntando se a dificuldade é real. Sim, deve ser muito difícil saber da história dos antepassados dos escravos na África, mas no Brasil há inúmeras histórias de negros e mulheres que foram sempre escondidas. Esse livro traz várias histórias de negros e mulheres que atendem a essa determinação. O primeiro capítulo é um deles. Conta um fato que eu não conhecia. Um delegado voluntário de uma pequena cidade foi morto a pancadas porque parecia nada fazer para enviar oficiais atrás de escravos fugidos e também parecia que escondia alguns. Isso aconteceu bem próxima a abolição da escravatura. Esse livro conta que um pouco antes da abolição eram inúmeras as fugas de escravos em todo país e que os quilombos estavam cada vez mais fortes, o livro enumera inclusive esses quilombos.
Mas outro fato me surpreendeu, a própria Princesa Isabel escondia negros. Dom Pedro II não era a favor da abolição. Eu li a biografia de Dom Pedro II, que sempre foi um amante do conhecimento e fez de tudo para os seus filhos terem toda a instrução necessária. E ainda acompanhava e estimulava as aulas. Isabel tornou-se numa mulher culta e de opinião. Ela escrevia muitas cartas, inclusive para o seu pai e o reprimia sempre que discordava de algum tema do reino. E não era fofa na discórdia, era sempre clara e objetiva, talvez por isso incomodasse tanto os políticos. Dom Pedro II gostava de viajar muito e a Princesa Isabel ficou no trono várias vezes e a câmara questionava sempre o fato dela ser mulher. Uma vez ela precisou se ausentar a uma audiência porque tinha abortado e os parlamentares fizeram questão de usar esse fato como argumento de prova da incapacidade de uma mulher  em governar pelas suas questões femininas. Outros preconceitos assombravam Isabel. Os políticos não aceitavam em hipótese alguma o seu marido, o Conde D´Eu, como decisor, ele, junto com Isabel faziam parte do conselho, que não o aceitava por ser imigrante. Como se os brasileiros fossem donos dessa terra. Somente os índios poderiam usar esse argumento. Todos os outros ou eram imigrantes ou filho de imigrantes.
Gostei que o livro contar a história da Princesa Isabel no exílio. Quando ela, seus pais e sua família seguem para a Europa. Até o inventário se realizar eles foram se endividando, principalmente Dom Pedro II. Depois o casal Isabel e Gastão compram uma casa. Não sabia que Assis Chateaubriant foi entrevistá-los. Ia ficar 2 dias na casa e passou 4. Depois Chatô comprou a casa. Posteriormente vendeu e tudo o que era de Isabel foi enviado ao Brasil. Muitos fatos do exílio puderam ser conhecidos porque a neta da Isabel escreveu relatos.

Gostei da bela edição, só não entendi as cartas serem em papel amarelado e com letra rosa.

Quero muito ler agora o livro da Mary Del Priore.

Beijos,

Pedrita