Fui ao concerto em comemoração aos 25 anos da Banda Sinfônica do Estado de São Paulo na Sala São Paulo. Os regentes foram Marcos Sadao Shirakawa e Abel Rocha. Foi um belíssimo concerto gratuito e lotadíssimo! Impressionante a obra de Osvaldo Lacerda, Suíte Guanabara. Apesar do compositor ser paulistano, eu tinha a sensação de estar no Rio de Janeiro e a obra lembrava os bailes que vimos em filmes da década de 50.
O programa todo era muito bonito, com obras de João Guilherme Ripper, Piazzolla, Cyro Pereira, Fernando de Oliveira e Alexandre Travassos. Uma banda sinfônica é formada por uma maioria de instrumentos de sopro. Aos domingos de manhã a Sala São Paulo promove concertos gratuitos. Na segunda feira antes do evento começam a ser distribuídos os ingressos que costumam acabar na sexta-feira. No dia só em filas de espera aguardando desistências.
Assisti Meu Pior Pesadelo (2011) de Anne Fontaine no Max. Eu estava zapeando, esse filme estava começando nos letreiros e apareceu a incrível Isabelle Huppert. Adoro essa atriz. Comecei a ver e foi uma grata surpresa. Os minutos iniciais são chatinhos, a protagonista está discursando contrária aos testes vocacionais e de Qi. Depois em casa ela vai conversar com o filho e se surpreende com a inteligência do amigo dele.
O pai desse menino é um homem todo atrapalhado. Ela já é uma mulher bem sucedida, bem casada. Ela é produtora de exposições e o marido editor de livros de sucesso. Os dois tem muitas afinidades intelectuais e uma vida financeira muito confortável. O pai do colega do filho pode perder a guarda do filho porque não tem dinheiro, morou em uma van um tempo com o filho. Atualmente mora em um buraco no prédio. Ele começa a consertar o apartamento do casal, acaba indo morar no quarto de empregada. O pai do garoto é interpretado por Benoît Poolvoorde.
O filme é muito engraçado e bem pouco convencional. Apesar da identificação intelectual do casal, eles vivem como pinguins, como diz o marido. São frios nas relações entre si, inclusive com o filho. O marido é interpretado por André Dussolier. Outra do elenco é Virginie Efira. Os meninos são interpretados por Corentin Devroey e Donatien Suner.
Já esse homem atrapalhado é mais afetivo, mas também instável. O que mais gostei é que os defeitos e qualidades continuam. A aproximação desse pai e filho muda a vida deles, ela fica mais sensível, o marido resolve procurar afeto, mas eles continuam quem são. Ela continua mais fria, o pai do rapaz continua atrapalhado e sumindo sempre que faz algo errado. Eles são imperfeitos e é essa imperfeição que faz o filme tão real. Adorei!
Assisti aos Concertos CCBB de Música Clássica com o Vox Brasilienses e o Sujeito a Guicho na Igreja das Chagas do Seráphico Pai São Francisco. Foi um belíssimo concerto e lotadíssimo! O Vox Brasilienses interpreta obras do início do Brasil, da época do descobrimento, século XVIII e XIX. É formado por Ricardo Kanji (flauta), Guilherme de Camargo (cordas dedilhadas) e Tiago
Pinheiro (canto). Guilherme de Camargo explicou que as obras do inicio da apresentação foram as influências que futuramente criaram as obras genuinamente brasileiras. Eles interpretaram Landums, ritmo que tanto impressionou Chiquinha Gonzaga, obras de Gregório de Matos e Marília de Dirceu. E finalizaram claro, com as obras que sofreram essas influências como de Villa-Lobos e Chiquinha Gonzaga. Que lindo!
Foto de Edgardo Gonzales Depois se apresentou o quinteto de clarinetes Sujeito a Guincho, adoro esse instrumento e gosto muito desses músicos. Foi um belo repertório também, com muitas obras feitas para outros instrumentos e adaptadas para eles. O Sujeito a Guincho é formado por Sergio Burgani, Diogo
Maia, Luca Raele, Luis Afonso Montanha, Nivaldo Orsi e Edmilson Nery.
Terminei de ler Alice no País das Maravilhas (1862) de Lewis Carroll da Cosac Naify. Tradução de Nicolas Sevcenko, Ilustrações de Luiz Zerbini. Peguei emprestado esse livro de uma amiga. Queria muito ler nessa edição maravilhosa, Tinha tempo que queria ler, já tinha visto três adaptações para o cinema e não resisti quando vi essa edição deslumbrante.
A criatividade de Lewis Carroll é incrível. Quando ela cai no buraco é tão devagar que ela consegue pegar os objetos das prateleiras, olhar tudo em detalhe. No final há uma biografia do autor e fiquei encantada. Lewis Carroll gostava de contar histórias para a família. Então resolveu com um amigo fazer o primeiro livro a mão, a obra foi disputada entre a família que curiosa queria ler também. Aí ele fez uma primeira edição. Com o tempo não gostou dessa edição e só depois é que publicou uma que realmente gostou. Foram muitas edições. O mais incrível é que ele foi matemático, essa era a profissão dele, escreveu livros de matemática. Escrever livros infantis se tornou um hobby.
Eu adoro a brincadeira de crescer e encolher da Alice, achei bem mais acentuada que nos filmes que vi. O primeiro que vi foi da Disney. Amei um preto e branco, o mais fiel ao livro e o que gostei mais. Não me identifiquei com o do Tim Burton. No do Tim Burton a Alice não é uma criança, é uma adolescente, nada a ver aquela festa inicial com namorado, família. E aquele final pesado com dragão. Não tem absolutamente nada disso no livro e essa licença poética não deixou a história mais interessante. Essa edição da Cosac Naify é um primor, vale a pena ter na prateleira, além do livro ser uma obra de arte, a beleza da edição é extasiante. Para ter na pilha de livros de artes que ficam na sala.